São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2008

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Com falha de "brasileiro", Brasil é campeão no Rio

Seleção reconquista título após oito anos de hegemonia da Espanha no futsal

Em torneio marcado pela presença maciça de atletas nascidos no país, espanhol nascido no Amazonas perde cobrança de pênalti decisiva

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Um pênalti desperdiçado pelo amazonense naturalizado espanhol Marcelo, 34, deu ao Brasil o título do Mundial de futsal após 12 anos de jejum.
Na última cobrança da série, Marcelo chutou a bola em cima do goleiro Franklin, que garantiu a festa no Maracanãzinho.
A final que deixou os torcedores de pé no ginásio terminara empatada no tempo normal (2 a 2) e na prorrogação (0 a 0).
Com a cobrança desperdiçada pelo brasileiro, a Espanha perdeu a disputa de pênaltis por 4 a 3. Antes, o espanhol Torras e o brasileiro Ari haviam errado as suas cobranças.
"Quando o goleiro defendeu, só pensei no meu filho de cinco anos e na tristeza que ele deve estar sentindo na Espanha. Não tenho palavras para falar sobre esse momento", disse Marcelo, que anunciou, na sala de entrevista do ginásio, o fim da sua carreira na seleção espanhola. Daniel Ibañes, outro brasileiro naturalizado espanhol, não atuou na decisão por causa de uma contusão.
No banco de reservas durante praticamente todo o Mundial, o goleiro Franklin foi festejado como herói. Ele entrou na quadra ontem apenas para defender as cobranças de pênaltis e pegou duas bolas.
"Estava preparado. Fiquei o Mundial inteiro treinando para uma decisão dessas e já havia estudado todos os batedores deles. Dizem que pênalti é loteria, mas vi que é treinamento", disse o goleiro de 1,81 m. O titular Tiago mede 1,73 m.
Franklin era o titular da seleção em 2004, quando a equipe foi eliminada pela Espanha nos pênaltis na semifinal. Na ocasião, os placares foram os mesmo de ontem no tempo normal e na prorrogação.
"Claro que aquele filme passou na minha cabeça, mas, quando entrei no gol, me concentrei e só pensei em pegar as bolas", disse o goleiro, que participou das duas campanhas fracassadas da seleção.
Mesmo fora do momento decisivo, Tiago foi um dos destaque da seleção no Mundial. Ele foi eleito o melhor goleiro do torneio e o terceiro melhor atleta da competição.
Os jogadores nascidos no Brasil ganharam todos os prêmios distribuídos pela Fifa. Naturalizado russo, Pula foi o único representante de outra seleção a ser premiado. Ele ficou com a chuteira de ouro por ter sido o artilheiro. Falcão foi eleito o melhor da Copa.
O jogo foi tenso. Os quatro gols só saíram no segundo tempo. Marquinho e Vinícius marcaram os do Brasil. Já Torras e Álvaro fizeram os da Espanha.
"Com certeza, essa foi a melhor final de um Mundial. O nosso esporte ganhou. Dominamos e fomos dominados. O importante é que resgatamos todos os títulos de que precisávamos", disse o técnico Paulo César Oliveira, o PC, que assumiu a seleção em 2005, após o fracasso da equipe no Mundial.
Com ele no comando, o Brasil soma 104 jogos de invencibilidade. A única derrota de PC como treinador da seleção foi justamente para a Espanha.


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