São Paulo, domingo, 20 de setembro de 1998

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Dualib vence eleições no clube

do enviado a Campinas

Apuradas todas urnas no Parque São Jorge, Alberto Dualib comemorou sua reeleição para o cargo de presidente do Corinthians, com 5.095 votos contra 1.102 da oposicionista Marlene Matheus.
Irritada, a viúva do ex-presidente Vicente Matheus, retirou-se antes mesmo da abertura das urnas e se dirigiu para sua casa, prometendo que tentará, em Brasília, impugnar a vitória de Dualib.
A alegação de Marlene é que o atual presidente seria "inelegível", porque, no cargo desde 1993, deveria ter marcado as eleições para 1995 e não as postergar para 1998, como acabou fazendo.
Para Dualib, a revolta de Marlene não faz sentido. "Foi a eleição mais livre da história do Corinthians", comentou. "Estou muito feliz. Se o Conselho Deliberativo tivesse aprovado, teria feito a eleição em 95. Mas não faz mal. O importante é que ganhamos um voto de confiança do associado."
O presidente prometeu profissionalizar o departamento de futebol já no primeiro semestre de 1999, com o objetivo de levar o time a conquistas internacionais.
A votação, que começou às 9h e durou até as 18h de ontem, teve trio elétrico, batucada da Gaviões da Fiel, mais de 300 cabos eleitorais, Ratinho, Hebe Camargo e até Silvio Santos presentes direta ou indiretamente.
Enquanto os oposicionistas distribuiam folhetos de Marlene, usando imagens dos apresentadores de TV Ratinho e Hebe Camargo e do empresário Silvio Santos, que estariam apoiando a candidata, os de Dualib tinham uma postura mais séria, mas também mais agressiva.
Nos dois únicos incidentes registrados na primeira hora de votação, cabos eleitorais do atual presidente foram acusados de rasgar camisetas que defendiam a chapa de Marlene, "Corinthians Grande Paixão da Minha Vida".
À tarde, porém, aconteceu outro incidente, uma briga entre seguranças do clube, defendendo Dualib, e assessores de Marlene.
Outro incidente aconteceu com o sócio de número 1619, que quase não pôde votar, pois o clube achava que ele tivesse morrido. Depois de alguma confusão, porém, e de ter provado que estava vivo, teve a possibilidade de participar da eleição no Corinthians.
Gaviões barrada
Parte dos 200 integrantes da Gaviões, que diz ter 50 mil sócios, dos quais 1 mil teriam direito a voto nas eleições de ontem, não pode entrar no clube.
Como só entrava sócio do Corinthians ou jornalista, vários membros da Gaviões, que são filiados à torcida, mas não fazem parte do quadro de associados do clube, tiveram de ficar do lado de fora.
Revoltados, começaram a chamar o atual presidente de "ditador", acusando-o de barrar a Fiel.
A participação da Gaviões, no entanto, foi considerado decepcionante, já que, ao invés dos 1 mil votos que havia prometido para a chapa de Marlene, não teria conseguido dar mais do que cem.
O promotor Fernando Capez, que luta pela extinção das torcidas organizadas, esteve acompanhando o processo de votação no Corinthians. Na ocasião, chegou a encontrar Douglas Deúngaro, presidente da Gaviões, que tanto reclamara da posição contra as uniformizadas. (JCA)


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