São Paulo, segunda-feira, 20 de março de 2006

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FUTEBOL

Os pequenos fazem a diferença

JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA

O Campeonato Paulista resolveu imitar o do Rio de Janeiro. Em sua reta final, os pequenos começaram a tirar pontos dos grandes, que o diga o São Paulo, principalmente.
É claro que há diferenças gritantes entre os dois torneios, não só pelos aspectos técnicos mas também porque um grande será o campeão da paulicéia, ao passo que entre os cariocas só o Botafogo tem chance de ganhar o título, e isso porque venceu a Taça Guanabara, graças à arbitragem.
Pois na Taça Rio a festa é só para os menores, por dramática que tenha sido a desclassificação do Fluminense, que precisava de um golzinho para ficar no quarteto e viu a trave e Adriano, goleiro do Volta Redonda, evitá-lo por quatro vezes nos minutos finais.
Mas a verdade é que o clima de várzea no Rio chegou ao ponto de o clássico entre Vasco e Flamengo terminar com um policial jogando gás de pimenta nos olhos de atletas e repórteres, como se para impedir que se possa ver a realidade nua e crua de um futebol desmoralizado e falido.
Como se sabe, o crescimento dos pequenos não tem maior significado, a não ser o de revelar o nivelamento por baixo. É até curioso porque, por paus ou por pedras, o atual campeão das Américas, e do mundo, é o brasileiríssimo São Paulo, neste futebol que o jornalista Paulo Vinicius Coelho define, com felicidade, mas infeliz, como composto por "campeonatos de aspirantes" -aspirantes a ir jogar na Europa.
Não que faltem emoções, como se viu ontem na ressurreição do Palmeiras diante da Ponte Preta.
Mas, se o Palmeiras ressuscitou depois da goleada que levou do América e do péssimo desempenho no jogo contra o Rosario Central, o São Paulo abdicou da faca e do queijo que tinha nas mãos ao só empatar com o Noroeste. E que se dê por feliz, porque não fossem um gol mal anulado e um pênalti não marcado e teria saído derrotado do Morumbi com 25 mil torcedores.
Melhor para o Palmeiras, que mostrou abnegação para virar ainda no primeiro tempo um jogo que perdia por 2 a 0 no desconfiado Parque Antarctica. E melhor ainda para o Santos, que, depois da derrota para o ameaçadíssimo Guarani, voltou a livrar quatro pontos do São Paulo, embora continue a não poder perder o confronto direto porque o Palmeiras está em sua cola. Mas, ao menos, não sofreu com o Ituano, ao se impor logo de cara na Vila, com dois gols em meia hora.
E o milionário Corinthians?
Ora, qual Corinthians?
O de Londres?

 

Em reunião promovida por uma fundação alemã para aproximar torcedores brasileiros e os anfitriões da próxima Copa, o ouvidor da CBF, Francisco Horta, surpreendeu a todos ao afirmar que o Estatuto do Torcedor divide a história do futebol brasileiro. "Existe um futebol brasileiro antes e outro depois do Estatuto do Torcedor, responsável por enorme avanço e pela melhor organização dos clubes e da CBF".

Grosseria em Moscou
Constrangido com o comportamento ao bar e à mesa e com o palavreado do presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, o embaixador brasileiro na Rússia, diplomata do Itamaraty, Carlos Augusto Rego dos Santos, disse que, se soubesse, não teria comparecido à recepção oferecida pela Federação Russa de Futebol por ocasião do amistoso da seleção brasileira em Moscou. No mínimo, não teria levado sua mulher, confidenciou.

Máscara em Moscou
Observadores ficaram espantados com a empáfia de Robinho no trato com os fãs russos na mesma data. Ao contrário de Kaká, que tudo fez para atender a todos. Triste e surpreendente, pela conduta tão simpática que sempre o caracterizou.

@ - blogdojuca@uol.com.br

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