São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 2006

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No "quintal", Barrichello começa a viver seu ocaso

Após seis anos como candidato a vencer em Interlagos, piloto vira coadjuvante

Ofuscado por Felipe Massa, ex-parceiro de Schumacher na Ferrari experimenta nova realidade e velhas piadinhas de programa humorístico

DA REPORTAGEM LOCAL

Personagem principal do GP Brasil nos últimos 11 anos e esperança de vitória brasileira nos últimos seis, Rubens Barrichello chega a Interlagos em uma situação nova. A de quem começa a viver seu ocaso.
Nem por isso, porém, livrou-se de algo que o perseguiu durante todos estes anos: ser alvo de piadas. A de ontem foi promovida pelos humoristas do programa ""Pânico", da RedeTV!, durante entrevista coletiva da Ferrari com Michael Schumacher e Felipe Massa.
A começar pela roupa, não mais vermelha, e sim branca, muita coisa mudou na vida de Barrichello no último ano. De escudeiro de Michael Schumacher nas últimas seis temporadas na equipe italiana, agora divide as atenções da Honda com o inglês Jenson Button.
Os boxes também não ficam mais no começo do paddock. Seu caminho até eles ficou um pouco mais longo. E, no pescoço, exibe orgulhoso um colar com o número 11 estampado.
Mais que isso, perdeu para Massa o posto de brasileiro que pode dar ao país sua primeira vitória em Interlagos desde a de Ayrton Senna, em 1993.
"Interlagos é meu quintal. Mas neste ano as coisas estão assim, com o Felipe recebendo mais atenção porque eu não tenho um carro tão bom, que tem chances de vencer", afirmou. "Mas espero que no ano que vem eu volte a ser um jogador principal e que volte a vestir a camisa 10 desta equipe."
Neste ano, sua melhor colocação foi um quarto lugar em Mônaco, que repetiu depois, na Hungria. No campeonato, aparece na sétima colocação, atrás do companheiro de equipe. Mas soma quase a metade de seus pontos -28 contra 50.
"Acho que o problema neste ano é que planejamos fazer de mais e acabamos fazendo de menos. Mas acho que me safo porque estou no meu primeiro ano na equipe", declarou. "Amanhã [hoje] vai ser como se fosse minha primeira vez em Interlagos. Vai ser tudo diferente", completou o piloto, 34 anos, 14 deles na F-1, categoria em que acumula 235 GPs, 9 vitórias e 13 pole positions.
Atletas que passaram por situação parecida com a do piloto acham que é o momento de encontrar motivação e arriscar.
"Esta é a palavra-chave. Ele vai precisar ter o espírito vencedor, como se estivesse na Ferrari", diz Claudinei Quirino, prata nos 4 x 100 m livre em Sydney-00 e membro do quarteto do bobsled masculino que ficou fora da final dos Jogos de Inverno de Turim, neste ano.
"É a última corrida do ano e no Brasil. Se ele quebrar, bater ou não pontuar, é até esperado de certa forma. Por isso, ele pode ousar o máximo possível", disse Falcão, melhor do mundo no futsal em 2004, que teve três tentativas frustradas de emplacar no futebol.0 (FÁBIO SEIXAS, LUÍS FERRARI E TATIANA CUNHA)


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