São Paulo, quarta-feira, 20 de agosto de 2008

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ATLETISMO

EUA vêem performance fraca em sua maior seara

País perde provas que dominava, como 100 m, e fica atrás da Rússia

Americanos cometem falhas e permitem espaços para os russos, que exibem força mesmo depois de enfrentar seu maior caso de doping


DO ENVIADO A PEQUIM

Distante da China no quadro de medalhas da Olimpíada, os EUA ainda não conseguiram deslanchar no atletismo, modalidade em que tradicionalmente o país arrebata um grande número de medalhas.
Até as provas de ontem, no Ninho de Pássaro, os EUA haviam obtido três ouros, três pratas e cinco bronzes. Pouco para quem costumava dominar tanto provas de pista quanto de campo (arremessos e saltos).
O país perdeu disputas em que tradicionalmente triunfava em Olimpíadas, como 100 m (masculino e feminino) e arremesso de peso (masculino).
Além disso, não manteve o bom desempenho obtido no Mundial-07. E dificilmente chegará próximo da marca obtida em Osaka: 14 ouros, quatro pratas e oito bronzes.
Também não obteve nenhum pódio inesperado em Pequim, como as vitórias de Bernard Lagat, queniano naturalizado americano, nos 1.500 m e nos 5.000 m no Mundial-07.
Em Pequim, os EUA não estão nem na liderança do quadro de medalhas do atletismo. A equipe está atrás da combalida delegação russa, que perdeu sete atletas flagrados no antidoping às vésperas dos Jogos.
A Rússia vive seu pior escândalo de doping da história. Algo comparável ao caso Balco, detonado em 2003 nos EUA. Investigações da Justiça Federal norte-americana resultaram em punição a alguns dos principais velocistas do país que já produziu mitos olímpicos como Jesse Owens e Carl Lewis.
A Rússia, que teve crise semelhante detonada uma semana antes da Olimpíada, renasceu das cinzas em Pequim.
Mesmo sem destaques como Ielena Soboleva (campeã mundial indoor dos 1.500 m), Darya Pishchalnikova (prata no lançamento de disco no Mundial-07) e Vladimir Kanaikin (ex-recordista mundial da marcha de 20 km), os russos lideram o quadro de medalhas do atletismo. O país ganhou quatro ouros, uma prata e três bronzes.
Além disso, monopolizou a atenção anteontem com sua maior estrela, Ielena Isinbaieva, recordista do salto com vara. Ela bateu uma norte-americana, Jennifer Stuczynski, que havia prometido calar a russa mas teve que engolir humilhante derrota, abalando ainda mais o moral da delegação.
Nos 100 m masculino, prova norte-americana por natureza -foram 17 ouros nas 26 edições anteriores dos Jogos-, o país viu a distância ser dominada pelo jamaicano Usain Bolt, que, além de vencer a disputa, bateu o recorde mundial (9s69).
O principal destaque dos EUA, Tyson Gay, campeão mundial dos 100 m, nem conseguiu passar das semifinais.
Os EUA esperavam ontem se recuperar nas finais dos 400 m e dos 100 m com barreiras.
Quase tudo deu errado. A única vitória foi nos 100 m com barreiras. A norte-americana Lolo Jones, favorita ao título, liderava a disputa, mas tropeçou na oitava barreira, perdendo posições -foi sétima colocada. Sem ela, a vitória foi para outra velocista do país, Dawn Harper.
Nos 400 m, a versátil Sanya Richards, campeã mundial no 4 x 100 m e no 4 x 400 m, chegou até a liderar. Mas foi superada pela britânica Christine Ohuruogu e pela jamaicana Shericka Williams e levou só o bronze.0 (ADALBERTO LEISTER FILHO)


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