São Paulo, terça-feira, 20 de agosto de 2002

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FUTEBOL

Farah executa dívida de cinco de seus afiliados, em um total de R$ 11 mi

Liga RJ-SP bloqueia cota do Corinthians no Brasileiro

FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

As cotas de televisão do Corinthians no Brasileiro foram bloqueadas pela Liga Rio-SP, presidida por Eduardo José Farah, o mesmo dirigente que, no comando da Federação Paulista de Futebol, prometeu emprestar ao clube R$ 10 milhões para a reforma e a ampliação da Fazendinha.
Na última sexta-feira, o C13 depositou toda a cota que o Corinthians recebeu da TV Globo no mês de agosto -R$ 1,13 milhão- na conta da liga.
Segundo documento enviado pela Liga Rio-SP ao Clube dos 13 em dia 31 de julho, o time paulista utilizou o que receberá da Globo pelo Nacional como garantia de pagamento da dívida, composta por antecipações de cotas de regionais e estaduais.
No ofício, que informa que o Corinthians deve R$ 2,5 milhões à liga e R$ 2,3 milhões à FPF, a entidade regional pede que o C13 deposite o valor em sua conta.
Como só recebeu R$ 1,13 milhão em agosto, o clube continuará sem o dinheiro da TV até que quite as dívidas que contraiu com as entidades presididas por Farah.
No contrato de transmissão do Nacional firmado entre a emissora e o C13, ficou acertado que 60% -de R$ 130 milhões- seriam pagos mensalmente até dezembro. Os outros 40%, como acordado anteriormente, já foram antecipados aos times no final do ano passado. As partes acertaram ainda um adiantamento dos direitos sobre o Nacional de 2003.

R$ 11 milhões de volta
Além do Corinthians, outros quatro clubes filiados à liga tiveram sua dívidas executadas.
O Santos, que devia R$ 3,699 milhões à entidade, teve R$ 697 mil bloqueados -e também ficará sem receber da Globo até que a dívida seja integralmente quitada.
A Lusa, que tomou emprestado R$ 1,033 milhão da liga interestadual, e o Guarani (R$ 833 mil) tiveram R$ 600 mil descontados.
Do Fluminense, a liga pediu o pagamento de R$ 1,083 milhão, mas o dinheiro não foi depositado pelo C13 na sexta -outros credores haviam bloqueado na Justiça a cota a que o clube carioca terá direito pelo Brasileiro.
"Só estamos cumprindo o acertado entre os clubes e a Liga Rio-SP", disse Fábio Koff, presidente da associação que reúne os 20 maiores times do país no C13.
O pedido de bloqueio das cotas dos afiliados da liga acontece no momento em que o presidente da FPF e da liga se opõe ao novo calendário do futebol brasileiro, que prevê um Brasileiro de oito meses e a extinção dos regionais em 2003, defendido pela TV Globo e pela CBF.
Esta semana os integrantes do C13 se reúnem em São Paulo para discutir a proposta feita por Ricardo Teixeira.
Farah espera o apoio dos paulistas e cariocas para brecar as alterações. O dirigente, no entanto, perdeu o apoio dos clubes do Rio, que boicotaram a última reunião da liga, convocada para discutir o calendário.
Entre os clubes de São Paulo, Farah deve obter o apoio de Corinthians, São Paulo, Santos, Lusa, Ponte Preta e Guarani. O Palmeiras, de seu opositor Mustafá Contursi, deve votar a favor das alterações defendidas pela CBF.
Procurados pela reportagem, os presidentes de Lusa, Guarani, Santos e Corinthians não responderam aos recados deixados com seus assessores e nas suas secretárias eletrônicas. Também o presidente da liga e da FPF, Eduardo José Farah, não atendeu a Folha.



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