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Parreira sai, e CBF fica sem nome ideal
Entidade quer um linha-dura à la Scolari para treinar seleção, mas se vê sem candidato à altura e não descarta usar tampão
Cargo tem de ser preenchido até o mês que vem, quando a equipe nacional terá convocação para amistoso do dia 16 contra a Noruega
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC
A Confederação Brasileira de
Futebol confirmou ontem oficialmente a saída de Carlos Alberto Parreira do comando da
seleção, mas ainda não divulgou o nome do novo treinador.
Agora a entidade quer um
técnico linha-dura, com coragem para barrar do time nacional astros como Ronaldo e disposição para controlar excessos dos atletas fora de campo.
Com Luiz Felipe Scolari em
Portugal pelo menos até 2008,
Ricardo Teixeira terá de se conformar com um treinador que
não se encaixe como uma luva
no perfil exigido por ele.
Paulo Autuori e Vanderlei
Luxemburgo são as principais
opções. O presidente da CBF
planeja uma operação rápida, já
que a equipe volta se reunir em
agosto para o amistoso contra a
Noruega, no dia 16, em Oslo.
Luxemburgo, o preferido de
Teixeira, tem habilidade para
domar estrelas, apesar do recente fracasso no Real Madrid.
Mas não conta com a discrição
exigida pelo cartola. Vive às voltas com polêmicas e problemas
na Justiça. Atualmente, é acusado por Edmundo de lhe passar um cheque sem fundo.
Já Autuori está longe de ser o
"sargentão" que a CBF julga
precisar para comandar uma
renovação no time Nacional.
Disciplinador e centralizador, como quer Teixeira, Leão,
do São Caetano, é carta fora do
baralho. Desde que foi demitido da seleção em 2001, ele se
tornou desafeto do cartola.
Não está descartada a possibilidade de um técnico tampão,
que ficaria até o final do ano.
Quem assumir terá de conviver
com a sombra de Scolari, que ficará livre do compromisso com
Portugal ainda em tempo de
comandar o Brasil em parte das
eliminatórias para a Copa da
África do Sul. O técnico campeão mundial em 2002 chegou
a ser sondado pela CBF, mas o
contato não passou de jogo de
cena, pois a entidade sabia que
a contratação era inviável.
Até ontem à noite, assessores
de Autuori e Luxemburgo negavam que os treinadores tivessem recebido convite oficial da
confederação brasileira.
As características que exige
do novo treinador são as que
Teixeira julga terem faltado a
Parreira. Ainda durante a Copa,
enquanto o time jogava mal, reclamava que o técnico demorava a fazer substituições, não tinha pulso para sacar veteranos
e se preocupava só com a parte
tática do time, deixando de lado
o comportamento festeiro de
alguns jogadores, como Ronaldo e Roberto Carlos.
Nada disso, porém, foi discutido ontem de manhã, quando o
técnico se reuniu com o presidente da CBF. Ficou decidido
que ele não ocupará nenhum
outro cargo na entidade.
A saída dele estava decidida
pelo cartola desde a eliminação
do Brasil, diante da França, nas
quartas-de-final da Copa.
Parreira não deu entrevista
após o comunicado, mas, segundo a assessoria de imprensa
da confederação, declarou que
quer dedicar um tempo à família após três anos e meio à frente da seleção. Depois da reunião, foi para sua casa, na Barra
da Tijuca, para descansar. Deverá viajar para Angra dos Reis.
Em nota, Teixeira declarou
respeito ao treinador, campeão
do mundo em 1994, da Copa
América, em 2004, e da Copa
das Confederações, em 2005.
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