São Paulo, sábado, 20 de junho de 2009

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Principal estádio vira refém de possível greve

Trabalhadores do Soccer City querem ganhar mais

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Vista interna do estádio Soccer City, em Johannesburgo, que deve ficar pronto em quatro meses

DOS ENVIADOS A PRETÓRIA

A maior obra da Copa do Mundo de 2010 é avistada a quilômetros de distância. A imensa estrutura marrom é o maior orgulho dos sul-africanos. E está quase pronta.
O Soccer City, estádio da abertura e da final do Mundial, tem previsão para estar funcionando em outubro e será um dos cinco maiores do mundo.
Mas uma ameaça de paralisação dos 3.300 operários que trabalham em seu acabamento pode ameaçar esse prazo.
"Nós vamos nos reunir na próxima segunda-feira e decidir se paramos ou não. Se não tivermos aumento, é quase certo que vamos parar", afirmou Mandia Ngomane, um dos chefes dos trabalhadores da obra, iniciada em janeiro de 2007.
"É claro que nos orgulhamos e estamos felizes de construir este estádio, mas temos que ser melhor recompensados", declarou Samuel Mbohane, um dos operários da obra.
Os trabalhadores exigem aumento de 15%, mas a associação das construtoras sul-africanas (Safec) oferece 7%.
"É claro que isso é preocupante. Se eles pararem, os prazos podem ir por água abaixo", afirmou Rod Pierce, gerente do projeto do Soccer City.
Pierce falou, no entanto, que, se houver paralisação e ela for considerada ilegal pela Justiça, os trabalhadores podem ser substituídos. "Temos algumas empresas subcontratadas que podem nos atender", afirmou.
Já foram colocadas 92% das cadeiras, e a cobertura marrom está 90% pronta. Em setembro, a grama deve ser colocada no Soccer City, que terá capacidade para 92 mil pessoas. O estádio, que custará mais de R$ 300 milhões, terá 184 camarotes, oito estúdios de TV, um museu do futebol, além de um estacionamento para 15 mil veículos.
O Soccer City foi construído em 1987 e, originalmente, comportava 45 mil pessoas. Virou símbolo do futebol sul-africano, que lá se tornou campeão do continente em 1996. Reuniu 100 mil pessoas para o discurso de Nelson Mandela, quando o líder do país deixou a prisão, 19 anos atrás, e pregou a união e a paz do povo sul-africano.
"O formato do estádio original ainda é o mesmo", declarou Pierce, ressaltando que não existem pontos cegos.
O Soccer City fica a menos de 10 km do centro de Johannesburgo, e uma linha rápida de ônibus está em construção para servir o local. (EA E PC)


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