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AÇÃO
O Mundial definitivo
CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA
N a edição da revista ""Fluir"
que está nas bancas, duas
matérias me chamaram a atenção. Na verdade um pequeno box,
na matéria sobre Fiji, de autoria
de Renan Rocha, e uma coluna
assinada por Ricardo Bocão.
Dois dos maiores nomes do surfe nacional, eles não chegam, em
seus artigos, a ser conflitantes,
mas estimularam a avaliação a
seguir, contrapondo as duas opiniões expressadas.
Do alto de sua vasta experiência no Tour profissional, Renan
vaticina: ""Garanto que se nossas
revelações ficarem no Brasil, merrecando na vala, vai demorar para termos um campeão mundial".
Sua posição está embasada no
fraco desempenho dos novos nomes nas etapas com ondas grandes, e também no pequeno interesse dos novos competidores em
treinar no exterior, nos picos mais
casca-grossa.
Já Bocão, há mais de 30 anos
destaque do surfe nacional e um
dos maiores big riders brasileiros,
faz saltar a carótida do pescoço
para elogiar o desempenho brasileiro no ISA Games, o Mundial
por equipes, antigo Mundial
amador, disputado recentemente
em Maracaípe (PE).
""Desculpe-me a prepotência,
mas o Brasil aplicou um chocolate no resto do mundo. E se é verdade que preparamos esse Mundial para vencermos, até nisso fomos competentes, pois vencemos
com folga, coisa que os outros países, nos outros anos, não conseguiram", destacou Bocão.
Fomos campeões mundiais por
equipes no ISA Games e em seis
das sete categorias individuais. Só
não vencemos na júnior, apesar
de termos três entre os quatro finalistas.
Merecidamente alcançamos o
objetivo depois de quatro vice-campeonatos seguidos.
Também já nos sagramos campeões, individual e por equipes,
no Mundial de ondas grandes, erradicando o estigma de merrequeiros. Temos quatro títulos e
três campeões -Teco foi bi- no
WQS, o Mundial de acesso, e lideramos atualmente esse ranking,
tanto na categoria masculina
quanto na feminina.
Apesar de tantos resultados expressivos, a posição assumida por
Renan merece respeito.
Competindo no WCT há seis
anos, ele ocupa a 19ª posição após
cinco etapas na atual temporada
e é versátil o bastante para ter em
seu currículo bons resultados nas
provas disputadas em ondas de
dois a dez pés.
Estamos bem nos extremos, mas
no WQS era -o critério mudou
este ano- possível se classificar
ou mesmo chegar ao título surfando praticamente ""em casa".
E, no universo do big surfe, vamos nos impondo no cenário internacional, graças a atitude que
é adotada por alguns atletas, atirados e competentes.
Entre esses dois pólos, pode estar ficando um vazio que precisa
ser ocupado.
É nesse espaço que está o WCT,
o principal ranking mundial, cada vez mais focado em realizar
provas em que haja ondas com
qualidade e tamanho.
Cresce o risco, a emoção, o desempenho (dos atletas melhores
preparados) e, portanto, o interesse pelo esporte. Esse é o cenário
ideal e precisamos ocupá-lo, de
preferência com o personagem
principal.
Circuito Paulista
Continua até o dia 31 a expectativa de espera por grandes
ondas de qualidade na Porta
do Sol, em São Vicente (SP),
para a decisão do Bad Boy/
Zip Net Super Trials. As últimas frentes frias fizeram com
que o mar subisse, mas sem a
formação ideal.
Garoto-propaganda
Primeiro brasileiro a vencer a
barreira do nacionalismo
norte-americano, Peterson
Rosa é a estrela do anúncio da
MCD de lá, publicado na
mais recente edição da tradicional Surfing Magazine.
Finalmente
Após ficar cinco campeonatos (10 baterias) sem vitória,
Neco Padaratz passa para o
terceiro round no Califórnia
Pro, sexta etapa do WCT.
Competindo como convidado na mesma prova no ano
passado, Neco foi campeão.
E-mail
carlosarli@revistatrip.com.br
www.uol.com.br/folha/pensata
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