São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008

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JUCA KFOURI

Bom dia, "professores"!

Como terão dormido os técnicos da decisão, Muricy Ramalho, o melhor do país, e Vanderlei Luxemburgo?

NÃO PODE ter sido uma noite das mais tranqüilas.
Nem Muricy Ramalho, eleito nos últimos três anos como o melhor técnico do Brasil, nem Vanderlei Luxemburgo, que já foi, dormiram bem diante da responsabilidade que os aguarda logo mais, no Palestra Itália.
Muricy deve ter até saído da cama durante a madrugada e estapeado um ou dois pernilongos que teimavam em ficar zunindo em seus ouvidos, logo apelidados de Valdivia e Lenny, seus pesadelos.
Luxemburgo, antes de tentar conciliar o sono, deve ter feito as unhas, embora frustrado por saber que não se reencontrará no gramado com a sua última grande paixão, o coronel Marinho.
As dúvidas que atormentam Muricy não são poucas: terá seu time o mesmo espírito, a mesma pegada do domingo passado? Se tiver, mais uma vez o favoritismo do adversário pode ir por água abaixo.
Se o empate basta, deve escalar Borges para fazer dupla com o Imperador ou é melhor ficar com Dagoberto? E, se o Palmeiras vier com Wendel, e não com Martinez, que marca menos, não será mesmo melhor ser mais ofensivo?
Quem escalar para pegar Valdivia, o chileno, não o pernilongo? O anistiado Fábio Santos, mais lento, ou Hernanes, aparentemente mais indicado? Mas, e aí, qual será o sacrifício criativo e ofensivo ao abrir mão de alguém como Hernanes mais solto?
Terá Luxemburgo a ousadia de entrar com Lenny desde o começo, para abrir o jogo pelos flancos como fez nos 25 minutos finais do jogo no Morumbi, pergunta-se o técnico tricolor, pergunta que também o alviverde se faz.
As únicas certeza de Muricy são a de que a responsabilidade de Luxemburgo será maior, porque é comandante de um time com mais opções e bem mais caro, sobre o qual se criou a expectativa do título quase obrigatório, algo que, na verdade, não existe em futebol.
E a outra é a certeza de que se perder a cornetagem voltará a atormentar mais seus ouvidos do que os pernilongos da madrugada.
Se bem que de cornetas ninguém entende mais que Luxemburgo, pressionado pela obrigação que ele mesmo se impôs ao jamais perder um jogo por qualidade do adversário ou deficiência sua, mas, apenas, por causa de erros de terceiros, em regra da arbitragem, às vezes do "meu" zagueiro, quando não do coronel, que, como tantos jornalistas, o persegue diuturna e implacavelmente.
Os dados estão lançados, e os "professores", mal dormidos, terão uma tarde cheia pela frente. A coluna ainda aposta no Verdão.

"Professores" alvinegros
Emerson Leão tirou leite de pedra e acabou por conduzir o Santos para uma classificação heróica e histórica na Libertadores, embora os limites do seu time sejam óbvios.
Já os limites enfrentados por Mano Menezes são bóvios, apesar de ele insistir com os mesmos de sempre e esteja parecendo aqueles diretores de cinema brasileiro de uma certa época, que davam entrevistas muito melhores do que os filmes que faziam.
O pior, em seu caso, é que a turma que o cerca não ajuda, ao contrário.


blogdojuca@uol.com.br

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