São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008

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Império avança contra Traffic

Único reforço a vingar no São Paulo em 2008, Adriano pode dinamitar base erguida pelo Palmeiras

Desacreditado na Itália, atacante, que veio de graça, assume a dianteira do time e desafia investimentos de quase R$ 20 milhões do rival

RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um refugo vindo da Itália de graça pode pulverizar, hoje à tarde, uma legião de adversários contratados a peso de ouro.
Sozinho, Adriano vai tentar dinamitar o começo do planejamento de um grupo montado a dedo para tirar o Palmeiras de um longo jejum de títulos que já dura quase dez anos.
Contra ele, Diego Souza, Lenny, Gustavo e Henrique, reforços levados ao clube alviverde pela Traffic. Além, é claro, da comissão técnica, encabeçada por Vanderlei Luxemburgo.
O cofre palmeirense ainda permitiu ao treinador completar seu time com Alex Mineiro, Denílson, Élder Granja, Jorge Preá, Kléber e Léo Lima. A conta final do elenco ficou próxima dos R$ 20 milhões.
"Ele não é craque, mas é artilheiro. Faz os gols e resolve."
Simples para o técnico Muricy Ramalho. Complexo para Luxemburgo. Em dois duelos contra o centroavante são-paulino, ele quebrou a cabeça e não conseguiu encontrar uma maneira de frear o atacante -foram três gols em dois duelos.
Aproveitamento que causa apreensão na zaga adversária e faz estragos. Gustavo, em erro bisonho no domingo passado, sentiu a pressão e cometeu falha infantil na frente do rival.
"Trata-se de um grande jogador, de nível de seleção. É difícil parar um atleta como o Adriano. Mas vamos criar algo para fazer isso", afirmou o lateral-direito Élder Granja.
Os números ajudam a compreender o que significa para o São Paulo ter arma tão letal.
Fazendo a comparação com Alex Mineiro, seu oponente de posição e vice-artilheiro do campeonato com 12 gols -um atrás do santista Kléber Pereira-, Adriano leva vantagem em quase todos os fundamentos levantados pelo Datafolha.
Apesar de estar um tento atrás do palmeirense na disputa pela artilharia, o camisa 10 do São Paulo arrisca mais conclusões e também as aproveita melhor. Chuta, em média, 3,8 bolas a gol por jogo, com aproveitamento de 42,1%. Alex Mineiro o faz 2,4 vezes, aproveitando 37,5% delas.
Na hora de driblar, o porte físico pesa. Adriano utiliza o recurso 3,1 vezes por partida, contra 0,8 do adversário.
A dependência são-paulina de seu centroavante também é maior. Ele recebe, em média, 30,9 bolas por jogo. Alex Mineiro é o alvo do time 23,9 vezes.
"Ele está até entendendo que tem que marcar, porque nos ajuda", diz Muricy, que viu o ex-Imperador da Inter de Milão chegar desacreditado -e sem custo para o clube na transação. O São Paulo banca apenas parte de seu salário.
Adriano é a jóia dentro de um planejamento torto feito para a temporada -o presidente do clube, Juvenal Juvêncio, reconheceu anteontem que ele é o único reforço que se salvou.
Entre brigas no elenco e contratações que não deram certo, Adriano, de cetro e coroa em mãos, joga no Parque Antarctica para reinar no São Paulo e destronar o Palmeiras.


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