São Paulo, segunda-feira, 20 de outubro de 2008

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Hamilton muda postura, triunfa e põe mão no título

Após GP, inglês agradece a Deus, diz que se sente em casa no Brasil e terá torcida em sua 2ª decisão em SP

Piloto larga na pole e conduz McLaren à vitória em Xangai sem sofrer ameaça de Ferrari, que ocupou as demais posições do pódio

DA ENVIADA A XANGAI

Depois das mostras de nervosismo no GP da China de 2007 e no GP do Japão, no domingo passado, Lewis Hamilton chegou a Xangai pressionado.
Fora da pista, o tom de voz mais baixo e o discurso diferente foram demonstrações de que alguma coisa havia mudado.
De "detestar correr por pontos" a mudar para alguém que "não queria vencer a qualquer custo", bastou que as luzes vermelhas se apagassem ontem no autódromo chinês para que o inglês mostrasse que, apesar da nova postura, na pista, continua tão agressivo como antes.
"Foi tudo perfeito em mais um fim de semana que Deus esteve ao nosso lado, como sempre", disse Hamilton, aliviado pela nona vitória em sua carreira, a quinta na temporada.
"Este foi mais um passo em direção ao campeonato e ao meu sonho. A próxima corrida não será fácil, mas me sinto em casa no Brasil e as pessoas até pensam que sou brasileiro", falou. "Sei que muita gente em Interlagos vai torcer por mim."
Largando da pole pela 13ª vez na F-1, a sétima em 2008, o piloto não teve dificuldade para se manter na ponta, à frente de Kimi Raikkonen e Felipe Massa, segundo e terceiro no grid.
Com um carro visivelmente superior aos da Ferrari, Hamilton passou então a fazer volta rápida atrás de volta rápida para abrir uma vantagem confortável na liderança antes de ir para o seu primeiro pit stop.
Após parar e reassumir a ponta com 6s8 de folga para Raikkonen, Hamilton voltou a apertar o ritmo. Atrás deles, Massa tentava, sem sucesso, se aproximar. "Após a segunda parada, estávamos apenas tocando", explicou o piloto inglês.
"Só passei a tomar cuidado com os pneus e o motor e com a minha distância para o Kimi, pois sabia que era inevitável que o Felipe o ultrapassasse."
O "inevitável", no entanto, só aconteceu na 49ª volta, quando Massa enfim conseguiu se aproximar do companheiro de Ferrari e o superou, sem resistência nenhuma, para assumir a segunda posição na prova.
A partir daí, foi apenas esperar mais sete voltas para a bandeirada final de uma das provas mais sem emoção da temporada, na qual a McLaren liderou todas as voltas -Heikki Kovalainen, que abandonou a corrida com problemas hidráulicos, esteve na ponta por três giros.
É por este motivo que Hamilton diz que chegará em São Paulo psicologicamente mais fortalecido do que em 2007, quando terminou o GP da China atolado na caixa de brita.
"No ano passado, foi difícil. Fomos ao Brasil sabendo que a Ferrari seria muito competitiva. Agora, as coisas estão completamente diferentes, e chegaremos depois de uma excelente corrida", comentou Hamilton.
"A partir de amanhã [hoje] vamos voltar para onde estávamos no começo da semana. Vamos trabalhar duro e nos concentrar para chegar em Interlagos ainda mais competitivos", disse, antes de completar.
"Não acho que os fãs serão problema. Não é uma coisa que me afeta. Minha família estará lá, não há maior apoio que este. Ganhar a corrida com certeza é mais difícil." (TATIANA CUNHA)


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