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FUTEBOL
Atacante carioca, que foi o artilheiro da Libertadores deste ano pelo Bolivar, poderá enfrentar o Brasil em 99
João, goleador da América, vira boliviano
RODRIGO BUENO
da Reportagem Local
Sérgio João. Esse é o nome do
principal goleador desta temporada na América do Sul.
Defendendo o Bolivar, da Bolívia, marcou dez gols na Libertadores em dez jogos. Foi o artilheiro
mesmo com a eliminação de sua
equipe ainda nas quartas-de-final.
Luizão, centroavante do campeão Vasco, fez quatro jogos a
mais que Sérgio e marcou apenas
metade dos gols do artilheiro.
Carioca de Bonsucesso, Sérgio
João é pouco conhecido no Brasil,
mas sua fama no continente já lhe
rendeu uma transferência para o
América de Cali, um dos grandes
times da Colômbia, e um provável
lugar na seleção boliviana.
Cético quanto a uma chance na
seleção brasileira, Sérgio João busca outra nacionalidade para representar outra seleção.
"Gostaria de defender o Brasil, mas é difícil conseguir um espaço. Há muitos atacantes bons."
Muito popular no país, o jogador aguarda para outubro a nova
nacionalidade, o que lhe permitiria defender a Bolívia em 99 na Copa das Confederações, no México,
e na Copa América, no Paraguai,
possivelmente contra o Brasil.
"Sou ídolo na Bolívia e seria
fácil jogar na seleção. Meu empresário está no México, mas, assim
que ele chegar, vou tratar dos detalhes finais da naturalização."
Com 29 anos, Sérgio atuou em
apenas um time grande no país, o
Fluminense. Só conseguiu prestígio na Bolívia, onde foi artilheiro
do nacional em 96 e 97.
"Tive uma chance de jogar no
Palmeiras, mas o técnico Luiz Felipe me descartou", disse.
Sérgio conquistou os torcedores
bolivianos com gols e humoradas
comemorações. "Meu estilo é
parecido com o do Viola. Comemoro os gols com coreografias".
O atacante, de 1,69 m, considera-se bom no jogo aéreo. "Fiz
muitos gols de cabeça na Libertadores. Fiquei mais famoso na Bolívia que o Jairzinho (ponta da seleção tricampeã mundial em 70)."
Em quatro jogos pelo Colombiano, Sérgio marcou duas vezes. O
brasileiro é uma das esperanças do
América na Copa Merconorte, novo torneio sul-americano.
"Espero ter aqui a fama que eu
tenho na Bolívia. Mas sei que as
pessoas do Brasil não reconhecerão o que eu fizer aqui."
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