São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 2008

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"Não é frescura", afirma Leandrinho sobre lesão

Armador relata frustração por ficar fora da seleção

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Leandrinho, jogador do Phoenix Suns, da NBA, respondeu ontem às críticas do técnico Moncho Monsalve de que faltou boa vontade para defender a seleção de basquete no Pré-Olímpico Mundial, em julho. O armador afirmou estar machucado e que ficou chateado por não poder atuar pelo Brasil. "Não é frescura." (ALF)

 

FOLHA - Moncho Monsalve reclamou de que você não mandou notícias na segunda, data de sua reapresentação. O que ocorreu?
LEANDRINHO -
Naquele dia encerrei minha bateria de exames por volta de 14h aqui em Phoenix, 18h aí do Brasil. Estava, mais do que ninguém, chateado com os resultados, porque os médicos me disseram que que não poderia fazer nenhuma atividade física mais forte. Portanto, estava fora do Pré-Olímpico. Tentei falar com o Grego [Gerasime Bozikis, presidente da Confederação Brasileira de Basquete] por telefone e não consegui. Depois, falei com ele na terça. Como precisava dar resposta à CBB urgentemente, meu agente fez uma carta, porque os médicos dos Suns é que enviariam o relatório. Foi o que foi possível fazer naquele momento de tristeza e correria.

FOLHA - O treinador disse que não te convocaria mais devido à ausência desse relatório.
LEANDRINHO -
Os médicos dos Suns levaram os resultados dos exames com eles e se reuniram com os demais membros da equipe técnica para preparar um relatório e enviar à CBB. O documento ficou pronto terça, e eles enviaram hoje [ontem].

FOLHA - Moncho criticou os jogadores da NBA que pediram dispensa, dizendo que outros foram treinar na seleção mesmo machucados.
LEANDRINHO -
Respeito a opinião dele. Só eu, minha família e meus amigos mais próximos sabemos o quanto estou sofrendo por não poder ir ao Pré-Olímpico. Só quero que as pessoas saibam que sou uma pessoa como qualquer outra e minha história de vida não permite privilégios ou frescuras, para usar um termo mais popular. Estou machucado e não posso jogar uma partida de basquete. Só por isso não pude ajudar a seleção dentro da quadra. Porque, fora dela, vocês podem ter certeza de que estarei, como sempre estive, torcendo pela seleção e confiando na vaga.

FOLHA - O Brasil terá seis desfalques no Pré-Olímpico. Mesmo assim, você acredita, que o time possa se classificar para a Olimpíada?
LEANDRINHO -
Claro que acredito. O nível do basquete brasileiro vem melhorando muito a cada dia e podemos enfrentar qualquer seleção nesse Pré-Olímpico, de igual pra igual.

FOLHA - Moncho avisou que não convocará nenhum outro atleta, no caso de classificação olímpica. Você tinha expectativa de ir a Pequim?
LEANDRINHO -
Meu sonho sempre foi disputar uma Olimpíada pelo meu país. Respeito a decisão do treinador, porque ele é quem escolhe os atletas com quem quer contar. Sempre vou estar à disposição para servir a seleção. Desta vez, não posso ir porque estou machucado. Sinto dores mesmo quando não estou fazendo atividade física. Os médicos me disseram que, se não parar, tratar e resolver esse problema agora, corro sérios riscos na minha carreira como jogador. Participei de todos os 89 jogos do Phoenix nesta temporada da NBA, e essa sobrecarga causou meu problema. Infelizmente, tenho que parar.

FOLHA - Uma das críticas à seleção é que o país tem talentos individuais, mas não consegue atuar como equipe. Você concorda com isso?
LEANDRINHO -
Olha, é difícil falar sobre isso, porque todas as vezes que nos reunimos o clima era muito bom e não havia privilégios. É claro que, quando não se conseguem os resultados, ninguém fica sorrindo à toa por aí, mas nunca percebi nenhum problema maior.

FOLHA - O que você achou da contratação de um estrangeiro, o espanhol Moncho, para substituir Lula após o fracasso no Pré-Olímpico-07?
LEANDRINHO -
Quem realmente tem o poder de escolha é a CBB. É ela quem decide isso. A nós, jogadores, cabe colaborar e nos adaptarmos o mais rápido possível ao estilo de cada treinador da seleção brasileira.


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