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FUTEBOL
Após duplo empate pelas eliminatórias e de ouvir coro de "burro" em Curitiba, técnico vai repensar seleção para 2004
Parreira, de novo, mudará a cara do Brasil
DO ENVIADO A CURITIBA
Depois do duplo empate nas
eliminatórias -1 a 1 contra o Peru e 3 a 3 diante do Uruguai-, o
Brasil vai, mais uma vez, mudar
de cara. O treinador Carlos Alberto Parreira já avisou que irá repensar o time para o ano que vem.
Chamado diversas vezes de
"burro" pela torcida no segundo
tempo, o técnico vai analisar, nos
próximos meses, qual a melhor
formação para a equipe -o próximo jogo pelas eliminatórias será
em 31 de março, contra o Paraguai, em Assunção.
O técnico quer cada vez mais
afastar a seleção da era Scolari.
Ontem, da equipe que por pouco não entra para a história como
a primeira do Brasil a perder um
jogo das eliminatórias em casa,
cinco não foram titulares de Scolari na Copa de 2002.
Parreira colocou como titulares
Dida, Júnior, Zé Roberto, Renato
e Kaká, nenhum dos quais fora titular no Mundial. No segundo
tempo, colocou Alex, desafeto declarado do ex-treinador da seleção, Luis Fabiano e Juninho Pernambucano -nenhum dos três
participou da campanha do penta, no Mundial Coréia/Japão.
Certo apenas é que o esquema
-4-4-2- vai ser mantido. Scolari adotava o 3-5-2.
Remanescentes do período anterior, Roque Júnior e Lúcio foram muito criticados pela torcida
paranaense ontem. Como a zaga
se posicionou muito mal em Curitiba e falhou em diversos momentos, os torcedores passaram a hostilizar os jogadores de defesa.
O mais crucificado foi Lúcio, cuja saída começou a ser pedida pela
torcida logo aos 14min da etapa
inicial, quando já tinha falhado.
Depois da partida, Cafu, capitão
do Brasil no pentacampeonato,
saiu em defesa da zaga. "Se o time
falha, não é culpa de um ou de outro, a torcida não pode fazer isso.
Poderíamos até ter goleado, mas
vacilamos. Graças a Deus conseguimos empatar no final."
Kaká adotou postura semelhante e também partiu em defesa da
zaga. "Poderíamos ter definido
no primeiro tempo, quando perdemos muitos gols. Até achei que
iríamos aumentar no segundo
tempo, mas não deu. Se o ataque
perdeu gols, não é porque a defesa
tomou que ela deve ser crucificada", opinou o jogador.
Na fase final, quando Kaká foi
substituído por Alex, Parreira foi
xingado pela torcida -ela queria
que o cruzeirense entrasse, mas
não no lugar do ex-são-paulino.
"Pelo menos empatamos no final, poderia ter sido pior", disse
Ronaldo, autor de dois gols no Paraná -o atacante do Real Madrid
chegou a três tentos marcados nas
eliminatórias sul-americanas.
Além da defesa, outra preocupação de Parreira é com o meio-campo, setor que não se apresentou bem em Lima, no empate
contra o Peru, e ontem voltou a
ser dominado na fase final.
Para a partida em Curitiba, o
técnico chegou a sacar o volante
Emerson, que vinha jogando como titular, e colocou Renato em
seu lugar. No ano que vem, o santista deve ter outras oportunidades na seleção. "Eu não vou ter
medo de ousar. Quando eu achar
que chegou a hora, vou mudar."
Antes de voltar a jogar pelas eliminatórias, contra os paraguaios,
a equipe de Parreira deve fazer
dois amistosos, um em janeiro,
outro em fevereiro, contra adversários a definir.
(PAULO COBOS)
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