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Com falha de "brasileiro", Brasil é campeão no Rio
Seleção reconquista título após oito anos de hegemonia da Espanha no futsal
Em torneio marcado pela
presença maciça de atletas
nascidos no país, espanhol
nascido no Amazonas perde
cobrança de pênalti decisiva
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Um pênalti desperdiçado pelo amazonense naturalizado
espanhol Marcelo, 34, deu ao
Brasil o título do Mundial de
futsal após 12 anos de jejum.
Na última cobrança da série,
Marcelo chutou a bola em cima
do goleiro Franklin, que garantiu a festa no Maracanãzinho.
A final que deixou os torcedores de pé no ginásio terminara empatada no tempo normal
(2 a 2) e na prorrogação (0 a 0).
Com a cobrança desperdiçada pelo brasileiro, a Espanha
perdeu a disputa de pênaltis
por 4 a 3. Antes, o espanhol
Torras e o brasileiro Ari haviam
errado as suas cobranças.
"Quando o goleiro defendeu,
só pensei no meu filho de cinco
anos e na tristeza que ele deve
estar sentindo na Espanha.
Não tenho palavras para falar
sobre esse momento", disse
Marcelo, que anunciou, na sala
de entrevista do ginásio, o fim
da sua carreira na seleção espanhola. Daniel Ibañes, outro
brasileiro naturalizado espanhol, não atuou na decisão por
causa de uma contusão.
No banco de reservas durante praticamente todo o Mundial, o goleiro Franklin foi festejado como herói. Ele entrou
na quadra ontem apenas para
defender as cobranças de pênaltis e pegou duas bolas.
"Estava preparado. Fiquei o
Mundial inteiro treinando para
uma decisão dessas e já havia
estudado todos os batedores
deles. Dizem que pênalti é loteria, mas vi que é treinamento",
disse o goleiro de 1,81 m. O titular Tiago mede 1,73 m.
Franklin era o titular da seleção em 2004, quando a equipe
foi eliminada pela Espanha nos
pênaltis na semifinal. Na ocasião, os placares foram os mesmo de ontem no tempo normal
e na prorrogação.
"Claro que aquele filme passou na minha cabeça, mas,
quando entrei no gol, me concentrei e só pensei em pegar as
bolas", disse o goleiro, que participou das duas campanhas
fracassadas da seleção.
Mesmo fora do momento decisivo, Tiago foi um dos destaque da seleção no Mundial. Ele
foi eleito o melhor goleiro do
torneio e o terceiro melhor
atleta da competição.
Os jogadores nascidos no
Brasil ganharam todos os prêmios distribuídos pela Fifa. Naturalizado russo, Pula foi o único representante de outra seleção a ser premiado. Ele ficou
com a chuteira de ouro por ter
sido o artilheiro. Falcão foi eleito o melhor da Copa.
O jogo foi tenso. Os quatro
gols só saíram no segundo tempo. Marquinho e Vinícius marcaram os do Brasil. Já Torras e
Álvaro fizeram os da Espanha.
"Com certeza, essa foi a melhor final de um Mundial. O
nosso esporte ganhou. Dominamos e fomos dominados. O
importante é que resgatamos
todos os títulos de que precisávamos", disse o técnico Paulo
César Oliveira, o PC, que assumiu a seleção em 2005, após o
fracasso da equipe no Mundial.
Com ele no comando, o Brasil soma 104 jogos de invencibilidade. A única derrota de PC
como treinador da seleção foi
justamente para a Espanha.
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