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Scolari afirma que é perseguido
Após expulsão no clássico, técnico dispara contra árbitros e cogita não ficar mais no banco
DE SÃO PAULO
O treinador Luiz Felipe
Scolari desabafou.
Ontem, depois de quase 30
minutos de papo com seus
jogadores após a derrota para o São Paulo, o técnico palmeirense disparou contra a
arbitragem, disse que é perseguido e ameaçou comandar seu time das arquibancadas, como fez ontem após ter
sido expulso do clássico.
"Está na hora de alguém
levantar o microfone e dizer
que estou sendo perseguido.
E muito. Daqui a pouco não
vai dar mais para ficar nem
na beira do túnel", disse ele.
A ira de Scolari contra o árbitro José Henrique de Carvalho começou após ter sido expulso, ainda na primeira etapa -o juiz alegou que o técnico palmeirense o xingou.
"Haviam pessoas do meu
lado, jogadores, gente de rádio, TV. Eu estava conversando com o Tadeu. Mas agora
vai adiantar alguma coisa?"
Desde que voltou ao Palmeiras, há dois meses, esta
foi a segunda expulsão de
Scolari. Na vitória sobre o
Atlético-PR (2 a 0), ele teve
que deixar o banco de reservas pelo mesmo motivo.
"Por que só eu? Por que
eu trabalhei fora do Brasil e
agora voltei ao Brasil?"
Na sexta-feira, dois dias
antes do clássico, Scolari rasgou elogios à arbitragem do
Brasileiro-2010. "Nos últimos
sete ou oito jogos, nós não temos o que falar de arbitragem, mesmo perdendo ou
empatando", declarou.
Mas ontem o palmeirense
passou a maior parte da sua
entrevista coletiva criticando
a arbitragem do clássico.
E até cogitou ficar de fora
do banco de reservas. "Não
sei mais o que fazer. É melhor
eu ficar fora do banco, então
não vai haver expulsão nenhuma. É isso que eles querem comigo", declarou.
Sobre o jogo, foi econômico nas palavras. "Eles marcaram na primeira bola que foi
ao gol, em uma jogada aérea.
Mas os jogadores do São Paulo também tiveram qualidade", afirmou o treinador.
Scolari disse que sua expulsão em nada prejudicou o
time. "O que desestabilizou
foi a qualidade do Fernandão
na bola aérea e o rapaz [Lucas] que bateu bem na bola."
Em seguida, voltou ao tema. "Queria ver o tribunal solicitar não apenas a minha
presença mas a de outras
pessoas, inclusive a do bandeira, para ver que mudam a
situação da arbitragem."
E disse que se reunirá com
seu estafe para discutir o caso. "Vou conversar com meu
departamento jurídico e com
o Palmeiras para ver que tipo
de atitude eles podem tomar.
E vou estudar alguma coisa
para o futuro."
(JOSÉ RICARDO LEITE E LUCAS REIS)
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