São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2000


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AÇÃO
O Mundial definitivo

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

N a edição da revista ""Fluir" que está nas bancas, duas matérias me chamaram a atenção. Na verdade um pequeno box, na matéria sobre Fiji, de autoria de Renan Rocha, e uma coluna assinada por Ricardo Bocão.
Dois dos maiores nomes do surfe nacional, eles não chegam, em seus artigos, a ser conflitantes, mas estimularam a avaliação a seguir, contrapondo as duas opiniões expressadas.
Do alto de sua vasta experiência no Tour profissional, Renan vaticina: ""Garanto que se nossas revelações ficarem no Brasil, merrecando na vala, vai demorar para termos um campeão mundial".
Sua posição está embasada no fraco desempenho dos novos nomes nas etapas com ondas grandes, e também no pequeno interesse dos novos competidores em treinar no exterior, nos picos mais casca-grossa.
Já Bocão, há mais de 30 anos destaque do surfe nacional e um dos maiores big riders brasileiros, faz saltar a carótida do pescoço para elogiar o desempenho brasileiro no ISA Games, o Mundial por equipes, antigo Mundial amador, disputado recentemente em Maracaípe (PE).
""Desculpe-me a prepotência, mas o Brasil aplicou um chocolate no resto do mundo. E se é verdade que preparamos esse Mundial para vencermos, até nisso fomos competentes, pois vencemos com folga, coisa que os outros países, nos outros anos, não conseguiram", destacou Bocão.
Fomos campeões mundiais por equipes no ISA Games e em seis das sete categorias individuais. Só não vencemos na júnior, apesar de termos três entre os quatro finalistas.
Merecidamente alcançamos o objetivo depois de quatro vice-campeonatos seguidos.
Também já nos sagramos campeões, individual e por equipes, no Mundial de ondas grandes, erradicando o estigma de merrequeiros. Temos quatro títulos e três campeões -Teco foi bi- no WQS, o Mundial de acesso, e lideramos atualmente esse ranking, tanto na categoria masculina quanto na feminina.
Apesar de tantos resultados expressivos, a posição assumida por Renan merece respeito.
Competindo no WCT há seis anos, ele ocupa a 19ª posição após cinco etapas na atual temporada e é versátil o bastante para ter em seu currículo bons resultados nas provas disputadas em ondas de dois a dez pés.
Estamos bem nos extremos, mas no WQS era -o critério mudou este ano- possível se classificar ou mesmo chegar ao título surfando praticamente ""em casa".
E, no universo do big surfe, vamos nos impondo no cenário internacional, graças a atitude que é adotada por alguns atletas, atirados e competentes.
Entre esses dois pólos, pode estar ficando um vazio que precisa ser ocupado.
É nesse espaço que está o WCT, o principal ranking mundial, cada vez mais focado em realizar provas em que haja ondas com qualidade e tamanho.
Cresce o risco, a emoção, o desempenho (dos atletas melhores preparados) e, portanto, o interesse pelo esporte. Esse é o cenário ideal e precisamos ocupá-lo, de preferência com o personagem principal.

Circuito Paulista
Continua até o dia 31 a expectativa de espera por grandes ondas de qualidade na Porta do Sol, em São Vicente (SP), para a decisão do Bad Boy/ Zip Net Super Trials. As últimas frentes frias fizeram com que o mar subisse, mas sem a formação ideal.

Garoto-propaganda
Primeiro brasileiro a vencer a barreira do nacionalismo norte-americano, Peterson Rosa é a estrela do anúncio da MCD de lá, publicado na mais recente edição da tradicional Surfing Magazine.

Finalmente
Após ficar cinco campeonatos (10 baterias) sem vitória, Neco Padaratz passa para o terceiro round no Califórnia Pro, sexta etapa do WCT. Competindo como convidado na mesma prova no ano passado, Neco foi campeão.

E-mail carlosarli@revistatrip.com.br
www.uol.com.br/folha/pensata


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