São Paulo, quinta-feira, 20 de agosto de 2009

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Bolt corre contra si na final dos 200 m

Após a atuação avassaladora nos 100 m, jamaicano diz estar treinando para quebrar 2º recorde no Mundial de Berlim

Atleta lamenta ausência do principal rival, Tyson Gay, na prova e promete uma nova dança de comemoração caso conquiste outro ouro

JOSÉ EDUARDO MARTINS
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM

Sem rivais, Usain Bolt pode, mais uma vez, fazer história em Berlim. O velocista jamaicano tem a chance de se tornar hoje o primeiro atleta do planeta a quebrar o recorde dos 100 m e dos 200 m em Mundiais.
Depois de conquistar a medalha de ouro e de baixar para 9s58 a sua marca nos 100 m, o atleta volta à pista do Estádio Olímpico de Berlim, hoje, às 15h35, para a final dos 200 m.
Apesar de demonstrar nas entrevistas um pouco mais de cautela do que na véspera da prova mais clássica do atletismo, o jamaicano deixa no ar a possibilidade de uma outra quebra de recorde -a melhor marca é de 19s30, do próprio jamaicano, obtida na final olímpica de Pequim-2008.
"É muito cedo para falar alguma coisa, foram apenas as baterias de classificação. Antes, não treinei tão focado para os 200 m quanto fiz para os 100 m. Mas agora estou trabalhando duro para isso [a quebra do recorde]", disse Bolt, que cravou ontem, na semifinal, 20s08, mesmo desacelerando no fim.
Campeão mundial nos 200 m em Osaka-2007, o norte-americano Tyson Gay acabou desistindo da prova por causa de uma lesão na virilha.
"Lamento a ausência dele. Seria bom competir contra ele outra vez, mas tenho que pensar só em mim. Não posso desviar a minha cabeça da prova", comentou o jamaicano, 22.
Bolt ainda não se considera em sua melhor forma, principalmente por causa do atraso em sua preparação devido a um acidente de carro em abril.
"A grande diferença [entre a Olimpíada de Pequim e o Mundial de Berlim] são as provas de classificação, que considero um pouco mais desgastantes no Mundial", avaliou o velocista.
Para se poupar, Bolt pediu para ficar de fora da semifinal do revezamento 4 x 100 m, que ocorrerá amanhã, às 14h30.
"Estou me sentindo um pouco cansado, mas está tudo bem. Ainda tenho físico para correr a decisão", brincou Bolt.
Conhecido por sua irreverência, ele prometeu uma nova dança ao final da prova dos 200 m -após a decisão dos 100 m, comemorou ao lado do compatriota Asafa Powell, que terminou com a medalha de bronze.
"Sim, sempre tenho alguma coisa guardada para a final", disse Bolt, com um sorriso.
Ontem, a federação jamaicana afastou do Mundial os atletas Allodin Fothergill e Lansford Spence (do revezamento 4 x 400 m), Yohan Blake, Marvin Anderson e Sheri-Ann Brooks (do 4 x 100 m). Todos foram flagrados na seletiva local com o estimulante metilxantina, mas foram liberados pela Iaaf, entidade que gerencia o atletismo, para competir em Berlim.
Ontem, a Iaaf divulgou o resultado dos exames antidoping realizados após a final dos 100 m. Nenhum dos testes dos finalistas deu resultado positivo.


NA TV - Mundial de atletismo
Sportv, a partir das 12h



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