Tricampeão mundial e da Libertadores, clube alcança o topo nacional ao conquistar seu primeiro Brasileiro em casa

Taça "fake" embala título obtido com empate sofrido diante do Atlético-PR num Morumbi tomado por mais de 68 mil entusiasmados fãs

Jorge Araújo/Folha Imagem

Leandro grita para as arquibancadas lotadas do Morumbi

O São Paulo trocou neste ano o mundo pelo Brasil. Com o título nacional obtido ontem no Morumbi após empate com o Atlético-PR em 1 a 1, o clube alcançou o quarto Brasileiro, o primeiro ganho em seu estádio, o primeiro nos pontos corridos.
Nos 15 anos de jejum de taças nacionais do time, o São Paulo ergueu 11 títulos oficiais internacionais (ninguém o superou nisso no planeta no período), mas viu rivais se revezarem no topo da bola dentro do país.
Tetracampeão, agora está empatado em conquistas do Brasileiro com Corinthians, Palmeiras, Vasco e, oficialmente, com o Flamengo, pois a CBF não dá o rubro-negro carioca como o vencedor de 1987.
É fato que ontem o time ficou aquém do que mostrou no torneio, mas a campanha avassaladora deste ano -o título foi conquistado na antepenúltima rodada, como fez o Cruzeiro em 2003- salvou a temporada do clube, vice da Libertadores, do Paulista e da Recopa.
Como nas conquistas prévias, em 1977, 1986 e 1991, a taça veio sem vitória na partida decisiva: o título de ontem foi sacramentado com um empate, resultado que aumenta a aura ""imbatível" do time de Muricy Ramalho -é o que menos perdeu em uma campanha na era dos pontos corridos.
E recordes são impulsionados. O São Paulo, mesmo não tendo jogado em 1979, é o time que mais acumulou pontos ,vitórias, gols e mais saldo de gols somou na história do torneio.
A conquista de ontem integra o ciclo mais vitorioso do São Paulo após a era Telê Santana, técnico que morreu neste ano, mas que é imortal para os são-paulinos. Ontem, mais uma vez, ele -que, nos anos 90 teve Muricy Ramalho como auxiliar-técnico- foi reverenciado nas arquibancadas.
Em dois anos, o clube ganhou Paulista, Brasileiro, Libertadores e Mundial. Agora, alguns heróis das campanhas, como o meia Danilo, devem sair.
O técnico, cujo contrato se encerra no fim desta temporada, porém, deve seguir. O presidente Juvenal Juvêncio disse que Muricy continua em 2007.
O título foi visto por quase 70 mil pessoas ontem no Morumbi. Os jogadores trataram de oferecer a conquista a Weverson, morto, e Bruno, tetraplégico, goleiros que integravam este ano o elenco do São Paulo e que foram vítimas de um acidente de carro ocorrido bem em meio às finais da Libertadores, contra o Internacional.
Ontem, a festa teve até taça. Empresários criaram um troféu, que foi entregue a Rogério Ceni por Mario Tilico, autor do gol no título de 1991. O prêmio foi alusivo às quatro conquistas dos dois últimos anos.


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