São Paulo, quarta-feira, 20 de junho de 2007

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Justiça exclui preferido de Rodrigo Pessoa do Pan

Liminar põe Vitor Alves Teixeira na equipe de hipismo; confederação recorrerá

"Europeu" Pedro Veniss havia sido confirmado no sábado para estar nos Jogos mesmo sem ter passado por competições classificatórias


FABIO GRIJÓ
DA SUCURSAL DO RIO

A Justiça comum excluiu o cavaleiro tido como "inquestionável" por Rodrigo Pessoa, campeão olímpico em 2004, da equipe de saltos do Pan e pôs Vitor Alves Teixeira no time. Cabe recurso da decisão.
No sábado, Pedro Veniss foi confirmado pela chefe de equipe, Lúcia Santa Cruz, que viajou a Cannes (França) para acompanhar o desempenho do "europeu", convocado por critério subjetivo. Ele não disputou as seletivas no Brasil.
Ontem, Teixeira obteve liminar à medida cautelar pela qual questionava o índice técnico nas seletivas do hipismo para os Jogos. Sem a "nota de corte" de 28 pontos perdidos, o cavaleiro garante vaga no Pan.
Nas seletivas, encerradas no dia 3, apenas César Almeida ficou abaixo do teto de pontuação. Restaram duas vagas -além de Veniss, foi chamada Karina Johannpeter, terceira colocada no classificatório. Teixeira tinha ficado em segundo.
A CBH (Confederação Brasileira de Hipismo) anunciou o índice técnico em 9 de abril, 40 dias antes do início das seletivas, o que contraria o Estatuto do Torcedor. A lei prevê prazo máximo de 45 dias anteriores à competição para alteração na regra de disputa.
Rodrigo Pessoa e Bernardo Alves estavam pré-classificados desde fevereiro, quando a CBH excluiu provas na Europa como classificatórias para o Pan e estabeleceu São Paulo e Rio como sedes das seletivas.
A decisão desagradou a Pessoa e aos cavaleiros brasileiros radicados na Europa, como Veniss. Em março, Pessoa anunciou que não iria ao Pan. Mudou de idéia no último dia 8, cinco dias após a seletiva.
"A Justiça fez valer o que estava escrito no regulamento [em fevereiro]. Fez justiça a um cavaleiro que foi à pista, foi competitivo e, de repente, viu a regra mudada. Já me sinto vencedor mesmo se houver recurso [da CBH]", disse Teixeira.
Segundo o presidente da CBH, Mauricio Manfredi, a medida cautelar continha "inverdades". "Dizia que a decisão de instituir o índice técnico foi única do presidente. Ouvi o departamento técnico e o diretor de saltos. Essa liminar não é digna de preocupação. Essas inverdades serão facilmente comprovadas", afirmou.
De acordo com a liminar deferida pela juíza Maria Cristina de Brito Lima, da 5ª Vara Cível Regional da Barra, no Rio, a entidade terá de pagar multa de R$ 50 mil a cada dia de descumprimento da decisão.
A Folha procurou Rodrigo Pessoa, mas seu empresário, André Beck, disse que ele não se pronunciaria. A reportagem foi informada de que Veniss dormia na hora em que foi procurado por telefone. Ele mora na Bélgica, com cinco horas a mais de fuso horário.
Lúcia Santa Cruz, ainda em Cannes, disse que só falaria sobre o caso hoje, quando deve chegar a São Paulo.


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