São Paulo, sábado, 20 de março de 2010

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da água para o vinho

Morumbi agora serve, diz secretário-geral da Fifa

Sem dizer o que mudou no projeto, Jérôme Valcke elogia a arena são-paulina

Principal crítico do estádio, cartola dizia há dois meses que campo não poderia abrigar jogos importantes durante o Mundial de 2014

Arnd Wiegmann/Reuters
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, caminha pelo quartel-general da entidade máxima do futebol, a qual comanda há oito anos

LUCIANA COELHO
ENVIADA ESPECIAL A ZURIQUE

A Fifa, após meses de discussão com o São Paulo, disse estar satisfeita com o novo projeto apresentado para o Morumbi, afirmou ontem o secretário-geral da entidade. Jérôme Valcke era até então o principal nome a apontar problemas no estádio que vinham travando sua escolha como sede de uma das semifinais e da abertura da Copa do Mundo de 2014.
"O último projeto que recebemos preencheu todos os requisitos que vínhamos pedindo havia meses para o São Paulo", disse Valcke em entrevista coletiva na sede da Fifa, em Zurique. Ele qualificou como "bastante boas" as últimas informações que recebeu sobre o estádio, nesta semana. Em 15 de abril, o novo plano deve ser oficialmente apresentado.
Valcke não quis dizer o que exatamente mudou no projeto -a Fifa apontava problemas, sobretudo na capacidade limitada para os torcedores em uma semifinal ou na abertura.
O diretor de marketing do São Paulo, Adalberto Baptista, diz que a principal mudança é o rebaixamento do gramado em cerca de 2 m, o que só será possível porque a prefeitura paulistana, segundo o clube, intervirá no córrego que passa por baixo do gramado. Por isso, o São Paulo ainda não tem um cronograma para a reforma.
Indagado, depois, pela Folha se o estádio estava então endossado, Valcke colocou uma ressalva: "O que está no papel [está]. Do papel à realidade, há sempre uma distância".
Mas logo tratou de pôr panos quentes na discussão que se arrasta há meses com a diretoria do clube paulistano. "Pelo que recebemos, e pelo que o [presidente da CBF] Ricardo Teixeira disse, ficou muito claro. Não tem mais conflito entre a Fifa e o Brasil, entre a Fifa e o São Paulo", afirmou. "Estou satisfeito com o avanço do São Paulo em relação ao Morumbi."
No início desta semana, Teixeira afirmara que o clube só poderia ser a sede da abertura da Copa se alterasse sua proposta para modernizar o estádio. Nos últimos dois dias, em Zurique, o presidente da CBF não quis falar sobre ao assunto.
A proposta levada à Fifa nesta semana não é a primeira reformulação no projeto.
Pelo menos duas outras apresentadas nos últimos meses haviam sido consideradas insuficientes pela entidade. Os problemas citados tratam desde a capacidade de público da arena até a entrada para o campo e as curvas de visibilidade.
Arquitetos envolvidos nos projetos brasileiros, no entanto, têm considerado a cobrança da Fifa ao país excessiva após visitarem os estádios que sediarão a Copa da África do Sul.
Ontem, Valcke disse que era preciso usar as falhas no evento deste ano para "aprender e melhorar" para o próximo.


Colaborou a Reportagem Local

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