São Paulo, domingo, 20 de setembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasil desperdiça chance e depende de dia perfeito

Após cair em duplas, equipe precisa hoje de façanha que não alçança desde 1971

Marcos Daniel entra em quadra primeiro, diante de Nicolas Lapentti e, se vencer, Bellucci decidirá volta à elite mundial contra Giovanni

FERNANDO ITOKAZU
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE

A equipe brasileira desperdiçou seu principal trunfo, a partida de duplas, e agora precisa vencer os dois últimos jogos contra o Equador para se classificar para o Grupo Mundial da Copa Davis em 2010.
A última vez que o país conseguiu duas vitórias após estar perdendo por 2 a 1 foi em julho de 1971, quando venceu o México na Cidade do México.
Mesmo jogando em casa contra uma equipe com ranking bem inferior, o time brasileiro ficou nessa situação após a derrota na partida de duplas ontem, em Porto Alegre.
Especialistas em duplas, os brasileiros Marcelo Melo e André Sá sucumbiram diante dos irmãos Nicolas e Giovanni Lapentti por 3/6, 6/3, 6/4, 4/6 e 6/4 em três horas e 38 minutos.
Trigésimo quarto do mundo em duplas, Melo sofreu seu primeir revés em quatro partidas na Davis e se mostrou muito abalado com o resultado.
"Essa derrota me machucou muito. Foi a minha primeira derrota em Davis e em um jogo que eu considerava mais importante", afirmou Melo.
André Sá (38º) afirmou que o jogo foi definido nos detalhes. "Jogamos bem, mas foi mérito deles mesmo", afirmou o mais experiente tenista da equipe.
Sá disse que a estratégia para virar o placar será reagrupar a equipe. "Temos que voltar para o hotel e ficar juntos", afirmou ele. "Não é nenhum bicho de sete cabeças", completou.
Mas, além de o Brasil não conseguir uma virada desse porte há 38 anos, os equatorianos não são surpreendidos assim na Davis desde que perderam da Venezuela, em 1991.
O capitão do Brasil, Francisco Costa, afirmou que a derrota nas duplas foi muito dolorosa pela maneira como aconteceu.
"Eles [Melo e Sá] jogaram bem, tiveram chances, mas o esporte é assim", comentou.
Para os equatorianos, a chave da vitória de ontem foi a serenidade dos dois irmãos. "Nos momentos importantes, quando um desanimava um pouco, o outro levantava. Por isso ganhamos", afirmou Giovanni.
O capitão do Equador, Raúl Viver, reconheceu que a dupla brasileira era a favorita, porém confiava na maior experiência de seus comandados.
"Eles já ganharam do [Todd] Woodbridge e [Wayne] Arthurs na grama [em 2001]", afirmou o técnico. "Perguntei a eles: "Vocês preferem jogar com o Woodbridge e Arthurs na grama ou Melo e Sá no saibro?'", completou Viver.
O desafio para os brasileiros começa às 16h, quando o número um do país, Marcos Daniel (56º do ranking), enfrenta Nicolas, que sozinho tem mais partidas na Davis do que todos os quatro brasileiros somados.
"O Marcos Daniel joga de maneira diferente do Thomaz [Bellucci]. Ele é mais defensivo", afirmou Lapentti, ex-número seis do mundo, mas atualmente na 144ª colocação.
Como disputou simples e duplas, Nicolas já acumula cerca de sete horas em quadra, mas diz que isso não o preocupa. "Estou muito bem. Contra Bel- lucci joguei só três sets e o desgaste é menor em duplas."
Na sequência, Thomaz Bel- lucci (65º do ranking) entra em quadra para enfrentar Giovanni (211º), que também já jogou cerca de sete horas.
Para o capitão Francisco Costa, esse fator pode ser determinante para o resultado do confronto. "Na Copa Davis, a questão física sempre pesa. Não tem como negar."


NA TV - M. Daniel x N. Lapentti
Sportv, ao vivo, às 16h




Texto Anterior: Juca Kfouri: Três ideias para Dunga
Próximo Texto: Frase
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.