|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Jogo da Sul-Americana opõe Leão, assíduo em disputas internacionais, a Luxemburgo, nada afeito com o exterior
Morumbi vê "San caseiro" e "São gringo"
EDUARDO ARRUDA
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
"Poxa, eu fiz de tudo para não
vencer o jogo, mas não deu", disse
Vanderlei Luxemburgo ao são-paulino Marco Aurélio Cunha
após o 1 a 0 no primeiro confronto
da Copa Sul-Americana, diante
do rival, que dá ao Santos a vantagem do empate no duelo de hoje,
às 21h50, no Morumbi.
"Mas tome cuidado ao priorizar
o Brasileiro. De repente, você fica
sem os dois", aconselhou o superintendente de futebol da equipe.
O diálogo, ocorrido na semana
passada, em uma lanchonete da
capital paulista, após encontro casual entre os dois, reflete bem como cada clube encara a competição continental, que pode render
até US$ 1,5 milhão ao campeão
mas ainda carece de prestígio.
Luxemburgo não esconde de
ninguém que gosta mais do Brasileiro. Por ele, nenhum de seus titulares seriam inscritos. Aliado a
seu desprezo pela Sul-Americana,
o santista só colecionou fracassos
em torneios internacionais.
Técnico com mais títulos brasileiros no currículo (quatro), ele
nunca levantou taça oficial por
clubes fora do país. Seu maior sucesso como treinador fora do território nacional ocorreu em 99,
quando venceu uma esvaziada
Copa América com a seleção. Em
2000, porém, o fracasso na Olimpíada o levou a perder o cargo.
Como atleta, Luxemburgo também não conseguiu muita coisa
longe do país. Disputou um torneio de Toulon com a seleção de
juniores, mas como "gato" (com
idade adulterada). "Veja só: o
Atlético-PR não disputa a Copa
Sul-Americana e cresceu. Santos,
São Paulo, Cruzeiro, Flamengo e
São Caetano tiveram uma queda
por jogar a Sul-Americana. Tenho
gráficos que mostram isso", disse
o santista em entrevista à Sportv.
Quando foi eliminado da Libertadores, a avaliação do técnico foi
a de que o time arrancou no Nacional. Segundo ele, se um clube
joga quarta e domingo no mesmo
torneio não há prejuízo porque os
atletas ficam focados no mesmo
objetivo e não há rodízio no time.
Pela tese de Luxemburgo, seu time sofrerá novo desgaste hoje.
Deve entrar com uma maioria de
atletas reservas. Domingo, os titulares enfrentarão de novo o São
Paulo, pelo Brasileiro.
O caso de Leão contrasta com o
de seu desafeto -Luxemburgo
pegou seu lugar no Santos. Boa
parte do sucesso e do currículo
dele como treinador se deve às
conquistas internacionais -hoje
ele precisa de uma vitória por dois
gols ou mais de diferença para
avançar sem precisar dos pênaltis.
Campeão brasileiro em 2002
com o Santos, Leão ganhou duas
vezes a extinta Copa Conmebol:
em 1997, com o Atlético-MG, e no
ano seguinte, com o Santos.
Em 1997, Leão literalmente sangrou antes de levantar a taça. Ele
foi agredido por atletas e torcedores argentinos em jogo com o Lanús. No comando do Santos, Leão
também levou o time à decisão da
Libertadores após 40 anos.
Luxemburgo jamais disputou o
título do mais importante torneio
de clubes da América. "As grandes equipes jogam para chegar a
títulos. Você joga Copa do Brasil e
Brasileiro para chegar a um torneio sul-americano", diz Leão.
Quem avançar hoje entra nas
quartas-de-final da disputa (fase
internacional) e pega a LDU.
NA TV - São Paulo x Santos,
Globo, ao vivo, às 21h50
Texto Anterior: O que ver na TV Próximo Texto: Frase Índice
|