|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Nenê retorna à seleção e pede diálogo
Pivô do Denver Nuggets, da NBA, critica falta de organização da confederação e planejamento tático do time nacional
Atleta sugere treinador
estrangeiro na comissão
técnica e joga Pré-Olímpico
de Las Vegas, que distribui
duas vagas para Pequim-08
FABRÍCIO FREIRE GOMES
DA FOLHA RIBEIRÃO, EM SÃO CARLOS
Após quatro anos fora da seleção brasileira, o pivô Nenê, do
Denver Nuggets (NBA), anunciou ontem que vai jogar o Pré-Olímpico, de 22 de agosto a 2 de
setembro, em Las Vegas (EUA).
Apesar de dizer que quer começar "nova vida" na seleção,
ele disse que falta organização e
diálogo na CBB (Confederação
Brasileira de Basquete) e criticou o planejamento tático do
time do técnico Lula Ferreira.
"Falta diálogo. Precisa discutir a estrutura do jogador de
treinamento, transporte, alimentação e segurança", afirmou Nenê, que disse que sua
principal motivação é ajudar o
Brasil a conseguir, depois de ficar fora de duas Olimpíadas,
disputar Pequim-2008.
O Pré-Olímpico terá dez
equipes e vai classificar duas.
Os maiores rivais do Brasil devem ser EUA e Argentina.
"Não posso ficar de braços
cruzados. Se a seleção não participar agora [da Olimpíada],
não sabemos onde vai terminar
o basquete brasileiro", afirmou
Nenê, que está otimista. "Os
brasileiros todos se destacaram
[na NBA]. Não temos medo de
ninguém. Somos audaciosos."
Para obter a vaga, Nenê sugeriu mudanças na comissão técnica, com a vinda de treinadores estrangeiros. Citou Jarin
Akana, ex-auxiliar técnico do
Denver. "Não é tomar posse ou
o lugar de ninguém, mas para
acrescentar. Ele fala português
e sabe muito da parte tática."
Nenê também disse que Lula
não deveria colocar Leandrinho, que joga como segundo armador no Phoenix, como o armador principal. Para ele, essa
função deveria ficar com Valtinho, do Uberlândia, que nem
está entre os pré-convocados.
O pivô também disse que a
seleção precisa de um melhor
planejamento de treinos. Acredita que os atletas que jogam
fora do país precisam de treinamento diferenciado para não
chegarem esgotados ao torneio.
E criticou a falta de estrutura. "O Anderson [Varejão, do
Cleveland] falou de um treino
em que a tabela estava quase
caindo e nenhum jogador podia
enterrar. Não pode acontecer."
Apesar da enxurrada de críticas, para voltar a representar o
Brasil, a única exigência de Nenê é que a CBB pague um seguro. A confederação informou
que só está aguardando a NBA
fornecer o valor do seguro.
Nenê, 24, que passa férias em
São Carlos (SP) com a família,
disse que não jogará o Pan, pois
se recupera de lesão no joelho.
O presidente da CBB, Gerasime Bozikis, o Grego, em nota,
elogiou o retorno do atleta de
2,11 m. "Estamos muito contentes com a atitude do Nenê
de voltar a defender a seleção. A
vinda dele fortalece a equipe."
Texto Anterior: Automobilismo: Kart de Hamilton é leiloado por 65 mil Próximo Texto: Decisão: Franca e Uberlândia lutam por vaga na final Índice
|