São Paulo, sexta-feira, 20 de maio de 2011

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XICO SÁ

O drama de Muller


Todo gasto com mulher é lucro para o espírito. Não tenha esse arrependimento com as fêmeas


AMIGO TORCEDOR, amigo secador, ao ler sobre o drama do ex-jogador Muller, não tem como não lembrar do "Quinto Beatle", como era chamado no Reino Unido o rebelde George Best (1946-2005). "Gastei com mulheres, com carros e etc. Gastei com vaidades pessoais", relatou o ex-boleiro de São Paulo e Palmeiras ao "Marca Brasil".
Conta que vive na penúria, mora de favor, 20 automóveis ficaram na poeira do desperdício e hoje não tem, como milhões de cidadãos comuns, nem mesmo plano de saúde. Evidentemente um enredo dramático, comum no futebol, uma espécie de Síndrome de Garrincha. O que me chama a atenção, porém, é o gasto com mulheres. As crias das nossas costelas sempre são demonizadas nessa hora. As mulheres, as mulheres, as mulheres. Sejam elas amadoras, profissionais ou marias-chuteiras.
Caro Muller, com todo respeito ao seu momento, se tem um dinheiro bem gasto na vida é com as damas. E, graças a Deus, somos bestas nessa hora. É uma dádiva. Às moças, mimos e champanhe. Seja você um barnabé da Cobal ou um herdeiro de Onasis, o importante é passar sempre um clima de "O Grande Gatsby" diante delas.
Todo gasto com mulher é lucro para o espírito. É fazer girar o capital erótico, como diria o poeta e psicanalista Hélio Pellegrino. Daí lembramos do craque George Best, um dos maiores da Inglaterra: "Gastei muita grana com mulheres, bebida e carros. O resto eu desperdicei".
Não tenhas esse arrependimento, caro Muller. Quanto aos outros capítulos do seu infortúnio, como os falsos amigos, aí são outros 500. Eles existem e estão sempre afiando a faca na pedra de amolar ingratidões. Boa sorte, amigo, e que o destino seja mais generoso daqui por diante.

O DRAMA DO SANTOS
É no drama, e não na comédia ligeira das facilidades, que se forja um campeão. Assim tem sido o Santos nesta Libertadores.
Na primeira fase, era favorito absoluto e lhe coube um bom castigo no purgatório. No embate contra o Once Caldas, o carrasco das Américas, o mesmo final para fazer bater os dentes, de frio e de temor, na noite de quarta. Pode até não triunfar sobre todas as cordilheiras latinas, mas está com cara. Não só pelo futebol. Também pelo enredo dramático.
Inclusive com um personagem heroico que flerta, em alguns instantes, com o abismo da vilania, como foi o caso do Neymar diante do pênalti perdido.

xico.folha@uol.com.br

@xicosa


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