São Paulo, domingo, 20 de abril de 2008

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Mano já tem legião de críticos

Após fracasso no Paulista e derrota na Copa do Brasil, técnico tem trabalho contestado por cartolas

Queixas vão desde o modo como ele escala a equipe, considerado defensivo, até o fato de insistir em atletas que não vingaram no clube

EDUARDO ARRUDA
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

Mano Menezes recebeu nota 10 de Andres Sanchez, mas já perdeu pontos com outros cartolas. O treinador, que chegou com pompa de salvador, já tem seu trabalho contestado.
A origem das críticas são diretores e conselheiros, de situação e de oposição, e até de alguns membros da cúpula do clube. Por enquanto, Mano ainda recebe o respaldo de Andres, de Mário Gobbi, vice-presidente de futebol, e do diretor técnico de futebol, Antônio Carlos.
A principal queixa ao gaúcho é a forma como ele arma sua equipe, considerada muito defensiva, e a insistência em escalar alguns dos reforços que indicou, como Bóvio, Perdigão, Marcel e Herrera.
No início da temporada, ele disse, ao justificar a indicação de jogadores, que em horas decisivas saberia que poderia contar com eles. Após a eliminação no Paulista e a derrota para o Goiás por 3 a 1 no jogo de ida das oitavas-de-final da Copa do Brasil, porém, a previsão de Mano não se confirma.
Em ao menos dois duelos decisivos, dois homens de confiança do técnico o deixaram na mão. No clássico contra o Santos, pelo Paulista, Perdigão "deu" um gol ao rival ao errar numa saída de bola. Bóvio fez o mesmo diante dos goianos.
"Não me decepciono nem me empolgo tão rápido. Quando as coisas vão bem, aparecerem heróis, mas treinador não vive de herói, porque sabe que, no segundo momento, há uma queda de produção natural. E o contrário também é verdadeiro", afirmou o técnico.
Mano indicou 9 dos 15 reforços corintianos que disputaram o Estadual. E cinco deles chegaram ao time rebaixado à Série B do Nacional após realizarem temporadas sem brilho nos ex-clubes. São os casos de Bóvio, Perdigão, Marcel, Herrera, Valença e Alessandro.
Apesar de defender seus comandados, o próprio Mano pediu reforços de qualidade. "Sem investimento não há milagre", afirmou o técnico na sexta-feira, um dia após cartolas do clube exigirem melhor futebol.
Uma outra bronca em relação a Mano é o fato de, em alguns jogos, ele ter treinado com uma equipe e ter ido a campo com escalação diferente.
Fora do departamento de futebol as críticas ao treinador são cada vez mais estridentes. Chega-se inclusive a comentar o comportamento de Mano nas entrevistas coletivas, considerado muito "bonzinho".
Em meio às queixas, sobra até para a defesa, o ponto forte do time. Os cartolas reclamam que, quando a partida é decisiva, o setor fraqueja.


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