São Paulo, terça-feira, 20 de abril de 2004

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FUTEBOL

Fãs passam horas em frente à clínica em que o ex-meia está internado

Argentina faz vigília pela recuperação de Maradona

CAROLINA VILA-NOVA
DE BUENOS AIRES

Fãs, curiosos e jornalistas fizeram vigília durante todo o dia de ontem em frente à Clínica Suíço-Argentina, em Buenos Aires, para acompanhar o estado de saúde do maior ídolo do futebol argentino, Diego Armando Maradona, 43, internado na UTI do hospital.
"Força, Diego, essa é uma mais... Se Jesus tropeçou, por que não você?", dizia um dos cartazes deixados pelos fãs na entrada da clínica. "Agüente, Diego. Todos com você até a morte" e "Diego, você é imortal", escreviam outros fãs, que prometiam acampar em frente à clínica durante a noite.
O episódio comoveu até o presidente Néstor Kirchner, que expressou "profunda preocupação" com a saúde do ex-jogador e se colocou "à disposição" da família.
Um grupo de fãs, tocando bumbo, colocava o ídolo à frente de Pelé: ""Brasileiro, brasileiro, que amargurado te vemos. Maradona é maior, é maior que Pelé".
Maradona entrou na clínica com hipertensão e miocardiopatia -o coração, dilatado, perde a capacidade de bombear o sangue de maneira eficiente para o corpo.
Ontem, seguia hospitalizado em estado crítico, mas apresentou, segundo seu médico, Alfredo Cahe, "leve melhora". Está acompanhado pela ex-mulher, Claudia Villafañe, pelas filhas, Dalma e Yannina, e outros familiares.
Relatório médico divulgado por volta do meio-dia de ontem afirmava que a evolução do paciente havia sido "satisfatória" até aquele momento, "com normalização sustentada da pressão arterial".
"Os estudos cardiológicos mostram funcionamento cardíaco aceitável para o quadro de base", disse o relatório, que informou, no entanto, que Maradona sofria ainda de uma "pneumonia aspirativa" bilateral. O ex-jogador permanecia sedado e respirando com ajuda de aparelhos. O prognóstico foi mantido sob reserva.
"Sua situação foi crítica, mas seu coração não sofreu dano maior ao existente, apesar de que houve elementos, como a infecção pulmonar bilateral, que agravaram o problema", disse Cahe.


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