São Paulo, segunda-feira, 20 de abril de 2009

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Sem Kers e sem difusor, Vettel triunfa na China

Alemão vence seu segundo GP e encerra supremacia da Brawn na temporada

Red Bull faz dobradinha e obtém seu primeiro êxito na F-1, em nova corrida ditada por chuva intensa, safety car e o fiasco dos times grandes

TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A XANGAI

Nem o sangue que insistia em escorrer de seu polegar direito incomodava Sebastian Vettel ontem. Também pudera. Ele havia se cortado no pódio, enquanto erguia o troféu pela vitória no GP da China, terceira corrida do Mundial de F-1.
O triunfo, segundo de sua breve carreira de 29 GPs na categoria, teve sabor especial. Foi o primeiro da Red Bull, que festejou ainda o segundo lugar do australiano Mark Webber.
"É inacreditável. Estou extremamente feliz e orgulhoso", falou o alemão de 21 anos.
A dobradinha em Xangai serviu para jogar por terra o discurso de algumas equipes que, nas últimas semanas, reclamavam da falta de competitividade pela ausência do Kers ou dos "difusores de dois andares".
Sem contar com o sistema que armazena a energia cinética despendida durante freadas e a transforma em potência e sem o apêndice na traseira dos carros que produz mais pressão aerodinâmica e lhes dá mais estabilidade, a Red Bull provou que não há favoritos nesta nova F-1 que se desenha em 2009.
"Temos um ótimo carro, um ótimo time, excelentes pilotos e um difusor simples com um novo a caminho. Então estamos muito bem", disse Christian Horner, chefe da equipe.
"Foi mais uma prova dramática desta temporada, que tem se mostrado muito empolgante", afirmou Ross Brawn, dono da equipe que leva seu nome e que, até chegar à China, tinha 100% de aproveitamento, com duas poles e duas vitórias.
"Sabemos, pelo que aconteceu na Austrália, qual é a fantástica sensação de conseguir uma dobradinha. Tenho certeza de que eles [Red Bull] vão aproveitar cada minuto", declarou o dono da Brawn, que ontem teve que se contentar com o terceiro lugar de Jenson Button e com a quarta colocação de Rubens Barrichello.
O resultado manteve a dupla em primeiro e segundo no Mundial de Pilotos, que agora tem Vettel em terceiro lugar.
Se, nas duas etapas anteriores, o safety car já havia aparecido ao menos em algum momento da prova, ontem, por causa da chuva, até a largada teve de ser dada com os F-1 em fila atrás do carro madrinha.
Foram sete voltas assim até que ele saísse da pista. Vettel, Webber, Barrichello e Button mantiveram as posições em que haviam largado até o décimo giro, quando o brasileiro errou e permitiu que seu companheiro o ultrapassasse.
Sem ninguém à frente para atrapalhar sua visibilidade, Vettel abriu vantagem sobre Webber. Quando o australiano parou para seu pit stop, na 14ª volta, o alemão já tinha 6 segundos de folga, o que lhe permitiu fazer sua parada com tranquilidade, no giro seguinte.
Um pouco mais pesados que a dupla da Red Bull, os pilotos da Brawn foram aos boxes quatro voltas mais tarde, durante nova entrada do safety car na pista, por conta de um acidente entre Robert Kubica e Jarno Trulli. Button voltou à frente de Webber e lá permaneceu até errar e ceder a ultrapassagem.
Os dois ainda trocaram de posição duas vezes, enquanto Vettel seguia firme na liderança, mesmo sob chuva intensa.
A segunda rodada de pit stops não alterou as posições, que continuaram as mesmas até a bandeirada final, após quase duas horas de prova.
"Foi uma corrida muito difícil. Tinha muita água na pista", disse Vettel, que ainda contou com a sorte após Sébastien Buemi acertar sua traseira, na 18ª volta. "Eu me assustei porque vi um carro lento e brequei. Não vi o Sébastien vindo e peço desculpas pelo que aconteceu", falou, enquanto lambia o dedo para estancar o sangue.
"Todas essas alternativas estão fazendo este campeonato emocionante", disse Vettel, que em 2008 já havia dado à Toro Rosso sua primeira vitória na F-1. "Os carros são novos e estão bem diferentes do que eram. Nós só estamos no começo do desenvolvimento deles. Portanto, a nossa curva só tende a subir", afirmou o vencedor.


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