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FUTEBOL
Os pequenos fazem a diferença
JUCA KFOURI
COLUNISTA DA FOLHA
O Campeonato Paulista resolveu imitar o do Rio de Janeiro. Em sua reta final, os pequenos começaram a tirar pontos dos
grandes, que o diga o São Paulo,
principalmente.
É claro que há diferenças gritantes entre os dois torneios, não
só pelos aspectos técnicos mas
também porque um grande será o
campeão da paulicéia, ao passo
que entre os cariocas só o Botafogo tem chance de ganhar o título,
e isso porque venceu a Taça Guanabara, graças à arbitragem.
Pois na Taça Rio a festa é só para os menores, por dramática que
tenha sido a desclassificação do
Fluminense, que precisava de um
golzinho para ficar no quarteto e
viu a trave e Adriano, goleiro do
Volta Redonda, evitá-lo por quatro vezes nos minutos finais.
Mas a verdade é que o clima de
várzea no Rio chegou ao ponto de
o clássico entre Vasco e Flamengo
terminar com um policial jogando gás de pimenta nos olhos de
atletas e repórteres, como se para
impedir que se possa ver a realidade nua e crua de um futebol
desmoralizado e falido.
Como se sabe, o crescimento dos
pequenos não tem maior significado, a não ser o de revelar o nivelamento por baixo. É até curioso porque, por paus ou por pedras, o atual campeão das Américas, e do mundo, é o brasileiríssimo São Paulo, neste futebol que o
jornalista Paulo Vinicius Coelho
define, com felicidade, mas infeliz, como composto por "campeonatos de aspirantes" -aspirantes
a ir jogar na Europa.
Não que faltem emoções, como
se viu ontem na ressurreição do
Palmeiras diante da Ponte Preta.
Mas, se o Palmeiras ressuscitou
depois da goleada que levou do
América e do péssimo desempenho no jogo contra o Rosario
Central, o São Paulo abdicou da
faca e do queijo que tinha nas
mãos ao só empatar com o Noroeste. E que se dê por feliz, porque não fossem um gol mal anulado e um pênalti não marcado e
teria saído derrotado do Morumbi com 25 mil torcedores.
Melhor para o Palmeiras, que
mostrou abnegação para virar
ainda no primeiro tempo um jogo
que perdia por 2 a 0 no desconfiado Parque Antarctica. E melhor
ainda para o Santos, que, depois
da derrota para o ameaçadíssimo
Guarani, voltou a livrar quatro
pontos do São Paulo, embora
continue a não poder perder o
confronto direto porque o Palmeiras está em sua cola. Mas, ao
menos, não sofreu com o Ituano,
ao se impor logo de cara na Vila,
com dois gols em meia hora.
E o milionário Corinthians?
Ora, qual Corinthians?
O de Londres?
Em reunião promovida por
uma fundação alemã para aproximar torcedores brasileiros e os
anfitriões da próxima Copa, o ouvidor da CBF, Francisco Horta,
surpreendeu a todos ao afirmar
que o Estatuto do Torcedor divide
a história do futebol brasileiro.
"Existe um futebol brasileiro antes e outro depois do Estatuto do
Torcedor, responsável por enorme avanço e pela melhor organização dos clubes e da CBF".
Grosseria em Moscou
Constrangido com o comportamento ao bar e à mesa e com
o palavreado do presidente da
Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, o embaixador brasileiro na Rússia,
diplomata do Itamaraty, Carlos
Augusto Rego dos Santos, disse
que, se soubesse, não teria comparecido à recepção oferecida
pela Federação Russa de Futebol por ocasião do amistoso da
seleção brasileira em Moscou.
No mínimo, não teria levado
sua mulher, confidenciou.
Máscara em Moscou
Observadores ficaram espantados com a empáfia de Robinho
no trato com os fãs russos na
mesma data. Ao contrário de
Kaká, que tudo fez para atender
a todos. Triste e surpreendente,
pela conduta tão simpática que
sempre o caracterizou.
@ - blogdojuca@uol.com.br
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