Falta o técnico ver que Juninho é opção melhor do que Zé Roberto

PELAS SUAS recentes declarações e pelas substituições feitas nos dois jogos, Parreira deve ter descoberto o que já deveria saber antes da Copa: que Robinho é uma excelente opção, principalmente no segundo tempo, e que Emerson nunca jogou de primeiro volante, mais atrás.
Nos jogos em que o Brasil estiver vencendo, e o adversário adiantar a marcação, pressionar e colocar mais atacantes, como fizeram a Croácia e a Austrália no segundo tempo, Robinho, com sua velocidade e habilidade, será um grande trunfo no contra-ataque. Isso não impede que ele possa se tornar titular nos próximos jogos.
Emerson sempre atuou um pouco mais à frente, desarmando no meio-campo. Para ser quase um terceiro zagueiro, como quer Parreira, é melhor Gilberto Silva. Daí a sua entrada contra a Austrália.
Mas prefiro o time com Emerson pressionando na marcação. Essa é a sua grande qualidade.
Pelo fato de Emerson ter jogado muito atrás, o Brasil deixou os medianos times da Croácia e da Austrália tocarem demais a bola e finalizarem várias vezes perto da área. Contra equipes mais fortes, será um grande risco.
O Brasil não tomou gol nos dois jogos muito mais por causa da boa atuação individual dos zagueiros e de Dida e da ruindade dos atacantes adversários do que por uma boa marcação coletiva. O australiano Viduka foi o terceiro zagueiro brasileiro.
Falta ainda Parreira descobrir que Juninho é uma opção melhor do que Zé Roberto, que tem jogado bem, mas sem brilho. Zé Roberto se limita a cercar, desarmar e tocar a bola curta para o lado. É pouco para um armador da seleção brasileira.

Diversão Antes do jogo entre Brasil e Austrália, enquanto assistia à partida Croácia x Japão na sala de imprensa do estádio, observava a alegria e o largo sorriso do cronista e escritor João Ubaldo Ribeiro digitando em seu computador.
Ele se divertia com o seu texto, da mesma forma que Ronaldinho Gaúcho se diverte com a bola no campo. Por esse e outros motivos os dois são grandes craques.