|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Império avança contra Traffic
Único reforço a vingar no São Paulo em 2008, Adriano pode dinamitar base erguida pelo Palmeiras
Desacreditado na Itália, atacante, que veio de graça, assume a dianteira do time e desafia investimentos de quase R$ 20 milhões do rival
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um refugo vindo da Itália de
graça pode pulverizar, hoje à
tarde, uma legião de adversários contratados a peso de ouro.
Sozinho, Adriano vai tentar
dinamitar o começo do planejamento de um grupo montado
a dedo para tirar o Palmeiras de
um longo jejum de títulos que
já dura quase dez anos.
Contra ele, Diego Souza,
Lenny, Gustavo e Henrique, reforços levados ao clube alviverde pela Traffic. Além, é claro, da
comissão técnica, encabeçada
por Vanderlei Luxemburgo.
O cofre palmeirense ainda
permitiu ao treinador completar seu time com Alex Mineiro,
Denílson, Élder Granja, Jorge
Preá, Kléber e Léo Lima. A conta final do elenco ficou próxima
dos R$ 20 milhões.
"Ele não é craque, mas é artilheiro. Faz os gols e resolve."
Simples para o técnico Muricy Ramalho. Complexo para
Luxemburgo. Em dois duelos
contra o centroavante são-paulino, ele quebrou a cabeça e não
conseguiu encontrar uma maneira de frear o atacante -foram três gols em dois duelos.
Aproveitamento que causa
apreensão na zaga adversária e
faz estragos. Gustavo, em erro
bisonho no domingo passado,
sentiu a pressão e cometeu falha infantil na frente do rival.
"Trata-se de um grande jogador, de nível de seleção. É difícil
parar um atleta como o Adriano. Mas vamos criar algo para
fazer isso", afirmou o lateral-direito Élder Granja.
Os números ajudam a compreender o que significa para o
São Paulo ter arma tão letal.
Fazendo a comparação com
Alex Mineiro, seu oponente de
posição e vice-artilheiro do
campeonato com 12 gols -um
atrás do santista Kléber Pereira-, Adriano leva vantagem em
quase todos os fundamentos levantados pelo Datafolha.
Apesar de estar um tento
atrás do palmeirense na disputa pela artilharia, o camisa 10
do São Paulo arrisca mais conclusões e também as aproveita
melhor. Chuta, em média, 3,8
bolas a gol por jogo, com aproveitamento de 42,1%. Alex Mineiro o faz 2,4 vezes, aproveitando 37,5% delas.
Na hora de driblar, o porte físico pesa. Adriano utiliza o recurso 3,1 vezes por partida,
contra 0,8 do adversário.
A dependência são-paulina
de seu centroavante também é
maior. Ele recebe, em média,
30,9 bolas por jogo. Alex Mineiro é o alvo do time 23,9 vezes.
"Ele está até entendendo que
tem que marcar, porque nos
ajuda", diz Muricy, que viu o
ex-Imperador da Inter de Milão chegar desacreditado -e
sem custo para o clube na transação. O São Paulo banca apenas parte de seu salário.
Adriano é a jóia dentro de um
planejamento torto feito para a
temporada -o presidente do
clube, Juvenal Juvêncio, reconheceu anteontem que ele é o
único reforço que se salvou.
Entre brigas no elenco e contratações que não deram certo,
Adriano, de cetro e coroa em
mãos, joga no Parque Antarctica para reinar no São Paulo e
destronar o Palmeiras.
Texto Anterior: Entrevista: Para ex-atleta, Luxemburgo sabe motivar Próximo Texto: Em alerta: Com oito pendurados, São Paulo enfrenta rei de cartões Índice
|