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Bolt corre contra si na final dos 200 m
Após a atuação avassaladora nos 100 m, jamaicano diz estar treinando para quebrar 2º recorde no Mundial de Berlim
Atleta lamenta ausência do principal rival, Tyson Gay, na prova e promete uma nova dança de comemoração caso conquiste outro ouro
JOSÉ EDUARDO MARTINS
ENVIADO ESPECIAL A BERLIM
Sem rivais, Usain Bolt pode,
mais uma vez, fazer história em
Berlim. O velocista jamaicano
tem a chance de se tornar hoje
o primeiro atleta do planeta a
quebrar o recorde dos 100 m e
dos 200 m em Mundiais.
Depois de conquistar a medalha de ouro e de baixar para
9s58 a sua marca nos 100 m, o
atleta volta à pista do Estádio
Olímpico de Berlim, hoje, às
15h35, para a final dos 200 m.
Apesar de demonstrar nas
entrevistas um pouco mais de
cautela do que na véspera da
prova mais clássica do atletismo, o jamaicano deixa no ar a
possibilidade de uma outra
quebra de recorde -a melhor
marca é de 19s30, do próprio jamaicano, obtida na final olímpica de Pequim-2008.
"É muito cedo para falar alguma coisa, foram apenas as
baterias de classificação. Antes,
não treinei tão focado para os
200 m quanto fiz para os 100 m.
Mas agora estou trabalhando
duro para isso [a quebra do recorde]", disse Bolt, que cravou
ontem, na semifinal, 20s08,
mesmo desacelerando no fim.
Campeão mundial nos 200 m
em Osaka-2007, o norte-americano Tyson Gay acabou desistindo da prova por causa de
uma lesão na virilha.
"Lamento a ausência dele.
Seria bom competir contra ele
outra vez, mas tenho que pensar só em mim. Não posso desviar a minha cabeça da prova",
comentou o jamaicano, 22.
Bolt ainda não se considera
em sua melhor forma, principalmente por causa do atraso
em sua preparação devido a um
acidente de carro em abril.
"A grande diferença [entre a
Olimpíada de Pequim e o Mundial de Berlim] são as provas de
classificação, que considero um
pouco mais desgastantes no
Mundial", avaliou o velocista.
Para se poupar, Bolt pediu
para ficar de fora da semifinal
do revezamento 4 x 100 m, que
ocorrerá amanhã, às 14h30.
"Estou me sentindo um pouco cansado, mas está tudo bem.
Ainda tenho físico para correr a
decisão", brincou Bolt.
Conhecido por sua irreverência, ele prometeu uma nova
dança ao final da prova dos 200
m -após a decisão dos 100 m,
comemorou ao lado do compatriota Asafa Powell, que terminou com a medalha de bronze.
"Sim, sempre tenho alguma
coisa guardada para a final",
disse Bolt, com um sorriso.
Ontem, a federação jamaicana afastou do Mundial os atletas Allodin Fothergill e Lansford Spence (do revezamento 4
x 400 m), Yohan Blake, Marvin
Anderson e Sheri-Ann Brooks
(do 4 x 100 m). Todos foram flagrados na seletiva local com o
estimulante metilxantina, mas
foram liberados pela Iaaf, entidade que gerencia o atletismo,
para competir em Berlim.
Ontem, a Iaaf divulgou o resultado dos exames antidoping
realizados após a final dos 100
m. Nenhum dos testes dos finalistas deu resultado positivo.
NA TV - Mundial de atletismo
Sportv, a partir das 12h
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