São Paulo, quinta-feira, 20 de março de 2008

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Punição às organizadas inclui todos os torneios

Mancha e Independente estão banidas até 4 de maio

RENAN CACIOLI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

A suspensão imposta pela Federação Paulista de Futebol às torcidas organizadas Mancha Alviverde, do Palmeiras, e Independente, do São Paulo, valerá não só no Campeonato Paulista mas também para qualquer evento realizado no Estado até 4 de maio, quando o torneio estadual terminar.
A informação foi confirmada pela FPF, que anteontem publicou em seu site a resolução que proíbe o acesso das duas organizadas aos estádios pelos incidentes no clássico de domingo passado, disputado em Ribeirão Preto. A decisão foi tomada após notificação enviada pelo Ministério Público.
Com isso, a Independente não poderá, por exemplo, entrar uniformizada no jogo do time pela Libertadores, no dia 2 de abril, ante o Sportivo Luqueño, no Morumbi.
No dia 9, caso o Palmeiras não elimine o duelo de volta contra o Central-PE (o da ida será na semana anterior), pela Copa do Brasil, a Mancha também não poderá ir ao Parque Antarctica com seus trajes.
Isso sem contar as demais partidas de ambas as equipes válidas pelo próprio Paulista. No sábado, o Palmeiras visita o Paulista, em Jundiaí. O São Paulo joga um dia depois, contra o Guarani, em Campinas.
"Vou cumprir o que for determinado, mas não vou brigar com a torcida", disse o diretor de planejamento do São Paulo, Marcelo Portugal Gouvêa.
"Acho que é uma decisão que compete a quem administra o futebol. Não cabe ao departamento de futebol opinar", afirmou o diretor de futebol do Palmeiras Savério Orlandi.
À Folha, ontem, o presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, foi duro ao comentar a decisão de banir as duas organizadas dos estádios paulistas.
"O lugar desses torcedores que vão ao estádio para brigar é na cadeia", disse o dirigente.
"Infelizmente, a legislação não permite um rigor maior. Existem punições [aos infratores], mas não tão severas."
Ele lamentou o fato de não poder punir individualmente os brigões, que continuarão indo aos estádios, mas sem a camisa da organizada.
"Se eu tivesse poder de vetar, o faria", completou o presidente da federação paulista.
Mancha e Independente falaram sobre a punição.
Marcelo Duzi, presidente da Independente, acha que a torcida organizada do São Paulo está pagando por um tumulto que, na visão dele, foi iniciado pela facção palmeirense.
"Vamos sem as camisas, sem as faixas. Vamos sair com os ônibus normalmente. A proibição é até o final do Paulista. Depois, começa o Brasileiro. O que não concordo é pagar pelo que não fizemos. Foi a torcida deles que causou o tumulto em Ribeirão", afirmou Duzi.
Jânio Carvalho, presidente da Mancha, acatou a norma. Mas lembrou que os brigões continuarão soltos.
"Vamos suspender as atividades até o fim do Paulista e esperar que o Ministério Público tome as medidas com a FPF. Depois, voltamos a abrir. O problema é que quem briga continua solto e vai ao estádio. A camisa e a faixa não brigam sozinhas. É muito mais fácil falar que vai fechar a torcida, enquanto quem briga está solto."


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