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São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

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FUTEBOL

Após duplo empate pelas eliminatórias e de ouvir coro de "burro" em Curitiba, técnico vai repensar seleção para 2004

Parreira, de novo, mudará a cara do Brasil

DO ENVIADO A CURITIBA

Depois do duplo empate nas eliminatórias -1 a 1 contra o Peru e 3 a 3 diante do Uruguai-, o Brasil vai, mais uma vez, mudar de cara. O treinador Carlos Alberto Parreira já avisou que irá repensar o time para o ano que vem.
Chamado diversas vezes de "burro" pela torcida no segundo tempo, o técnico vai analisar, nos próximos meses, qual a melhor formação para a equipe -o próximo jogo pelas eliminatórias será em 31 de março, contra o Paraguai, em Assunção.
O técnico quer cada vez mais afastar a seleção da era Scolari.
Ontem, da equipe que por pouco não entra para a história como a primeira do Brasil a perder um jogo das eliminatórias em casa, cinco não foram titulares de Scolari na Copa de 2002.
Parreira colocou como titulares Dida, Júnior, Zé Roberto, Renato e Kaká, nenhum dos quais fora titular no Mundial. No segundo tempo, colocou Alex, desafeto declarado do ex-treinador da seleção, Luis Fabiano e Juninho Pernambucano -nenhum dos três participou da campanha do penta, no Mundial Coréia/Japão.
Certo apenas é que o esquema -4-4-2- vai ser mantido. Scolari adotava o 3-5-2.
Remanescentes do período anterior, Roque Júnior e Lúcio foram muito criticados pela torcida paranaense ontem. Como a zaga se posicionou muito mal em Curitiba e falhou em diversos momentos, os torcedores passaram a hostilizar os jogadores de defesa.
O mais crucificado foi Lúcio, cuja saída começou a ser pedida pela torcida logo aos 14min da etapa inicial, quando já tinha falhado.
Depois da partida, Cafu, capitão do Brasil no pentacampeonato, saiu em defesa da zaga. "Se o time falha, não é culpa de um ou de outro, a torcida não pode fazer isso. Poderíamos até ter goleado, mas vacilamos. Graças a Deus conseguimos empatar no final."
Kaká adotou postura semelhante e também partiu em defesa da zaga. "Poderíamos ter definido no primeiro tempo, quando perdemos muitos gols. Até achei que iríamos aumentar no segundo tempo, mas não deu. Se o ataque perdeu gols, não é porque a defesa tomou que ela deve ser crucificada", opinou o jogador.
Na fase final, quando Kaká foi substituído por Alex, Parreira foi xingado pela torcida -ela queria que o cruzeirense entrasse, mas não no lugar do ex-são-paulino.
"Pelo menos empatamos no final, poderia ter sido pior", disse Ronaldo, autor de dois gols no Paraná -o atacante do Real Madrid chegou a três tentos marcados nas eliminatórias sul-americanas.
Além da defesa, outra preocupação de Parreira é com o meio-campo, setor que não se apresentou bem em Lima, no empate contra o Peru, e ontem voltou a ser dominado na fase final.
Para a partida em Curitiba, o técnico chegou a sacar o volante Emerson, que vinha jogando como titular, e colocou Renato em seu lugar. No ano que vem, o santista deve ter outras oportunidades na seleção. "Eu não vou ter medo de ousar. Quando eu achar que chegou a hora, vou mudar."
Antes de voltar a jogar pelas eliminatórias, contra os paraguaios, a equipe de Parreira deve fazer dois amistosos, um em janeiro, outro em fevereiro, contra adversários a definir. (PAULO COBOS)


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