São Paulo, domingo, 20 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

JUCA KFOURI

Três ideias para Dunga


Com o grupo quase fechado, o técnico da seleção brasileira diz não ter mais dúvidas. Propomos só certezas


FELIZ DUNGA , sem dúvida, por se dizer sem dúvidas.
Quem sabe tenha querido dizer que tem certeza de que há problemas ainda não resolvidos na lateral esquerda, no meio de campo e no ataque. Quem sabe?
Se for isso, há ideias, tão óbvias que certamente ele já as conjeturou e deve estar em vias de testar, não no próximo jogo, na altitude desumana de La Paz, para onde deveria levar um time de meninos, que antes por lá ficasse uns 20 dias, se adaptando.
Seria mesmo o melhor castigo para a teimosa demagogia dos que defendem a prática de esportes onde a esmagadora maioria da humanidade não pode praticá-los sem um bom período de adaptação ou, caso não seja possível, sem sofrimento.
Mas dá para fazer testes no jogo em Campo Grande, contra a Venezuela -lá marcado para tentar limpar a barra da má escolha feita por Cuiabá, além da barra suja do senador Delcídio Amaral (PT-MS), um dos mais agraciados com benesses da CBF em campanhas eleitorais, desde que fechou com José Sarney no escândalo do Senado.
Porque está muito claro que André Santos é um colosso no apoio e uma preocupação na defesa.
Eis que Gilberto, ora no Cruzeiro, que sempre foi o inverso, demonstra agora uma insuspeita capacidade do meio de campo para a frente, a justificar uma experiência, não só pelo que está jogando mas também pelo que já fez sob o comando do próprio Dunga, na Copa América de 2007, por exemplo.
É diferente da situação de Diego, que pode ser uma alternativa a Kaká, embora deveras testado por Dunga. Que talvez desconfie, como o colunista, do olhar dissimulado do meia, apesar do sucesso feito na Alemanha e do que começa a fazer também na Itália, duas realidades que Dunga conhece bem, pois jogou tanto num quanto noutro país.
Por coincidência, aliás, Gilberto também se deu bem na Alemanha.
E, por maior coincidência ainda, eis que o atual número um do futebol germânico é outro brasileiro, este sem passagem pela seleção de Dunga, o surpreendente Grafite.
É perfeitamente compreensível a insistência de Dunga com Robinho, que já o ajudou bastante em sua trajetória pela seleção.
Mas, até para dar um susto no triatleta, seria conveniente uma convocação de Grafite, artilheiro e campeão alemão na temporada passada, mesmo num time menor, o Wolfsburg.
Porque, se Robinho está para Dunga mais ainda do que Denílson estava para Felipão e se Nilmar parece ter ganhado a posição, não custa buscar uma opção que tem brilhado com a intensidade de Grafite, profissional igualmente exemplar, e experiente, como Gilberto.
Finalmente, resta mencionar, ainda para a lateral esquerda, não propriamente uma quarta ideia (que má ideia tirar o acento de ideia!), mas uma esperança.
Será que Kléber, lateral-esquerdo do Internacional, mais um que passou pelo futebol alemão, manterá o nível de futebol que vem jogando nas cinco últimas rodadas?
Porque, se mantiver, ele, que dava ares de estar enfadado com o futebol, pode voltar a ser uma solução, coisa que, no entanto, está na cara de Dunga, em Porto Alegre.

blogdojuca@uol.com.br

Texto Anterior: Basquete: NBA terá que usar árbitros substitutos
Próximo Texto: Brasil desperdiça chance e depende de dia perfeito
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.