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Sem Kers e sem difusor, Vettel triunfa na China
Alemão vence seu segundo GP e encerra supremacia da Brawn na temporada
Red Bull faz dobradinha e obtém seu primeiro êxito na F-1, em nova corrida ditada por chuva intensa, safety car e o fiasco dos times grandes
TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A XANGAI
Nem o sangue que insistia
em escorrer de seu polegar direito incomodava Sebastian
Vettel ontem. Também pudera.
Ele havia se cortado no pódio,
enquanto erguia o troféu pela
vitória no GP da China, terceira
corrida do Mundial de F-1.
O triunfo, segundo de sua
breve carreira de 29 GPs na categoria, teve sabor especial. Foi
o primeiro da Red Bull, que festejou ainda o segundo lugar do
australiano Mark Webber.
"É inacreditável. Estou extremamente feliz e orgulhoso",
falou o alemão de 21 anos.
A dobradinha em Xangai serviu para jogar por terra o discurso de algumas equipes que,
nas últimas semanas, reclamavam da falta de competitividade pela ausência do Kers ou dos
"difusores de dois andares".
Sem contar com o sistema
que armazena a energia cinética despendida durante freadas
e a transforma em potência e
sem o apêndice na traseira dos
carros que produz mais pressão
aerodinâmica e lhes dá mais estabilidade, a Red Bull provou
que não há favoritos nesta nova
F-1 que se desenha em 2009.
"Temos um ótimo carro, um
ótimo time, excelentes pilotos
e um difusor simples com um
novo a caminho. Então estamos muito bem", disse Christian Horner, chefe da equipe.
"Foi mais uma prova dramática desta temporada, que tem
se mostrado muito empolgante", afirmou Ross Brawn, dono
da equipe que leva seu nome e
que, até chegar à China, tinha
100% de aproveitamento, com
duas poles e duas vitórias.
"Sabemos, pelo que aconteceu na Austrália, qual é a fantástica sensação de conseguir
uma dobradinha. Tenho certeza de que eles [Red Bull] vão
aproveitar cada minuto", declarou o dono da Brawn, que ontem teve que se contentar com
o terceiro lugar de Jenson Button e com a quarta colocação de
Rubens Barrichello.
O resultado manteve a dupla
em primeiro e segundo no
Mundial de Pilotos, que agora
tem Vettel em terceiro lugar.
Se, nas duas etapas anteriores, o safety car já havia aparecido ao menos em algum momento da prova, ontem, por
causa da chuva, até a largada teve de ser dada com os F-1 em fila atrás do carro madrinha.
Foram sete voltas assim até
que ele saísse da pista. Vettel,
Webber, Barrichello e Button
mantiveram as posições em
que haviam largado até o décimo giro, quando o brasileiro errou e permitiu que seu companheiro o ultrapassasse.
Sem ninguém à frente para
atrapalhar sua visibilidade,
Vettel abriu vantagem sobre
Webber. Quando o australiano
parou para seu pit stop, na 14ª
volta, o alemão já tinha 6 segundos de folga, o que lhe permitiu fazer sua parada com
tranquilidade, no giro seguinte.
Um pouco mais pesados que
a dupla da Red Bull, os pilotos
da Brawn foram aos boxes quatro voltas mais tarde, durante
nova entrada do safety car na
pista, por conta de um acidente
entre Robert Kubica e Jarno
Trulli. Button voltou à frente
de Webber e lá permaneceu até
errar e ceder a ultrapassagem.
Os dois ainda trocaram de
posição duas vezes, enquanto
Vettel seguia firme na liderança, mesmo sob chuva intensa.
A segunda rodada de pit
stops não alterou as posições,
que continuaram as mesmas
até a bandeirada final, após
quase duas horas de prova.
"Foi uma corrida muito difícil. Tinha muita água na pista",
disse Vettel, que ainda contou
com a sorte após Sébastien
Buemi acertar sua traseira, na
18ª volta. "Eu me assustei porque vi um carro lento e brequei.
Não vi o Sébastien vindo e peço
desculpas pelo que aconteceu",
falou, enquanto lambia o dedo
para estancar o sangue.
"Todas essas alternativas estão fazendo este campeonato
emocionante", disse Vettel, que
em 2008 já havia dado à Toro
Rosso sua primeira vitória na
F-1. "Os carros são novos e estão bem diferentes do que
eram. Nós só estamos no começo do desenvolvimento deles.
Portanto, a nossa curva só tende a subir", afirmou o vencedor.
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