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"Não é frescura", afirma Leandrinho sobre lesão
Armador relata frustração por ficar fora da seleção
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Leandrinho, jogador do
Phoenix Suns, da NBA, respondeu ontem às críticas do técnico Moncho Monsalve de que
faltou boa vontade para defender a seleção de basquete no
Pré-Olímpico Mundial, em julho. O armador afirmou estar
machucado e que ficou chateado por não poder atuar pelo
Brasil. "Não é frescura."
(ALF)
FOLHA - Moncho Monsalve reclamou de que você não mandou notícias na segunda, data de sua reapresentação. O que ocorreu?
LEANDRINHO - Naquele dia encerrei minha bateria de exames
por volta de 14h aqui em Phoenix, 18h aí do Brasil. Estava,
mais do que ninguém, chateado
com os resultados, porque os
médicos me disseram que que
não poderia fazer nenhuma atividade física mais forte. Portanto, estava fora do Pré-Olímpico. Tentei falar com o Grego
[Gerasime Bozikis, presidente
da Confederação Brasileira de
Basquete] por telefone e não
consegui. Depois, falei com ele
na terça. Como precisava dar
resposta à CBB urgentemente,
meu agente fez uma carta, porque os médicos dos Suns é que
enviariam o relatório. Foi o que
foi possível fazer naquele momento de tristeza e correria.
FOLHA - O treinador disse que não
te convocaria mais devido à ausência desse relatório.
LEANDRINHO - Os médicos dos
Suns levaram os resultados dos
exames com eles e se reuniram
com os demais membros da
equipe técnica para preparar
um relatório e enviar à CBB. O
documento ficou pronto terça,
e eles enviaram hoje [ontem].
FOLHA - Moncho criticou os jogadores da NBA que pediram dispensa, dizendo que outros foram treinar
na seleção mesmo machucados.
LEANDRINHO - Respeito a opinião dele. Só eu, minha família
e meus amigos mais próximos
sabemos o quanto estou sofrendo por não poder ir ao Pré-Olímpico. Só quero que as pessoas saibam que sou uma pessoa como qualquer outra e minha história de vida não permite privilégios ou frescuras, para
usar um termo mais popular.
Estou machucado e não posso
jogar uma partida de basquete.
Só por isso não pude ajudar a
seleção dentro da quadra. Porque, fora dela, vocês podem ter
certeza de que estarei, como
sempre estive, torcendo pela
seleção e confiando na vaga.
FOLHA - O Brasil terá seis desfalques no Pré-Olímpico. Mesmo assim, você acredita, que o time possa
se classificar para a Olimpíada?
LEANDRINHO - Claro que acredito. O nível do basquete brasileiro vem melhorando muito a cada dia e podemos enfrentar
qualquer seleção nesse Pré-Olímpico, de igual pra igual.
FOLHA - Moncho avisou que não
convocará nenhum outro atleta, no
caso de classificação olímpica. Você
tinha expectativa de ir a Pequim?
LEANDRINHO - Meu sonho sempre foi disputar uma Olimpíada
pelo meu país. Respeito a decisão do treinador, porque ele é
quem escolhe os atletas com
quem quer contar. Sempre vou
estar à disposição para servir a
seleção. Desta vez, não posso ir
porque estou machucado. Sinto dores mesmo quando não estou fazendo atividade física. Os
médicos me disseram que, se
não parar, tratar e resolver esse
problema agora, corro sérios
riscos na minha carreira como
jogador. Participei de todos os
89 jogos do Phoenix nesta temporada da NBA, e essa sobrecarga causou meu problema.
Infelizmente, tenho que parar.
FOLHA - Uma das críticas à seleção
é que o país tem talentos individuais, mas não consegue atuar como equipe. Você concorda com isso?
LEANDRINHO - Olha, é difícil falar sobre isso, porque todas as
vezes que nos reunimos o clima
era muito bom e não havia privilégios. É claro que, quando
não se conseguem os resultados, ninguém fica sorrindo à
toa por aí, mas nunca percebi
nenhum problema maior.
FOLHA - O que você achou da contratação de um estrangeiro, o espanhol Moncho, para substituir Lula
após o fracasso no Pré-Olímpico-07?
LEANDRINHO - Quem realmente
tem o poder de escolha é a CBB.
É ela quem decide isso. A nós,
jogadores, cabe colaborar e nos
adaptarmos o mais rápido possível ao estilo de cada treinador
da seleção brasileira.
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