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Mata-mata da Superliga coloca crise em evidência
Após perder patrocinador e jogadoras, Banespa enfrenta o poderoso Osasco
Problemas econômicos afetam outras equipes do país e já provocam medidas para conter gastos nos ricos torneios da Itália e da Rússia
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banespa entrou na Superliga de vôlei com uma equipe
mediana. No fim do ano, perdeu seu principal patrocinador
por causa da crise mundial.
Sem salário, três importantes jogadoras debandaram.
Apertado, o clube dispensou as
juvenis que completavam o
elenco. Sobraram dez atletas
no grupo, com uma levantadora novata que não tem reserva.
Parecia ser o fim das ambições da equipe no torneio. A situação do time era o mais agudo retrato da crise mundial que
começa a atingir o vôlei.
Nem o técnico Alexandre Rivetti acreditou quando o Banespa confirmou a vaga nos
mata-matas. O adversário de
hoje, às 21h, no início da busca
pelas semifinais será o Osasco,
clube do qual a crise econômica
ainda não se aproximou.
A equipe abriga boa parte das
campeãs olímpicas, como a atacante Paula Pequeno e a central
Thaísa, os salários estão em dia,
e o clube está construindo até
um centro de treinamento para
suas categorias de base.
"Não dá nem para comparar
o poderio deles com o nosso.
Mas, depois de tudo que passamos, o Osasco será só mais um
obstáculo", afirma Rivetti, que
conta apenas com Ananda, 19,
como levantadora da equipe. Se
ela se machucar, uma atacante
ou uma líbero terá de ser improvisada na posição.
Outro percalço superado pelo grupo foi a falta de jogadoras
para compor dois times nos coletivos. A solução saiu do suor
da comissão técnica. Literalmente. Para atuar nos treinos,
os sete integrantes do grupo intensificaram a malhação.
"Tínhamos de participar e
estar em bom nível para não
atrapalhar. Todos ficaram mais
preocupados com o físico, tinha
gente treinando mais que as jogadoras", declara Rivetti.
A crise que levou a comissão
técnica de volta à quadra começou no fim do ano passado. Sem
patrocinador e com salários
atrasados, quatro jogadoras
rescindiram contratos. O clube
diz que quitou as dívidas. Pessoas ligadas à equipe, no entanto, afirmam que a expectativa é
que tudo seja acertado pelo menos até o fim da Superliga.
E não é só o Banespa que dá
sinais de problemas. O patrocínio de Brusque balança. No
masculino, a Ulbra atravessa
crise financeira, e Bento Gonçalves também pode não aparecer na próxima Superliga.
São reflexos no Brasil das
turbulências que já afetam o
vôlei no principal torneio do
mundo. A liga italiana sugeriu
redução de 15% dos salários superiores a 30 mil na Série A e
20 mil na Série B. Também
quer reduzir para um o número
de equipes que caem e sobem
de divisão em 2009/2010.
Até na Rússia, país que investiu quantias vultosas na contratação de estrelas mundiais, as
equipes começam a cortar os
gastos. O Iskra Odintsovo, que
tem o ponta Giba no elenco,
trocou as viagens em seu avião
particular por voos comerciais.
NA TV - Banespa x Osasco Sportv, ao vivo, às 21h
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