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No "quintal", Barrichello começa a viver seu ocaso
Após seis anos como candidato a vencer em Interlagos, piloto vira coadjuvante
Ofuscado por Felipe Massa, ex-parceiro de Schumacher na Ferrari experimenta nova realidade e velhas piadinhas de programa humorístico
DA REPORTAGEM LOCAL
Personagem principal do GP
Brasil nos últimos 11 anos e esperança de vitória brasileira
nos últimos seis, Rubens Barrichello chega a Interlagos em
uma situação nova. A de quem
começa a viver seu ocaso.
Nem por isso, porém, livrou-se de algo que o perseguiu durante todos estes anos: ser alvo
de piadas. A de ontem foi promovida pelos humoristas do
programa ""Pânico", da RedeTV!, durante entrevista coletiva da Ferrari com Michael
Schumacher e Felipe Massa.
A começar pela roupa, não
mais vermelha, e sim branca,
muita coisa mudou na vida de
Barrichello no último ano. De
escudeiro de Michael Schumacher nas últimas seis temporadas na equipe italiana, agora divide as atenções da Honda com
o inglês Jenson Button.
Os boxes também não ficam
mais no começo do paddock.
Seu caminho até eles ficou um
pouco mais longo. E, no pescoço, exibe orgulhoso um colar
com o número 11 estampado.
Mais que isso, perdeu para
Massa o posto de brasileiro que
pode dar ao país sua primeira
vitória em Interlagos desde a
de Ayrton Senna, em 1993.
"Interlagos é meu quintal.
Mas neste ano as coisas estão
assim, com o Felipe recebendo
mais atenção porque eu não tenho um carro tão bom, que tem
chances de vencer", afirmou.
"Mas espero que no ano que
vem eu volte a ser um jogador
principal e que volte a vestir a
camisa 10 desta equipe."
Neste ano, sua melhor colocação foi um quarto lugar em
Mônaco, que repetiu depois, na
Hungria. No campeonato, aparece na sétima colocação, atrás
do companheiro de equipe.
Mas soma quase a metade de
seus pontos -28 contra 50.
"Acho que o problema neste
ano é que planejamos fazer de
mais e acabamos fazendo de
menos. Mas acho que me safo
porque estou no meu primeiro
ano na equipe", declarou.
"Amanhã [hoje] vai ser como se
fosse minha primeira vez em
Interlagos. Vai ser tudo diferente", completou o piloto, 34
anos, 14 deles na F-1, categoria
em que acumula 235 GPs, 9 vitórias e 13 pole positions.
Atletas que passaram por situação parecida com a do piloto
acham que é o momento de encontrar motivação e arriscar.
"Esta é a palavra-chave. Ele
vai precisar ter o espírito vencedor, como se estivesse na
Ferrari", diz Claudinei Quirino,
prata nos 4 x 100 m livre em
Sydney-00 e membro do quarteto do bobsled masculino que
ficou fora da final dos Jogos de
Inverno de Turim, neste ano.
"É a última corrida do ano e
no Brasil. Se ele quebrar, bater
ou não pontuar, é até esperado
de certa forma. Por isso, ele pode ousar o máximo possível",
disse Falcão, melhor do mundo
no futsal em 2004, que teve três
tentativas frustradas de emplacar no futebol.0
(FÁBIO SEIXAS, LUÍS FERRARI E TATIANA CUNHA)
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