No Morumbi quase lotado, time marca no 1º tempo, patina no 2º, leva susto no desempate e vai à semifinal da Libertadores

Antônio Gaudério/Folha Imagem

O são-paulino Alex vibra no gol do companheiro Edcarlos

Foi sofrido. E muito. O São Paulo precisou do último pênalti na série inicial do desempate para se classificar para as semifinais da Libertadores em cima do Estudiantes após vitória por 1 a 0 no tempo normal.
A vitória aliviou o ambiente no Morumbi, que ontem recebeu um público inferior apenas ao da decisão do ano passado. A alegria foi tamanha que alguns torcedores acabaram invadindo o gramado do Morumbi para celebrar após o fim do jogo, o que pode prejudicar o São Paulo, atual campeão, na seqüência de sua campanha em busca do tetracampeonato continental.
Precisando da vitória, o técnico Muricy Ramalho mandou a campo um time com parte da zaga reserva -Lugano e André Dias, expulsos na ida, cumpriram suspensão. Na frente, Leandro entrou na vaga que vinha sendo ocupada por Thiago.
"Leandro tem entrado bem nas partidas, valorizando a posse de bola na frente. E ele tem mais experiência", disse Muricy, a respeito de sua opção.
Em sua estréia à frente do time argentino, o técnico Diego Simeone, ex-volante da seleção de seu país, armou o Estudiantes de forma a neutralizar o São Paulo só no campo de ataque.
Os jogadores de meio e de frente do time brasileiro eram marcados, mas os zagueiros tinham liberdade. Tanto que, juntos, os três defensores são-paulinos erraram dez passes apenas na etapa inicial, oito deles na tentativa de acionar diretamente os atacantes.
A válvula de escape passou a ser o jogo pelos flancos. Quando os alas Souza e Júnior eram acionados, o time do Morumbi conseguia levar vantagem sobre a retaguarda da equipe de La Plata, ainda assim, por meio de jogadas individuais.
Com dificuldade para articular as jogadas, o São Paulo foi da euforia do Morumbi lotado ao nervosismo. Antes mesmo dos cinco minutos iniciais, o goleiro Rogério, capitão da equipe, já havia deixado a área, para tentar um lançamento. Até mesmo os gandulas mostravam precipitação. Duas vezes, eles mandaram duas bolas a campo.
A primeira chance são-paulina aconteceu aos 12min, quando Ricardo Oliveira concluiu por cima do gol após tabelar com Danilo. Mais tarde, Leandro teve sua chance em bola mal rebatida pela defesa, porém o goleiro Herrera fez ótima defesa com a canela.
Mas nem as oportunidades acalmaram o time de Muricy Ramalho, que se expunha aos contra-ataques depois de tentar, em vão, a ligação direta entre defesa e ataque. A sorte do atual campeão mundial é que a pontaria dos argentinos não estava nada boa. Eles conseguiram cinco finalizações, sendo quatro de dentro da área, mas todas foram para fora.
Quando a partida parecia ir empatada para o intervalo, Leandro sofreu falta pela esquerda do ataque. Na cobrança, Júnior mandou para o meio da área, onde Edcarlos aproveitou falha da zaga adversária: 1 a 0.
No segundo tempo, o São Paulo aparentava estar mais calmo, enquanto o Estudiantes tentava pôr mais pressão.
Isso deu mais espaço para Danilo. O meia, contudo, não estava em noite feliz, errando muitos passes (seis toques e cinco cruzamentos) e perdendo bolas dominadas (cinco). Com isso, a estratégia tricolor repetiu a do primeiro tempo, com jogadas individuais.
Numa delas, Souza arriscou pela direita, o goleiro Herrera não segurou e, por pouco, Ricardo Oliveira não ampliou.
O São Paulo ainda teve uma outra boa oportunidade em novo rebote de Herrera, que mostrava muita dificuldade em agarrar a bola, mas Thiago mandou para fora a última chance real de o São Paulo se classificar no tempo normal.
Na disputa de pênaltis, Danilo errou sua cobrança, mas Rogério defendeu em seguida. Carrusca então bateu para fora, fazendo o Morumbi explodir.
Agora o time aguarda o confronto entre o mexicano Chivas e o argentino Vélez, hoje, para saber seu rival na próxima fase.


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