São Paulo, quinta-feira, 20 de junho de 2002

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VÔLEI

Após pedido de dispensa de cinco titulares, Marco Aurélio Motta antecipa mudanças no time e prevê dificuldades

Treinador renova seleção e já descarta pódio na temporada

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção feminina de vôlei não deve subir no pódio neste ano. A previsão é do homem encarregado de torná-la competitiva até a próxima Olimpíada, em Atenas-2004, Marco Aurélio Motta.
Depois de ver cinco de suas jogadoras titulares pedirem dispensa -Virna, por problemas pessoais, Fofão, Érika, Walewska e Raquel, por dificuldades de relacionamento com ele-, o treinador, com aval da CBV, optou por antecipar a renovação da seleção, que gostaria de fazer aos poucos.
Ontem, o técnico convocou três campeãs do Mundial juvenil de 2001 para completar o grupo -Sassá, 19, Sheila, 18, e Ciça, 20.
"Não podemos ficar olhando para o próprio umbigo agora. A possibilidade de estarmos no pódio no Grand Prix [a partir do dia 12" e no Mundial [em agosto, na Alemanha" está realmente comprometida," afirmou o treinador.
"Não vou dar prazo para começar a obter resultados. Teremos um ou dois anos difíceis. Mas o nosso investimento agora é para conseguirmos resultados a médio e longo prazo", completou ele.
Motta definiu o nome das novas convocadas após reuniões com o técnico da seleção juvenil, Wadson Lima, e da infanto-juvenil, Antônio Rizola. Para eles, o Brasil voltará a ter uma geração vencedora em dois ou três anos.
Das atletas que formam o grupo de Motta hoje, a mais "rodada" é Karin. A meio-de-rede, de 30 anos, é a única que esteve na equipe do bronze em Sydney-2000.
Mais velha do time, aos 32 anos, a líbero Arlene estreou com a camisa da seleção nesta posição na Volley Masters, há duas semanas.
Antes dos pedidos de dispensa, Motta já havia cortado a ponta Elisângela, uma das mais experientes do grupo, por indisciplina. Convocou Paula Pequeno, campeã mundial juvenil em 2001.
Caberá a ela e a Jaqueline, melhor atacante do Mundial da República Dominicana, substituir as principais atacantes do time anterior -Virna e Érika.
Mas é a perda de Fofão a mais lamentada pelo técnico brasileiro.
"A levantadora comanda o time, o jogo passa pelas mãos dela. Além disso, a Fofão é uma jogadora que não tem um histórico de problemas. Não sei o que a motivou [a pedir dispensa"", afirmou.
A posição de levantadora, a mais carente de renovação no país atualmente, será ocupada por Marcelle ou Fabiana Berto. A segunda foi a mais testada por Motta desde que assumiu a equipe, em 2000, para ser reserva de Fofão, e foi um dos destaques do Rexona na última Superliga.
Já Marcelle passou a temporada recuperando-se de uma contusão.



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