São Paulo, sexta-feira, 20 de julho de 2007

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Brasil falha na hora da decisão e leva a prata

Time feminino desperdiça seis match points e é batido por Cuba no tie-break

Mais tranqüilas, cubanas, arqui-rivais das brasileiras, fazem defesas incríveis na disputa mais emocionante dos Jogos do Rio até aqui

MARIANA LAJOLO
MÁRVIO DOS ANJOS
ENVIADOS ESPECIAIS AO RIO

A bola, de novo, não caiu. A seleção feminina de vôlei voltou a falhar nos momentos decisivos e deixou escapar o ouro dos Jogos Pan-Americanos.
Aguerrida durante todo o jogo, a equipe desperdiçou seis match points contra a Cuba e se viu novamente sob o fantasma da Olimpíada de Atenas-2004.
"A gente precisa saber decidir. Faltou isso", reconheceu a ponta Sassá, olhos marejados após a premiação. O Pan seria o primeiro título de expressão dessa geração em casa.
Nos Jogos da Grécia, a equipe chegou a abrir 24 a 19 no quarto set das semifinais, mas deixou a Rússia virar e caiu no tie-break -acabou até sem o bronze, após derrota para Cuba.
Ontem, houve oportunidades para fechar a partida, na quarta parcial e no tie-break. Mas, ansiosa, a equipe se embananou em quadra e falhou.
Mais determinadas, as cubanas fizeram defesas incríveis, viraram e fecharam em 25/27, 25/ 22, 22/25, 34/32 e 17/15. Os EUA conquistaram o bronze.
"Todo mundo queria o ouro, mas a prata não é de se jogar fora. Faltou uma bola, que não caiu", lamentou Sheilla, maior pontuadora, com 25 pontos.
Na véspera do confronto, a oposto havia dito que a rivalidade com Cuba era assunto sério. Ontem, no entanto, foi Paula Pequeno quem bateu boca com Nancy Carrillo na rede.
"Aquilo foi do jogo, não atrapalhou. Se eu soubesse o que deu errado, estaríamos com o ouro", afirmou a ponta.
Abatidas, as jogadoras receberam a medalha do governador do Rio, Sérgio Cabral.
Fofão, 37, passou toda a cerimônia de premiação de cabeça baixa e chegou para a entrevista ainda aos prantos. "Não estou decepcionada, mas a sensação é a pior possível. Queria muito esse título. O time demonstrou muita força de vontade, mas, novamente, faltou alguma coisa", afirmou a levantadora, remanescente do grupo que conquistou o ouro em Winnipeg-1999. O Brasil possui três títulos em Pans -venceu também em 1959 e 1963.
Sob o comando de Zé Roberto, o Brasil soma 12 títulos em 16 torneios. Os tropeços aconteceram nos torneios mais importantes: Olimpíada, Mundial e Copa do Mundo, além do Pan.
O treinador não crê que isso é um problema. "Já vimos equipes que tiveram match point não fecharem o jogo. Não é um "privilégio" do Brasil. Uma hora a gente tem sorte, outra não."


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