São Paulo, quinta-feira, 20 de setembro de 2007

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Dupla artilheira move o Brasil contra Dinamarca

Empate contra as européias põe time nacional nas quartas-de-final do Mundial

Marta tem média de 1,17 gol por partida oficial com a camisa amarela; Cristiane não fica longe, com 0,92 tento por jogo disputado

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Ainda adolescentes, Marta e Cristiane formaram uma dupla que, em quatro anos, acumulou gols em um ritmo de fazer inveja a Pelé e Ronaldo (sem falar nos centroavantes da era Dunga) com a camisa da seleção.
E que hoje, às 9h, contra a Dinamarca, tem a missão de levar o Brasil às quartas-de-final do Mundial feminino, disputado na China. Um empate basta para o time nacional não depender de outros resultados.
A parceria, que deu os primeiros passos em 2003, transformou o Brasil das mulheres de um time mediano a vice-campeão olímpico e um dos favoritos ao título mundial -o time é o único no torneio na Ásia com 100% de aproveitamento.
E fez isso com uma habilidade incrível para anotar gols. Só contando competições oficiais, Marta, hoje com 21 anos, soma 28 gols em apenas 24 jogos pelo Brasil (média de 1,17). Cristiane, 22, assinalou 28 tentos em 31 partidas (0,92).
Mesmo incluindo amistosos, as médias de Pelé e Ronaldo na seleção brasileira ficam longe desses números. O primeiro registrou 0,83 tento por partida, e o segundo, menos: 0,64.
"Quando uma de nós tem a bola, já sabe para onde vai passá-la, porque nós, instintivamente, sabemos para onde a outra vai correr", diz Cristiane, que já soma três gols no Mundial. Marta é uma das artilheiras do torneio, com quatro.
Assim, elas respondem por 70% da artilharia brasileira na competição. Desde que passaram a atuar juntas com a camisa amarela, foram responsáveis por quase 50% de todos os tentos nacionais em campeonatos oficiais, mesmo com Marta não tendo participado do Sul-Americano no ano passado, quando Cristiane fez 12 gols em apenas sete partidas.
Com as duas, a seleção pensa alto no Mundial chinês. "O Brasil está na China para ganhar o título. Nós temos uma chance de fazer isso e não vamos deixá-la passar", avisa Marta, cujo talento é motivo de preocupação da Dinamarca, que nunca enfrentou o time nacional por uma competição oficial.
Mesmo se perder, o Brasil, com seis pontos (goleadas sobre Nova Zelândia e China), tem boas chances de avançar, já que registra saldo positivo de nove gols. Dinamarca e China somam três pontos, com as européias ostentando um saldo de um gol positivo, e as asiáticas, de três negativos.
Se avançar em primeiro, a seleção comandada por Jorge Barcellos, ouro no Pan do Rio, pega no domingo o segundo colocado de uma chave que ainda tem Austrália, Canadá e Noruega na disputa. Se for o segundo, desafia o melhor desse trio.
Para o jogo de hoje, a principal preocupação do técnico é com as três jogadoras penduradas com o cartão amarelo -Aline, Renata Costa e Daniela.
A atenção maior é com a última, principal jogadora do meio-campo da equipe. "Todos nós sabemos o quanto ela é importante", diz Barcellos, que cogita até deixá-la fora da partida para evitar uma suspensão.


NA TV - Brasil x Dinamarca
Band e Sportv, ao vivo, às 9h


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