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Punição às organizadas inclui todos os torneios
Mancha e Independente estão banidas até 4 de maio
RENAN CACIOLI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A suspensão imposta pela
Federação Paulista de Futebol
às torcidas organizadas Mancha Alviverde, do Palmeiras, e
Independente, do São Paulo,
valerá não só no Campeonato
Paulista mas também para
qualquer evento realizado no
Estado até 4 de maio, quando o
torneio estadual terminar.
A informação foi confirmada
pela FPF, que anteontem publicou em seu site a resolução
que proíbe o acesso das duas
organizadas aos estádios pelos
incidentes no clássico de domingo passado, disputado em
Ribeirão Preto. A decisão foi tomada após notificação enviada
pelo Ministério Público.
Com isso, a Independente
não poderá, por exemplo, entrar uniformizada no jogo do time pela Libertadores, no dia 2
de abril, ante o Sportivo Luqueño, no Morumbi.
No dia 9, caso o Palmeiras
não elimine o duelo de volta
contra o Central-PE (o da ida
será na semana anterior), pela
Copa do Brasil, a Mancha também não poderá ir ao Parque
Antarctica com seus trajes.
Isso sem contar as demais
partidas de ambas as equipes
válidas pelo próprio Paulista.
No sábado, o Palmeiras visita o
Paulista, em Jundiaí. O São
Paulo joga um dia depois, contra o Guarani, em Campinas.
"Vou cumprir o que for determinado, mas não vou brigar
com a torcida", disse o diretor
de planejamento do São Paulo,
Marcelo Portugal Gouvêa.
"Acho que é uma decisão que
compete a quem administra o
futebol. Não cabe ao departamento de futebol opinar", afirmou o diretor de futebol do Palmeiras Savério Orlandi.
À Folha, ontem, o presidente
da FPF, Marco Polo Del Nero,
foi duro ao comentar a decisão
de banir as duas organizadas
dos estádios paulistas.
"O lugar desses torcedores
que vão ao estádio para brigar é
na cadeia", disse o dirigente.
"Infelizmente, a legislação
não permite um rigor maior.
Existem punições [aos infratores], mas não tão severas."
Ele lamentou o fato de não
poder punir individualmente
os brigões, que continuarão indo aos estádios, mas sem a camisa da organizada.
"Se eu tivesse poder de vetar,
o faria", completou o presidente da federação paulista.
Mancha e Independente falaram sobre a punição.
Marcelo Duzi, presidente da
Independente, acha que a torcida organizada do São Paulo
está pagando por um tumulto
que, na visão dele, foi iniciado
pela facção palmeirense.
"Vamos sem as camisas, sem
as faixas. Vamos sair com os
ônibus normalmente. A proibição é até o final do Paulista. Depois, começa o Brasileiro. O
que não concordo é pagar pelo
que não fizemos. Foi a torcida
deles que causou o tumulto em
Ribeirão", afirmou Duzi.
Jânio Carvalho, presidente
da Mancha, acatou a norma.
Mas lembrou que os brigões
continuarão soltos.
"Vamos suspender as atividades até o fim do Paulista e esperar que o Ministério Público
tome as medidas com a FPF.
Depois, voltamos a abrir. O
problema é que quem briga
continua solto e vai ao estádio.
A camisa e a faixa não brigam
sozinhas. É muito mais fácil falar que vai fechar a torcida, enquanto quem briga está solto."
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