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Anelka acirra crise na seleção francesa
Atleta é cortado da equipe depois de jornal divulgar que ele xingou técnico no intervalo da derrota para o México
Reprodução/Lequipe.fr
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Capa do diário francês "L’Équipe", com Anelka e Domenech
DE SÃO PAULO
"Vá tomar no cu, sujo filho
da puta", disse, em bom francês, Nicolas Anelka, 31, ao
técnico da França, Raymond
Domenech, na quinta, no intervalo da derrota para o México, segundo o "L'Équipe".
O xingamento, estampado
sem asteriscos na capa do
jornal francês, revelou não só
a insubordinação do atleta
ante seu treinador como também a crise na qual se afundaram os Bleus (Azuis) após
a derrota por 2 a 0. De quebra, o caso escandalizou a sociedade francesa e culminou
no corte do atacante da Copa.
Da ministra do Esporte aos
craques franceses do passado, todos condenaram a atitude de Anelka, elegendo-o o
"enfant terrible" de uma seleção que periga cair ainda
na primeira fase da Copa.
Os xingamentos foram o
ápice da falta de coesão de
um time isolado em seus estrelismos. O próprio Anelka e
o maior astro francês, Ribéry,
impuseram na última semana uma espécie de bullying
(perseguição) a um colega.
Temendo serem ofuscados
pelo meia Yoann Gourcuff,
23, estrela ascendente da
equipe, os veteranos o isolaram do grupo e, na estreia
contra o Uruguai, evitaram
passar a bola para ele.
Com Gourcuff solitário e
inoperante, Domenech não
teve solução senão deixá-lo
no banco no segundo jogo.
E foi justo contra o México
que a situação fugiu ao controle. Segundo o "L'Équipe",
no intervalo do jogo, no vestiário, Domenech criticou a
inoperância de Anelka. O
atacante não hesitou em xingá-lo. "Está bem, saia", retrucou o treinador. "Sim, claro",
afirmou Anelka, que acabou
substituído por Gignac.
A divulgação no L'Équipe
da atitude do atacante surtiu
efeito imediato na federação
francesa, que ontem mesmo
o excluiu do Mundial. Anelka
admitiu a discussão, mas negou os xingamentos. "Quero
esclarecer que as palavras
que saíram na imprensa não
são minhas", declarou ele,
ao jornal "France-Soir".
O zagueiro e capitão Evra
disse que algum jogador delatou à imprensa a discussão
no vestiário. "Este traidor deve ser eliminado do grupo."
A ministra do Esporte, Roselyne Bachelot, clamou por
comedimento. "Os jogadores
devem se lembrar de que representam as cores da França e são considerados um
modelo por muitos jovens."
Os Azuis voltam a campo
na terça, precisando de uma
combinação de resultados
para prosseguir na Copa.
Em um momento em que a
França parece prestes a dar
adeus à África do Sul, Bachelot pediu apenas que a equipe mantenha a "dignidade".
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