|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Sem negociar com a equipe, CBF estipula valor igual para todos os atletas em caso de triunfo na Copa América
Título no Peru vale R$ 79 mil por jogador
FERNANDO MELLO
ENVIADO ESPECIAL A LIMA
A reconquista da hegemonia do
futebol nas Américas valerá premiação de R$ 79 mil para cada um
dos 22 jogadores que defendem a
seleção brasileira no Peru.
O valor, determinado pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira,
valerá para comissão técnica e todos os atletas convocados para a
Copa América, independentemente da quantidade de jogos
disputados no torneio sul-americano. "Fazer distinção seria loucura. Todos têm participação
igual", afirmou o cartola à Folha,
por telefone.
Na avaliação da cúpula da CBF e
da comissão técnica, a distribuição de dinheiro relacionada ao
número de partidas em uma
competição tão curta racharia o
grupo. No Brasil, a maioria dos
clubes adota o bicho por participação na campanha e objetivo
conquistado - nesse caso, quem
joga mais ganha mais.
Até aqui, os jogadores já garantiram R$ 26,5 mil cada um (o valor é bruto, e o imposto de renda é
retido na fonte). O prêmio corresponde à passagem pela primeira
fase (R$ 13.500), à vitória sobre o
México (R$ 9.000) e às 27 diárias
de US$ 50 que a CBF paga aos
membros da delegação.
Com uma vitória amanhã, às
21h45, contra o Uruguai, pelas semifinais, os comandados de Carlos Alberto Parreira alcançam a final da Copa América e faturam
mais R$ 10,5 mil.
A conquista do sétimo título do
país na história do sul-americano
engordaria os cofres dos atletas
em mais R$ 42 mil.
Os R$ 79 mil obtidos com o
eventual ouro na Copa América
equivalem a 18,5% do bicho pelo
pentacampeonato mundial na
Ásia -os comandados de Luiz
Felipe Scolari na Copa-02 levaram
um total de R$ 426 mil.
"É um bom prêmio, levando-se
em conta que a Copa América dá
menos dinheiro para as federações participarem", afirmou o
presidente da CBF.
O lugar mais alto do pódio valerá à entidade brasileira um cheque de US$ 1 milhão da Conmebol. O prêmio dado pela Fifa foi
de cerca de US$ 6 milhões.
A determinação do prêmio
aconteceu de forma unilateral.
Nenhum atleta foi chamado para
discutir o bicho -o supervisor
Américo Faria, mais graduado
funcionário da CBF no Peru, foi
incumbido de anunciar a gratificação ao grupo.
A prática tem sido uma marca
da era Teixeira, que teve início em
1989. A última vez que jogadores
foram chamados para falar sobre
dinheiro aconteceu na Copa-90,
na Itália, o Mundial de estréia do
presidente da CBF.
Naquela oportunidade, os jogadores realizaram um motim. Liderados por Alemão e Careca, taparam o logotipo da Pepsi, então
patrocinadora da seleção, quando
da foto oficial. Depois da revolta, a
CBF se viu obrigada a aumentar o
prêmio antes do embarque, ainda
em Teresópolis, e mais tarde, já
em solo italiano.
"Foi um dos maiores erros de
minha gestão. Agora dou o número e pronto", diz Teixeira.
Texto Anterior: Olimpíada: Atenas inaugura linha de bonde Próximo Texto: Comissão tenta conter euforia dos jogadores Índice
|