MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Corinthians, Alberto Dualib, confirmou ontem a venda do atacante Edílson para o Vasco por US$ 6 milhões (R$ 10,8 milhões). A negociação também envolve o passe de um jogador do Vasco, ainda não confirmado. Paulo Miranda e Alex Oliveira são os nomes mais prováveis.
A diretoria do Corinthians apontou seis nomes que lhe interessam, mas a assessoria do Vasco não confirmou a possível transferência de nehum jogador.
Segundo Dualib, o clube paulista resolveu fechar com o Vasco porque os times europeus estavam pedindo mais tempo para concretizar a contratação.
Além do Vasco, Arsenal, La Coruña, Cruzeiro e Flamengo haviam apresentado propostas.
Mas, segundo o diretor de futebol do clube, Carlos Nujud, o Vasco foi a primeira equipe procurada para a negociação. "Somos éticos. Eles (Vasco) foram os primeiros a apresentar uma proposta oficial. Somos éticos e não estamos fazendo leilão de jogador."
Apesar dessa declaração, sabe-se que a primeira proposta do Vasco era de US$ 3,5 mi, e que só foi aumentada depois de o Flamengo anunciar o seu interesse. Até anteontem, Nujud afirmava que a transferência do jogador iria envolver apenas dinheiro.
Ontem, entretanto, o diretor corintiano confirmou que o acordo com o Vasco inclui a transferência de um jogador.
"Apesar da declaração do presidente, serei mais prudente. Está quase tudo acertado. Faltam poucos detalhes", afirmou Nujud.
Apesar disso, o vice-presidente de futebol do Flamengo, Walter Oaquim, afirmou ontem que tem certeza que o atacante não defenderá o time de São Januário.
"Temos a palavra de Edílson e de seu procurador (Luís Viana) que ele será nosso jogador. O Corinthians e o Vasco podem negociar, mas ele (Edílson) não vai assinar", afirmou.
A Folha procurou o jogador e o seu procurador ontem, mas os celulares estavam desligados.
Edílson estava afastado do Corinthians desde a apresentação do técnico Osvaldo Alvarez, no último dia 26, quando membros da torcida organizada Gaviões da Fiel invadiram a área reservada aos jogadores e à comissão técnica e provocaram um grande tumulto. Após a confusão o jogador disse que jamais voltaria a defender o time e que queria ser negociado imediatamente.
Outros jogadores também se mostraram revoltados com o ocorrido -caso do volante Vampeta, que apoiou a postura do atacante Edílson.
Os torcedores protestavam contra o fraco desempenho do time após a conquista do Mundial de Clubes em janeiro. O Corinthians acabou eliminado do Paulista, Copa do Brasil e da Taça Libertadores. O estopim da crise foi o anúncio da venda do meia Edu para o Arsenal da Inglaterra.
Edílson é o quarto jogador que deixa a equipe após a eliminação na Taça Libertadores.
Além dele, Daniel, Edu e Dida saíram do time.
Daniel foi devolvido para a Ponte Preta, e Dida teve de retornar ao Milan (Itália). O contrato de empréstimo do goleiro venceu no final do mês passado e o clube italiano não quis renovar, apesar das inúmeras propostas feitas pela diretoria corintiana.
Também o técnico Oswaldo de Oliveira deixou o Corinthians. A diretoria do clube atendeu às exigências da torcida -que culpava o técnico pela derrota para o Palmeiras- e demitiu o treinador, que agora dirige o Vasco.


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