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AUTOMOBILISMO
Em relatório divulgado nesta semana, entidade que comanda a categoria diz que já contratou empresa
Cheia de dívidas, Indy se coloca à venda
TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Cart, entidade que dirige a
Indy, está atrás de um comprador. Em relatório endereçado a
seus investidores divulgado nesta
semana, a empresa afirma que até
já contratou uma firma de Wall
Street, a Bear Stearns & Company, para cuidar da negociação.
Atolada em dívidas, que segundo a imprensa americana passam
dos US$ 100 milhões, e sem conseguir sair da pior crise da história, a Cart admite até que não sabe
se haverá campeonato em 2005.
"Esperamos que o dinheiro que
temos em caixa, o que ganharemos e os empréstimos bancários
sejam suficientes para nossas necessidades durante 2004", afirma
o documento. "Mas antecipamos
que até o final de 2004 nossas reservas estarão esgotadas."
Para ter uma idéia, as ações da
Cart na Bolsa de Valores de Nova
York, que chegaram a ser cotadas
a US$ 33 em 1998, ontem, por
exemplo, foram vendidas a US$
2,66, desvalorização de 92%.
Um dos possíveis compradores
seria o inglês Bernie Ecclestone,
homem-forte da F-1, que no último final de semana se encontrou
com Chris Pook, presidente da
Cart, em Montréal. Também estava na reunião Craig Pollock, ex-dirigente da BAR, que atualmente
é dono da PK Racing, na Indy.
No ano passado, Ecclestone já
havia confirmado que tinha interesse em comprar parte das ações
da Cart para transformar a Indy
numa "categoria escola" da F-1,
no lugar da decadente F-3000.
A compra da Indy seria ainda
uma manobra política de Ecclestone. Pressionado pelas montadoras da F-1, que descontentes
com a distribuição de verbas na
categoria ameaçam criar um
campeonato paralelo, Ecclestone
teria mais margem de manobra
para negociar com as empresas.
Pollock também aparece como
possível comprador, mas a probabilidade é que ele seja alçado a
principal dirigente da Indy, caso
Ecclestone assuma o controle.
No relatório, a Cart busca explicar as razões de estar sucumbindo
à crise financeira. Segundo a entidade, o principal motivo de não
conseguir gerar receita é o fato de
que suas principais fontes de renda não têm produzido resultados:
os direitos de TV, os patrocinadores e o dinheiro ganho nas corridas. Como não teve êxito ao negociar com as TVs a exibição das
suas provas, a Cart arrumou uma
outra solução. Comprou o espaço
e tem arcado com todos os custos
de produção. E tenta agora lucrar
com a publicidade.
Além disso, os organizadores de
corridas começaram a desistir de
receber provas da Indy por causa
do alto custo. Para manter mercados importantes, a entidade assumiu também a organização de alguns eventos. Nos que promoveu
em 2003 (Inglaterra e Alemanha),
teve prejuízo de US$ 3,1 milhões.
Como se não bastasse, a Cart
ainda se viu obrigada a oferecer
dinheiro para que as equipes colocassem carros no grid, caso contrário não alcançaria um número
mínimo de competidores. Ficou
acertado que a entidade paga, por
corrida, até US$ 42.500 por carro.
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