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Holanda ganha com "jogo feio"
Equipe bate Japão sem futebol-arte e é a 1ª classificada para as oitavas
Holanda 1
Japão 0
Sneijder, aos 8min do 2º tempo
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A DURBAN
A Holanda revolucionária
dos anos 70, a Holanda envolvente dos 80, a Holanda
dinâmica dos 90 e, agora, a
Holanda de resultados.
Pela partida de ontem, um
burocrático 1 a 0 no Japão, e
pelo discurso do técnico Bert
van Marwijk, o decantado estilo bonito de jogo holandês
virou segundo plano.
Foi o 21º jogo seguido sem
derrota da Laranja Mecânica,
de fato bem mecânica nesta
Copa -Cruyff questionou várias vezes o apelido dado ao
time que encantou o mundo
em 1974 por aquele não ser
mecânico, ao contrário.
"Marcamos três gols e não
tomamos. Não é fácil vencer
na Copa. Veja Alemanha, Inglaterra, França, Espanha...
Lamento se a partida não foi
maravilhosa, mas precisamos vencer jogos feios também", declarou o treinador
Van Marwijk, que perdeu somente uma vez -um amistoso diante da Austrália.
Com os resultados de ontem, o treinador viu a Holanda se tornar a primeira classificada às oitavas de final.
Ainda com Robben no
banco -recupera-se de lesão
muscular-, a Holanda ficou
e rodou com a bola por quase
toda a primeira etapa. Segundo a Fifa, 69% de posse de
bola. Mas o time laranja deu
um só chute no gol, assim como o Japão, que até finalizou
mais na etapa inicial (5 a 3).
"Gosto do Barcelona, de
jogo atrativo, mas o Barcelona perdeu da Inter. Não jogamos como contra Hungria [6
a 1] e Gana [4 a 1], mas é difícil
vencer aqui", disse Van Marwijk após a partida.
No segundo tempo, o jogo
melhorou com o gol da Holanda, um tanto quanto fruto
de falha do goleiro Kawashima, um outro tanto de mérito
de Sneijder e uma outra parte
que cabe à Jabulani, a bola
"sobrenatural" da Copa.
Após rebatida na área, o
meia da Inter pegou de primeira, com força. A bola,
desviada, foi nas mãos de Kawashima e daí para o gol. Isso aos 8min da etapa final.
O Japão saiu mais para o
jogo, a Holanda passou a ter
mais espaços, e chances saíram para os dois lados. Van
Marwijk fez três substituições, todas de homens da
frente (Elia, Afellay e Huntelaar), mas Robben ainda está
sendo guardado -talvez jogue apenas no mata-mata.
Afellay esteve duas vezes
na cara do gol em contra-ataques, mas nessas vezes Kawashima se saiu bem. Do outro lado, a melhor chance foi
já nos acréscimos, com o reserva Okazaki, que recebeu
passe na área e chutou por cima do gol de Stekelenburg.
"Poderíamos ter feito 2 a 0,
3 a 0. Aí talvez a leitura do jogo fosse outra. O que nós
queremos é vencer o Mundial. Se der para vencer com
bom futebol, OK. Mas estamos estáveis, nós podemos
ver isso", advogou em causa
própria e do time o treinador.
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