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Brasil desperdiça chance e depende de dia perfeito
Após cair em duplas, equipe precisa hoje de façanha que não alçança desde 1971
Marcos Daniel entra em quadra primeiro, diante de Nicolas Lapentti e, se vencer, Bellucci decidirá volta à elite mundial contra Giovanni
FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE
A equipe brasileira desperdiçou seu principal trunfo, a partida de duplas, e agora precisa
vencer os dois últimos jogos
contra o Equador para se classificar para o Grupo Mundial da
Copa Davis em 2010.
A última vez que o país conseguiu duas vitórias após estar
perdendo por 2 a 1 foi em julho
de 1971, quando venceu o México na Cidade do México.
Mesmo jogando em casa contra uma equipe com ranking
bem inferior, o time brasileiro
ficou nessa situação após a derrota na partida de duplas ontem, em Porto Alegre.
Especialistas em duplas, os
brasileiros Marcelo Melo e André Sá sucumbiram diante dos
irmãos Nicolas e Giovanni Lapentti por 3/6, 6/3, 6/4, 4/6 e
6/4 em três horas e 38 minutos.
Trigésimo quarto do mundo
em duplas, Melo sofreu seu primeir revés em quatro partidas
na Davis e se mostrou muito
abalado com o resultado.
"Essa derrota me machucou
muito. Foi a minha primeira
derrota em Davis e em um jogo
que eu considerava mais importante", afirmou Melo.
André Sá (38º) afirmou que o
jogo foi definido nos detalhes.
"Jogamos bem, mas foi mérito
deles mesmo", afirmou o mais
experiente tenista da equipe.
Sá disse que a estratégia para
virar o placar será reagrupar a
equipe. "Temos que voltar para
o hotel e ficar juntos", afirmou
ele. "Não é nenhum bicho de
sete cabeças", completou.
Mas, além de o Brasil não
conseguir uma virada desse
porte há 38 anos, os equatorianos não são surpreendidos assim na Davis desde que perderam da Venezuela, em 1991.
O capitão do Brasil, Francisco Costa, afirmou que a derrota
nas duplas foi muito dolorosa
pela maneira como aconteceu.
"Eles [Melo e Sá] jogaram
bem, tiveram chances, mas o
esporte é assim", comentou.
Para os equatorianos, a chave
da vitória de ontem foi a serenidade dos dois irmãos. "Nos momentos importantes, quando
um desanimava um pouco, o
outro levantava. Por isso ganhamos", afirmou Giovanni.
O capitão do Equador, Raúl
Viver, reconheceu que a dupla
brasileira era a favorita, porém
confiava na maior experiência
de seus comandados.
"Eles já ganharam do [Todd]
Woodbridge e [Wayne] Arthurs na grama [em 2001]",
afirmou o técnico. "Perguntei a
eles: "Vocês preferem jogar com
o Woodbridge e Arthurs na grama ou Melo e Sá no saibro?'",
completou Viver.
O desafio para os brasileiros
começa às 16h, quando o número um do país, Marcos Daniel
(56º do ranking), enfrenta Nicolas, que sozinho tem mais
partidas na Davis do que todos
os quatro brasileiros somados.
"O Marcos Daniel joga de
maneira diferente do Thomaz
[Bellucci]. Ele é mais defensivo", afirmou Lapentti, ex-número seis do mundo, mas atualmente na 144ª colocação.
Como disputou simples e duplas, Nicolas já acumula cerca
de sete horas em quadra, mas
diz que isso não o preocupa.
"Estou muito bem. Contra Bel-
lucci joguei só três sets e o desgaste é menor em duplas."
Na sequência, Thomaz Bel-
lucci (65º do ranking) entra em
quadra para enfrentar Giovanni (211º), que também já jogou
cerca de sete horas.
Para o capitão Francisco
Costa, esse fator pode ser determinante para o resultado do
confronto. "Na Copa Davis, a
questão física sempre pesa.
Não tem como negar."
NA TV - M. Daniel x N. Lapentti
Sportv, ao vivo, às 16h
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