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São Caetano busca ampliar torcida
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Caetano tem estrutura,
bons jogadores e agora também
um título na elite. Com a conquista do Paulista-2004, o clube do
ABC agora espera aumentar o número de torcedores da equipe.
O projeto que vem sendo desenvolvido pela diretoria do São Caetano, com o apoio da prefeitura,
visa formar novos fãs do time. A
estratégia ataca em duas frentes:
as categorias de base do clube e as
torcidas organizadas.
"O objetivo é atrair torcedores
jovens e aproveitar o sucesso de
títulos. Não é possível continuarmos em uma trajetória de vitórias
sem termos torcedores", diz o
prefeito de São Caetano do Sul,
Luiz Olinto Tortorello, que também é patrono do time.
Segundo ele, a meta do clube é
conquistar pelo menos duas taças
neste ano. No Pacaembu, anteontem, a equipe levou mais de mil
crianças para acompanhar a final.
A maior parte delas freqüenta as
escolinhas de futebol do clube. A
idéia é criar um vínculo entre o
São Caetano e os torcedores mirins, mesmo que não se tornem
atletas profissionais. Os dirigentes
estudam até a construção de um
centro de treinamento para alavancar as categorias de base.
Em outra frente, três das quatro
torcidas organizadas do São Caetano -a exceção é a Bengala
Azul- apresentaram projetos
para o presidente do clube, Nairo
Ferreira de Souza, para investir no
crescimento da torcida.
Entre as sugestões da Sangue
Azul, a principal uniformizada,
com 250 sócios ativos, estão visitas a escolas, distribuição de camisas do time para torcedores
mirins e entrada gratuita de crianças entre 5 e 12 anos nos jogos do
time em casa -já foi adotada na
Libertadores e deve ser repetida
no Brasileiro deste ano.
Além da Sangue Azul, a Comando Azul e a Gladiadores também
tentam angariar novos torcedores
para o campeão paulista de 2004.
O clube, que já fornece ajuda de
custo às organizadas, deve pedir
uma sala para elas no Anacleto
Campanella. Lá elas fixariam suas
sedes -o estádio é da prefeitura,
que ainda não deu aval.
Atualmente, apenas a Bengala
Azul, formada por torcedores acima de 65 anos, ocupa um espaço
no estádio. A torcida, no entanto,
não é bem aceita pelas outras.
"A Bengala é uma coisa ridícula.
A gente vai para os jogos e o pessoal nos pergunta se usamos fralda geriátrica, se temos dentadura,
não dá. Se quiserem renovar a torcida, uma das coisas a fazer é deixar a Bengala de lado, dar uma
nova cara para a galera", reclama
Fernando Palma Canepa, 30, presidente da Sangue Azul.
A Bengala não quer polemizar.
Acha a postura um preconceito
contra os velhos e afirma que continuará indo aos jogos do São
Caetano.
(EDUARDO ARRUDA E JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)
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