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Muricy, do Inter, ponteia o "conclave" são-paulino
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O São Paulo resolveu recorrer à
forma de escolha do Vaticano para definir o novo papa para ilustrar a situação do clube na busca
de um sucessor para o técnico
Emerson Leão, que se demitiu.
E o nome que encabeça a preferência da diretoria é Muricy Ramalho. "Estamos ainda estudando um perfil para o treinador que
vai chegar. Será um conclave que
vai escolher esse nome. Agora vamos torcer para que a fumaça
branca apareça logo", afirmou o
superintendente de futebol do
clube, Marco Aurélio Cunha.
Ontem, na Basílica de São Pedro, a fumaça branca "anunciou"
o novo papa -o cardeal alemão
Joseph Ratzinger. No entanto, no
Morumbi, o suspense deve ainda
durar mais alguns dias.
A preferência por Muricy Ramalho não é escondida pela diretoria, que procura, além de um
técnico competente, um profissional que tenha uma identidade
com o clube do Morumbi.
"O Muricy é um nome que vai
ser sempre lembrado quando o
São Paulo ficar sem treinador.
Tem uma história aqui. Mas a definição deve demorar um pouco",
disse o dirigente são-paulino.
O presidente Marcelo Portugal
Gouvêa e o diretor Juvenal Juvêncio seguem hoje com o time para
o Chile, mas já autorizaram o início das negociações para tentar tirar Muricy do Internacional. A
idéia é dar ao treinador o mesmo
salário que Leão recebia no Morumbi (perto de R$ 140 mil).
Apesar de estar bem no Sul, onde se sagrou campeão gaúcho,
Muricy não escondeu a vontade
de voltar a trabalhar em São Paulo. "Não se pode desprezar uma
proposta do São Paulo. É um sonho. Quando saí, prometi que um
dia voltaria. Mas tudo tem que ser
feito com tranqüilidade."
Mas se Muricy é o nome de preferência, o clube também tem outros candidatos. Toninho Cerezo,
que hoje trabalha no Japão, também está cotado, mas a diretoria
considera um profissional caro.
Apesar de correr contra o tempo, Marco Aurélio afirmou que o
clube confia no potencial da sua
comissão técnica. "No Brasil não
existem tantos profissionais capacitados. Temos muitos treinadores emergentes. Os quatro melhores técnicos daqui não estão disponíveis. Felipão e Luxemburgo
estão na Europa, Parreira dirige a
seleção brasileira, e o Leão está
saindo agora", analisou ele.
Em relação à comissão técnica,
Pedro Santilli, que chegou ao clube com Leão e estava trabalhando
como preparador de goleiros, deve deixar o clube. "Acredito que
ele deva acompanhar o Leão no
Japão", disse Marco Aurélio.
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