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Principal estádio vira refém de possível greve
Trabalhadores do Soccer City querem ganhar mais
Ricardo Nogueira/Folha Imagem
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Vista interna do estádio Soccer City, em Johannesburgo, que deve ficar pronto em quatro meses
DOS ENVIADOS A PRETÓRIA
A maior obra da Copa do
Mundo de 2010 é avistada a
quilômetros de distância. A
imensa estrutura marrom é o
maior orgulho dos sul-africanos. E está quase pronta.
O Soccer City, estádio da
abertura e da final do Mundial,
tem previsão para estar funcionando em outubro e será um
dos cinco maiores do mundo.
Mas uma ameaça de paralisação dos 3.300 operários que
trabalham em seu acabamento
pode ameaçar esse prazo.
"Nós vamos nos reunir na
próxima segunda-feira e decidir se paramos ou não. Se não
tivermos aumento, é quase certo que vamos parar", afirmou
Mandia Ngomane, um dos chefes dos trabalhadores da obra,
iniciada em janeiro de 2007.
"É claro que nos orgulhamos
e estamos felizes de construir
este estádio, mas temos que ser
melhor recompensados", declarou Samuel Mbohane, um
dos operários da obra.
Os trabalhadores exigem aumento de 15%, mas a associação das construtoras sul-africanas (Safec) oferece 7%.
"É claro que isso é preocupante. Se eles pararem, os prazos podem ir por água abaixo",
afirmou Rod Pierce, gerente do
projeto do Soccer City.
Pierce falou, no entanto, que,
se houver paralisação e ela for
considerada ilegal pela Justiça,
os trabalhadores podem ser
substituídos. "Temos algumas
empresas subcontratadas que
podem nos atender", afirmou.
Já foram colocadas 92% das
cadeiras, e a cobertura marrom
está 90% pronta. Em setembro,
a grama deve ser colocada no
Soccer City, que terá capacidade para 92 mil pessoas. O estádio, que custará mais de R$ 300
milhões, terá 184 camarotes,
oito estúdios de TV, um museu
do futebol, além de um estacionamento para 15 mil veículos.
O Soccer City foi construído
em 1987 e, originalmente, comportava 45 mil pessoas. Virou
símbolo do futebol sul-africano, que lá se tornou campeão
do continente em 1996. Reuniu
100 mil pessoas para o discurso
de Nelson Mandela, quando o
líder do país deixou a prisão, 19
anos atrás, e pregou a união e a
paz do povo sul-africano.
"O formato do estádio original ainda é o mesmo", declarou
Pierce, ressaltando que não
existem pontos cegos.
O Soccer City fica a menos de
10 km do centro de Johannesburgo, e uma linha rápida de
ônibus está em construção para servir o local.
(EA E PC)
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