São Paulo, sexta-feira, 20 de julho de 2007

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Equipe em crise fica em 2º plano no Corinthians

Há 6 jogos sem vencer, técnico e atletas não sofrem pressão, mas Felipe adverte que "paciência do torcedor tem limite'

Diretoria, oposição a atual gestão e torcida se mostram mais preocupados com o futuro político do clube, que pode afastar Alberto Dualib

EDUARDO ARRUDA
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

RICARDO PERRONE
DO PAINEL FC

Seis jogos seguidos sem vencer são suficientes para que técnicos de qualquer time grande no Brasil tenham seu trabalho contestado. Se o desempenho na temporada já não é digno de aplausos, a cabeça do treinador passa a ficar a prêmio.
No Corinthians, casos como esse ganham proporções gigantescas. Mas não atualmente.
Dirigentes e torcedores têm se mostrado mais preocupados com o que acontece fora de campo do que com os pífios resultados dentro dele.
Mesmo com o jejum, um ataque que marcou apenas oito gols em 11 duelos, uma defesa que anteontem sofreu pela primeira vez três gols em um jogo neste Brasileiro e já flertando com a zona de rebaixamento (é o 16º colocado, o primeiro fora da faixa de degola), o time não vive pressão pela qual já passou em outros tempos, mesmo com campanhas menos irregulares.
No clube, a prioridade do momento é a reunião do Conselho Deliberativo do próximo dia 24, que discutirá o futuro da parceria com a MSI e pode deliberar sobre a permanência do presidente Alberto Dualib.
Apesar de já haver insatisfação com Carpegiani, não há ainda um movimento consistente para que seja providenciada sua demissão.
"Pelo contrário. Não tem nada a ver. O time ontem [anteontem] jogou bem até o juiz dar aquele pênalti", disse o vice de futebol, Rubens Gomes.
Outros técnicos não tiveram essa mesma sorte. Em 2005, por exemplo, Márcio Bittencourt foi dispensado com o time vice-líder do Brasileiro.
A torcida também está com a cabeça nos bastidores. Nos últimos jogos em casa, mesmo sem ver vitórias, parte das arquibancadas tem concentrado as críticas no presidente.
Ontem, no retorno a São Paulo depois da derrota para o Internacional por 3 a 0, a delegação não teve recepção com protestos. Pelo contrário. Os poucos corintianos que estavam no desembarque do aeroporto de Congonhas pediam autógrafos e fotos com o time.
Os atletas, porém, adotaram postura defensiva. Deixaram rápido o local. "A torcida é fiel. Mas paciência do torcedor tem limite", disse o goleiro Felipe.


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