São Paulo, segunda-feira, 20 de agosto de 2007 |
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CIDA SANTOS A hora dos mediadores
TRISTES DIAS no vôlei brasileiro. A seleção masculina, que nos últimos cinco anos mostrou competência para superar batalhas e ganhar dois títulos mundiais e um olímpico, não consegue resolver sua primeira grande crise: o corte do levantador Ricardinho, feito dois dias antes do Pan. Tenho recebido muitos e-mails de leitores. E para a maioria, o que importa não é mais descobrir quem está certo ou quem está errado. A questão é uma só: o que é preciso para Ricardinho voltar à seleção? Afinal, ele é o melhor levantador do mundo e talentos não podem ser desperdiçados. Os Jogos de Pequim são em 2008. O Brasil precisa de Ricardinho para chegar ao bicampeonato olímpico. Mais, ele era o capitão. Não é qualquer um que chega a esse posto. Teve méritos para isso. Na coletiva dos jogadores, na quinta, em Saquarema, o central Gustavo disse que "a conversa geral aqui é que se ele falasse pelo menos uma palavra indicando que queria voltar a fazer parte desse grupo". A resposta está no livro "Levantando a vida", lançado por Ricardinho na terça-feira. Mesmo magoado com o corte da seleção e pela reação dos colegas -que, segundo ele, na reunião não fizeram nada para contornar a situação-, o livro é uma declaração de amor aos atletas e à comissão técnica. Há uma série de elogios e uma revelação. Ele pensou em mandar uma mensagem à seleção depois do título no Pan: "Parabéns. Vocês são os melhores do mundo, a melhor geração de jogadores do planeta". Ele encontra até semelhanças com o técnico. "O que tenho em comum com o Bernardinho são algumas características como o caráter, a paixão pelo esporte, a determinação pelas vitórias. Também temos o mesmo jeito de andar." Está na hora de o presidente da CBV, Ary Graça, deixar de ser "rainha Elisabeth", e junto com o capitão Giba e os atletas, entrar como mediador e promover uma reunião com Ricardinho, Bernardinho e todo o grupo. Uma reunião como deveria ter sido a feita antes do Pan. Um encontro para tratar das mágoas mútuas, resolver as questões e trazer de volta Ricardinho para a Copa do Mundo, em novembro. FASE FINAL O Brasil sofreu a primeira derrota no Grand Prix. Perdeu por 3 a 1 para a Itália, que ganhou mais força no ataque e experiência com Taismaris Aguero. Bicampeã olímpica com Cuba, Aguero, 30, tem cidadania italiana e disputa o primeiro torneio oficial pela Azzurra. ALÍVIO Aguero já tinha comunicado a comissão técnica italiana que não iria jogar contra Cuba. Mas, no Grand Prix, ela não terá esse problema. As cubanas ficaram em sexto lugar e não passaram para a fase final. Os classificados foram: Brasil, Itália, Rússia, Polônia, Holanda e China.
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