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FUTEBOL
Farah executa dívida de cinco de seus afiliados, em um total de R$ 11 mi
Liga RJ-SP bloqueia cota do Corinthians no Brasileiro
FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
As cotas de televisão do Corinthians no Brasileiro foram bloqueadas pela Liga Rio-SP, presidida por Eduardo José Farah, o
mesmo dirigente que, no comando da Federação Paulista de Futebol, prometeu emprestar ao clube
R$ 10 milhões para a reforma e a
ampliação da Fazendinha.
Na última sexta-feira, o C13 depositou toda a cota que o Corinthians recebeu da TV Globo no
mês de agosto -R$ 1,13 milhão- na conta da liga.
Segundo documento enviado
pela Liga Rio-SP ao Clube dos 13
em dia 31 de julho, o time paulista
utilizou o que receberá da Globo
pelo Nacional como garantia de
pagamento da dívida, composta
por antecipações de cotas de regionais e estaduais.
No ofício, que informa que o
Corinthians deve R$ 2,5 milhões à
liga e R$ 2,3 milhões à FPF, a entidade regional pede que o C13 deposite o valor em sua conta.
Como só recebeu R$ 1,13 milhão
em agosto, o clube continuará
sem o dinheiro da TV até que quite as dívidas que contraiu com as
entidades presididas por Farah.
No contrato de transmissão do
Nacional firmado entre a emissora e o C13, ficou acertado que 60%
-de R$ 130 milhões- seriam
pagos mensalmente até dezembro. Os outros 40%, como acordado anteriormente, já foram antecipados aos times no final do
ano passado. As partes acertaram
ainda um adiantamento dos direitos sobre o Nacional de 2003.
R$ 11 milhões de volta
Além do Corinthians, outros
quatro clubes filiados à liga tiveram sua dívidas executadas.
O Santos, que devia R$ 3,699
milhões à entidade, teve R$ 697
mil bloqueados -e também ficará sem receber da Globo até que a
dívida seja integralmente quitada.
A Lusa, que tomou emprestado
R$ 1,033 milhão da liga interestadual, e o Guarani (R$ 833 mil) tiveram R$ 600 mil descontados.
Do Fluminense, a liga pediu o
pagamento de R$ 1,083 milhão,
mas o dinheiro não foi depositado
pelo C13 na sexta -outros credores haviam bloqueado na Justiça a
cota a que o clube carioca terá direito pelo Brasileiro.
"Só estamos cumprindo o acertado entre os clubes e a Liga Rio-SP", disse Fábio Koff, presidente
da associação que reúne os 20
maiores times do país no C13.
O pedido de bloqueio das cotas
dos afiliados da liga acontece no
momento em que o presidente da
FPF e da liga se opõe ao novo calendário do futebol brasileiro, que
prevê um Brasileiro de oito meses
e a extinção dos regionais em
2003, defendido pela TV Globo e
pela CBF.
Esta semana os integrantes do
C13 se reúnem em São Paulo para
discutir a proposta feita por Ricardo Teixeira.
Farah espera o apoio dos paulistas e cariocas para brecar as alterações. O dirigente, no entanto,
perdeu o apoio dos clubes do Rio,
que boicotaram a última reunião
da liga, convocada para discutir o
calendário.
Entre os clubes de São Paulo,
Farah deve obter o apoio de Corinthians, São Paulo, Santos, Lusa, Ponte Preta e Guarani. O Palmeiras, de seu opositor Mustafá
Contursi, deve votar a favor das
alterações defendidas pela CBF.
Procurados pela reportagem, os
presidentes de Lusa, Guarani,
Santos e Corinthians não responderam aos recados deixados com
seus assessores e nas suas secretárias eletrônicas. Também o presidente da liga e da FPF, Eduardo
José Farah, não atendeu a Folha.
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