São Paulo, quarta-feira, 20 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Nenê retorna à seleção e pede diálogo

Pivô do Denver Nuggets, da NBA, critica falta de organização da confederação e planejamento tático do time nacional

Atleta sugere treinador estrangeiro na comissão técnica e joga Pré-Olímpico de Las Vegas, que distribui duas vagas para Pequim-08


FABRÍCIO FREIRE GOMES
DA FOLHA RIBEIRÃO, EM SÃO CARLOS

Após quatro anos fora da seleção brasileira, o pivô Nenê, do Denver Nuggets (NBA), anunciou ontem que vai jogar o Pré-Olímpico, de 22 de agosto a 2 de setembro, em Las Vegas (EUA).
Apesar de dizer que quer começar "nova vida" na seleção, ele disse que falta organização e diálogo na CBB (Confederação Brasileira de Basquete) e criticou o planejamento tático do time do técnico Lula Ferreira.
"Falta diálogo. Precisa discutir a estrutura do jogador de treinamento, transporte, alimentação e segurança", afirmou Nenê, que disse que sua principal motivação é ajudar o Brasil a conseguir, depois de ficar fora de duas Olimpíadas, disputar Pequim-2008.
O Pré-Olímpico terá dez equipes e vai classificar duas. Os maiores rivais do Brasil devem ser EUA e Argentina.
"Não posso ficar de braços cruzados. Se a seleção não participar agora [da Olimpíada], não sabemos onde vai terminar o basquete brasileiro", afirmou Nenê, que está otimista. "Os brasileiros todos se destacaram [na NBA]. Não temos medo de ninguém. Somos audaciosos."
Para obter a vaga, Nenê sugeriu mudanças na comissão técnica, com a vinda de treinadores estrangeiros. Citou Jarin Akana, ex-auxiliar técnico do Denver. "Não é tomar posse ou o lugar de ninguém, mas para acrescentar. Ele fala português e sabe muito da parte tática."
Nenê também disse que Lula não deveria colocar Leandrinho, que joga como segundo armador no Phoenix, como o armador principal. Para ele, essa função deveria ficar com Valtinho, do Uberlândia, que nem está entre os pré-convocados.
O pivô também disse que a seleção precisa de um melhor planejamento de treinos. Acredita que os atletas que jogam fora do país precisam de treinamento diferenciado para não chegarem esgotados ao torneio.
E criticou a falta de estrutura. "O Anderson [Varejão, do Cleveland] falou de um treino em que a tabela estava quase caindo e nenhum jogador podia enterrar. Não pode acontecer."
Apesar da enxurrada de críticas, para voltar a representar o Brasil, a única exigência de Nenê é que a CBB pague um seguro. A confederação informou que só está aguardando a NBA fornecer o valor do seguro.
Nenê, 24, que passa férias em São Carlos (SP) com a família, disse que não jogará o Pan, pois se recupera de lesão no joelho.
O presidente da CBB, Gerasime Bozikis, o Grego, em nota, elogiou o retorno do atleta de 2,11 m. "Estamos muito contentes com a atitude do Nenê de voltar a defender a seleção. A vinda dele fortalece a equipe."


Texto Anterior: Automobilismo: Kart de Hamilton é leiloado por 65 mil
Próximo Texto: Decisão: Franca e Uberlândia lutam por vaga na final
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.