São Paulo, quinta-feira, 20 de julho de 2006

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Solução não é padre ou psicóloga, diz Geninho

Para treinador do Corinthians, time só vai sair da crise com vitória em campo

Após 69 dias longe do clube, Tevez faz 1º treino com bola e não tem tarja de capitão assegurada para o jogo de sábado, contra o Fortaleza


LUÍS FERRARI
DA REPORTAGEM LOCAL

O treinador do Corinthians, Geninho, diz que a única alternativa para o time sair da crise é vencer. Para ele, que ontem comandou seu primeiro treino com a presença de Tevez, que não tem assegurada a tarja de capitão no sábado, "não adianta padre nem psicóloga".
O discurso é distinto do diagnóstico apresentado por ele após a derrota para o Palmeiras e repetido por Kia Joorabchian, presidente da parceira MSI: o de que o maior problema era a falta de confiança. Alguns clubes recorrem a profissionais para, via estratégias motivacionais, "sacudir" os atletas.
Agora, a principal dificuldade é a seca de gols, que o treinador identificou como o principal fator para explicar a série de seis derrotas consecutivas.
Para ajudar a resolvê-lo, Geninho aposta em Tevez, apesar de o time ter média de gols praticamente igual nas partidas em que ele esteve ausente do que quando o argentino atuou.
O principal ídolo do time, que retornou anteontem ao clube após 69 dias longe, teve ontem o primeiro contato com Geninho no campo.
Eles só haviam conversado anteriormente no escritório de Kia e por telefone, quando o jogador teve as folgas pós-Copa ampliadas -o que motivou a ira de dirigentes do clube, que atribuíram a liberação ao presidente da parceira corintiana.
Geninho diz que ficou satisfeito com o primeiro contato. "Ele me pareceu muito bem e se colocou à disposição para o jogo do sábado. Foi muito bom", afirmou o treinador, que, contudo, não confirmou se Tevez será capitão da equipe, status que tinha antes da Copa.
"O capitão hoje não manda mais nada. Tenho que ter cuidado para quem eu der a braçadeira, porque, se o jogador falar demais com a arbitragem, pode até acabar expulso", declarou o treinador, sem informar quem ficará com a tarja no sábado.
Preocupado com a dificuldade em armar o ataque, já que não terá Nilmar (contundido) e Rafael Moura (suspenso), assim como Carlos Alberto, que seria improvisado no setor, Geninho descartou os jovens Daniel ou Igor. "É complicado colocar um garoto na fogueira."
A fogueira a que se referiu Geninho, segundo ele, só vai acabar quando o time vencer. "A meninada está sentindo a pressão, e não adianta chamar padre ou psicóloga. Não acredito em sorte ou azar. A melhor psicóloga do grupo será a vitória", completou o treinador, que também pediu empenho para os torcedores corintianos.
Além de negar que tenha posto seu cargo à disposição após perder para o Palmeiras, ele aproveitou para elogiar a torcida e solicitar apoio contra o Fortaleza. "A torcida tem toda a razão de reclamar, mas, se pegar o time no colo e nos apoiar, nos ajudará muito. Caso contrário, vai jogar a favor do rival, mesmo estando no direito de expressar insatisfação. Os torcedores podem ser o centroavante que eu perdi. Quando atleta, sabia a dificuldade de desafiar o Corinthians e seus fãs."
Ao menos ontem, a torcida, que já havia protestado no último treinamento antes do clássico, não criticou o time, como alguns integrantes da Gaviões da Fiel pensavam em fazer.


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