São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2004

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FUTEBOL

Jogo da Sul-Americana opõe Leão, assíduo em disputas internacionais, a Luxemburgo, nada afeito com o exterior

Morumbi vê "San caseiro" e "São gringo"

EDUARDO ARRUDA
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

"Poxa, eu fiz de tudo para não vencer o jogo, mas não deu", disse Vanderlei Luxemburgo ao são-paulino Marco Aurélio Cunha após o 1 a 0 no primeiro confronto da Copa Sul-Americana, diante do rival, que dá ao Santos a vantagem do empate no duelo de hoje, às 21h50, no Morumbi.
"Mas tome cuidado ao priorizar o Brasileiro. De repente, você fica sem os dois", aconselhou o superintendente de futebol da equipe.
O diálogo, ocorrido na semana passada, em uma lanchonete da capital paulista, após encontro casual entre os dois, reflete bem como cada clube encara a competição continental, que pode render até US$ 1,5 milhão ao campeão mas ainda carece de prestígio.
Luxemburgo não esconde de ninguém que gosta mais do Brasileiro. Por ele, nenhum de seus titulares seriam inscritos. Aliado a seu desprezo pela Sul-Americana, o santista só colecionou fracassos em torneios internacionais.
Técnico com mais títulos brasileiros no currículo (quatro), ele nunca levantou taça oficial por clubes fora do país. Seu maior sucesso como treinador fora do território nacional ocorreu em 99, quando venceu uma esvaziada Copa América com a seleção. Em 2000, porém, o fracasso na Olimpíada o levou a perder o cargo.
Como atleta, Luxemburgo também não conseguiu muita coisa longe do país. Disputou um torneio de Toulon com a seleção de juniores, mas como "gato" (com idade adulterada). "Veja só: o Atlético-PR não disputa a Copa Sul-Americana e cresceu. Santos, São Paulo, Cruzeiro, Flamengo e São Caetano tiveram uma queda por jogar a Sul-Americana. Tenho gráficos que mostram isso", disse o santista em entrevista à Sportv.
Quando foi eliminado da Libertadores, a avaliação do técnico foi a de que o time arrancou no Nacional. Segundo ele, se um clube joga quarta e domingo no mesmo torneio não há prejuízo porque os atletas ficam focados no mesmo objetivo e não há rodízio no time.
Pela tese de Luxemburgo, seu time sofrerá novo desgaste hoje. Deve entrar com uma maioria de atletas reservas. Domingo, os titulares enfrentarão de novo o São Paulo, pelo Brasileiro.
O caso de Leão contrasta com o de seu desafeto -Luxemburgo pegou seu lugar no Santos. Boa parte do sucesso e do currículo dele como treinador se deve às conquistas internacionais -hoje ele precisa de uma vitória por dois gols ou mais de diferença para avançar sem precisar dos pênaltis.
Campeão brasileiro em 2002 com o Santos, Leão ganhou duas vezes a extinta Copa Conmebol: em 1997, com o Atlético-MG, e no ano seguinte, com o Santos.
Em 1997, Leão literalmente sangrou antes de levantar a taça. Ele foi agredido por atletas e torcedores argentinos em jogo com o Lanús. No comando do Santos, Leão também levou o time à decisão da Libertadores após 40 anos.
Luxemburgo jamais disputou o título do mais importante torneio de clubes da América. "As grandes equipes jogam para chegar a títulos. Você joga Copa do Brasil e Brasileiro para chegar a um torneio sul-americano", diz Leão.
Quem avançar hoje entra nas quartas-de-final da disputa (fase internacional) e pega a LDU.


NA TV - São Paulo x Santos, Globo, ao vivo, às 21h50


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