São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 2002

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QUARTAS/ AMANHÃ

Seleção contou com apoio maciço dos japoneses nas 4 partidas que disputou

Força das arquibancadas faz Inglaterra se sentir em casa

DO ENVIADO ESPECIAL A TSUNA

Campeã do mundo apenas em 1966, quando atuou em casa, a Inglaterra sonha em repetir o feito agora, novamente ""em casa".
Nos quatro primeiros jogos, contra suecos, argentinos, nigerianos e dinamarqueses, contou com o apoio de mais de 80% dos torcedores presentes, o que foi comemorado por seus jogadores.
""Nunca imaginava que os japoneses fossem torcer tanto pela gente. A sensação é de estarmos jogando na Inglaterra", constatou o zagueiro Sol Campbell.
""Perdemos a [sede da" Copa de 2006 [para a Alemanha", mas ganhamos a de 2002. O povo japonês nos faz sentir em casa, parece que estou em Manchester", acrescentou o meia David Beckham.
Mas amanhã pode não ser bem assim. A torcida brasileira certamente será maior do que a dos quatro primeiros adversários dos ingleses, e o time de Scolari terá mais apoio dos japoneses do que argentinos e dinamarqueses.
""Brasil e Inglaterra têm carisma, são duas potências do futebol, e o japonês vai se dividir mais do que nos outros jogos, quando a grande maioria estava conosco", afirmou Gareth Southgate, zagueiro do Middlesbrough.
A divisão da torcida japonesa, no entanto, não deve ser meio a meio. Pesquisa de uma emissora de TV inglesa em Shizuoka indica que 44,6% dos japoneses preferem a equipe inglesa, enquanto 32,9% torcem por vitória brasileira. Os demais não responderam ou disseram estar indiferentes.
Uma das possíveis explicações para a vantagem é o fato de só o Campeonato Inglês ser transmitido para o Japão. Além disso, a mídia local cobre mais o futebol europeu do que o sul-americano.
Outra deve-se ao comportamento da torcida européia nos primeiros jogos da Copa. Antes do início do torneio, os japoneses temiam a presença de ""hooligans" no país e atos de vandalismo, especialmente nos jogos da Inglaterra. Como nada de mais grave aconteceu, a imagem do torcedor inglês foi melhorando após cada partida do time.
Apesar da vantagem, os ingleses ficaram preocupados com a quantidade de camisas amarelas em Brasil x Bélgica, quando Kobe apoiou em peso a equipe de Scolari, e têm tentado mais do que nunca cativar os japoneses.
A imagem de Beckham tem sido explorada ao máximo. O ídolo foi liberado pela federação inglesa para dar entrevistas à TV japonesa e pedir o apoio do público local para a Inglaterra, ainda mais agora que o Japão caiu fora da Copa.
Cientes de que só em Hamamatsu, onde está concentrado o time brasileiro, a 40 minutos do estádio de Shizuoka, há mais de 16 mil brasileiros, os ingleses estão distribuindo bandeiras, camisas, fotos autografadas dos jogadores -especialmente de Beckham-, entre outros brindes, num local que apelidaram de ""Little England" -""Pequena Inglaterra". (JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)



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