São Paulo, sábado, 20 de março de 2010

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Por lotação, novo estádio dos EUA mima torcedores

NY Red Bulls x Santos inaugura, em Nova Jersey, Red Bull Arena, que dá até transporte gratuito a público dos arredores

Chão das arquibancadas da arena é feito de alumínio para garantir que a vibração das torcidas faça muito barulho durante as partidas

CRISTINA FIBE
DE NOVA YORK

"O velho time do Pelé", como os americanos se referem ao Santos, inaugura hoje, em Nova Jersey, o estádio Red Bull Arena, em jogo contra o time da casa, o NY Red Bulls, antes abrigado no Giants Stadium.
Ao custo de US$ 250 milhões (cerca de R$ 450 milhões ou quase o valor do Verdão, arena de Cuiabá para a Copa de 2014), o novo estádio dos EUA comporta 25 mil torcedores, contra 80 mil da casa antiga.
O Giants Stadium, que foi inaugurado em 1976 e já recebeu estrelas como o próprio Pelé e David Beckham, teve sua demolição iniciada há um mês.
Os outros times da casa, o New York Giants e o New York Jets (ambos da NFL, liga profissional de futebol americano) irão se alojar no Meadowlands, ainda em construção, também na cidade de Nova Jersey.
O motivo do encolhimento, segundo a assessoria da empresa patrocinadora, é que os jogos de futebol eram incapazes de lotar o Giants. Melhor do que a sensação de vazio, para eles, é a visão de um estádio lotado, mesmo que com um número menor de espectadores.
E boa parte do dinheiro foi investida para que os jogadores se sintam "estimulados". O chão da arquibancada, por exemplo, é feito de alumínio, para garantir que a vibração da torcida faça muito barulho.
A nova "técnica", porém, ainda não foi testada, e só hoje se saberá se os espectadores nas cadeiras abaixo da arquibancada aprovarão tal ideia.
O time reserva do Santos enviado aos EUA -à exceção de Neymar- jogará ainda sobre um gramado tratado por um sistema subterrâneo, com máquinas de drenagem e aquecimento que evitam que o rigoroso inverno ou as chuvas prejudiquem a qualidade do campo.
Os setores VIP também prometem pompa: os "club seats", cerca de mil cadeiras vendidas a US$ 3.000 cada uma para a temporada, dão direito a comida e bebida não alcoólica e a um assento próximo dos bancos de reservas, que estarão cobertos de couro, parecidos com as cadeiras de cinema.
Mais para cima, 33 camarotes, com direito a atendente personalizado e restaurante reservado, custam cerca de US$ 70 mil por ano e recebem entre 17 e 20 torcedores cada um. No centro, o "skybox" do patrocinador, ainda mais luxuoso, ficará reservado a convidados.
Mesmo assim, o estádio promete manter os ingressos entre US$ 20 e US$ 45, além de oferecer um sistema de transporte gratuito para buscar e levar torcedores nas redondezas. Tudo para que o público compareça.
Hoje, com ingressos esgotados, tapete vermelho e recepção com direito a capoeira, o Red Bull Arena já garantiu a barulheira. Resta ver se ele não será capaz de espantar os torcedores -ou irritar a vizinhança.


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