São Paulo, domingo, 20 de junho de 2010

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Holanda ganha com "jogo feio"

Equipe bate Japão sem futebol-arte e é a 1ª classificada para as oitavas

Holanda 1
Japão 0

Sneijder, aos 8min do 2º tempo

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A DURBAN

A Holanda revolucionária dos anos 70, a Holanda envolvente dos 80, a Holanda dinâmica dos 90 e, agora, a Holanda de resultados.
Pela partida de ontem, um burocrático 1 a 0 no Japão, e pelo discurso do técnico Bert van Marwijk, o decantado estilo bonito de jogo holandês virou segundo plano.
Foi o 21º jogo seguido sem derrota da Laranja Mecânica, de fato bem mecânica nesta Copa -Cruyff questionou várias vezes o apelido dado ao time que encantou o mundo em 1974 por aquele não ser mecânico, ao contrário.
"Marcamos três gols e não tomamos. Não é fácil vencer na Copa. Veja Alemanha, Inglaterra, França, Espanha... Lamento se a partida não foi maravilhosa, mas precisamos vencer jogos feios também", declarou o treinador Van Marwijk, que perdeu somente uma vez -um amistoso diante da Austrália.
Com os resultados de ontem, o treinador viu a Holanda se tornar a primeira classificada às oitavas de final.
Ainda com Robben no banco -recupera-se de lesão muscular-, a Holanda ficou e rodou com a bola por quase toda a primeira etapa. Segundo a Fifa, 69% de posse de bola. Mas o time laranja deu um só chute no gol, assim como o Japão, que até finalizou mais na etapa inicial (5 a 3).
"Gosto do Barcelona, de jogo atrativo, mas o Barcelona perdeu da Inter. Não jogamos como contra Hungria [6 a 1] e Gana [4 a 1], mas é difícil vencer aqui", disse Van Marwijk após a partida.
No segundo tempo, o jogo melhorou com o gol da Holanda, um tanto quanto fruto de falha do goleiro Kawashima, um outro tanto de mérito de Sneijder e uma outra parte que cabe à Jabulani, a bola "sobrenatural" da Copa.
Após rebatida na área, o meia da Inter pegou de primeira, com força. A bola, desviada, foi nas mãos de Kawashima e daí para o gol. Isso aos 8min da etapa final.
O Japão saiu mais para o jogo, a Holanda passou a ter mais espaços, e chances saíram para os dois lados. Van Marwijk fez três substituições, todas de homens da frente (Elia, Afellay e Huntelaar), mas Robben ainda está sendo guardado -talvez jogue apenas no mata-mata.
Afellay esteve duas vezes na cara do gol em contra-ataques, mas nessas vezes Kawashima se saiu bem. Do outro lado, a melhor chance foi já nos acréscimos, com o reserva Okazaki, que recebeu passe na área e chutou por cima do gol de Stekelenburg.
"Poderíamos ter feito 2 a 0, 3 a 0. Aí talvez a leitura do jogo fosse outra. O que nós queremos é vencer o Mundial. Se der para vencer com bom futebol, OK. Mas estamos estáveis, nós podemos ver isso", advogou em causa própria e do time o treinador.


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