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JUCA KFOURI
Bom dia, "professores"!
Como terão dormido os técnicos da decisão, Muricy Ramalho, o melhor do país, e Vanderlei Luxemburgo?
NÃO PODE ter sido uma noite
das mais tranqüilas.
Nem Muricy Ramalho,
eleito nos últimos três anos como o
melhor técnico do Brasil, nem Vanderlei Luxemburgo, que já foi, dormiram bem diante da responsabilidade que os aguarda logo mais, no
Palestra Itália.
Muricy deve ter até saído da cama
durante a madrugada e estapeado
um ou dois pernilongos que teimavam em ficar zunindo em seus ouvidos, logo apelidados de Valdivia e
Lenny, seus pesadelos.
Luxemburgo, antes de tentar conciliar o sono, deve ter feito as unhas,
embora frustrado por saber que não
se reencontrará no gramado com a
sua última grande paixão, o coronel
Marinho.
As dúvidas que atormentam Muricy não são poucas: terá seu time o
mesmo espírito, a mesma pegada do
domingo passado? Se tiver, mais
uma vez o favoritismo do adversário
pode ir por água abaixo.
Se o empate basta, deve escalar
Borges para fazer dupla com o Imperador ou é melhor ficar com Dagoberto? E, se o Palmeiras vier com
Wendel, e não com Martinez, que
marca menos, não será mesmo melhor ser mais ofensivo?
Quem escalar para pegar Valdivia,
o chileno, não o pernilongo? O anistiado Fábio Santos, mais lento, ou
Hernanes, aparentemente mais indicado? Mas, e aí, qual será o sacrifício criativo e ofensivo ao abrir mão
de alguém como Hernanes mais solto?
Terá Luxemburgo a ousadia de
entrar com Lenny desde o começo,
para abrir o jogo pelos flancos como
fez nos 25 minutos finais do jogo no
Morumbi, pergunta-se o técnico tricolor, pergunta que também o alviverde se faz.
As únicas certeza de Muricy são a
de que a responsabilidade de Luxemburgo será maior, porque é comandante de um time com mais opções e bem mais caro, sobre o qual se
criou a expectativa do título quase
obrigatório, algo que, na verdade,
não existe em futebol.
E a outra é a certeza de que se perder a cornetagem voltará a atormentar mais seus ouvidos do que os pernilongos da madrugada.
Se bem que de cornetas ninguém
entende mais que Luxemburgo,
pressionado pela obrigação que ele
mesmo se impôs ao jamais perder
um jogo por qualidade do adversário
ou deficiência sua, mas, apenas, por
causa de erros de terceiros, em regra
da arbitragem, às vezes do "meu" zagueiro, quando não do coronel, que,
como tantos jornalistas, o persegue
diuturna e implacavelmente.
Os dados estão lançados, e os
"professores", mal dormidos, terão
uma tarde cheia pela frente.
A coluna ainda aposta no Verdão.
"Professores" alvinegros
Emerson Leão tirou leite de pedra e acabou por conduzir o Santos
para uma classificação heróica e
histórica na Libertadores, embora
os limites do seu time sejam óbvios.
Já os limites enfrentados por
Mano Menezes são bóvios, apesar
de ele insistir com os mesmos de
sempre e esteja parecendo aqueles
diretores de cinema brasileiro de
uma certa época, que davam entrevistas muito melhores do que os filmes que faziam.
O pior, em seu caso, é que a turma
que o cerca não ajuda, ao contrário.
blogdojuca@uol.com.br
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