São Paulo, terça-feira, 20 de novembro de 2007

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Em treino, torcedores ficam afastados da equipe de Dunga

A pedido da CBF, portões de CT são fechados, e quem esteve lá ficou na rua

RENAN CACIOLI
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A seleção brasileira teve total privacidade ontem em seu leve treinamento em São Paulo, pois a torcida paulista, que tem fama de ser fria com a equipe nacional, foi posta à distância.
Os portões do CT do Pão de Açúcar foram fechados, a pedido da CBF, para o público. Quem tentou ver o treino ficou na rua. Nem carros podiam estacionar em frente ao local, que foi cercado por placas da CET.
Visão do campo só para alguns moradores da favela próxima (alguns no topo de lojas), para hóspedes de ricos hotéis e para trabalhadores da ponte que está sendo erguida diante do centro de treinamento.
""A decisão de fechar os portões foi da CBF. Se ela ou Dunga pedissem para abrir, o faríamos", falou Fernando Soleiro, 48, presidente do Pão de Açúcar e diretor de RH da empresa.
Os cerca de 40 garotos do Pão de Açúcar que utilizam os alojamentos do CT do jovem clube ganharam folga e cederam o espaço para os profissionais da seleção. Só alguns estavam no CT para acompanhar as atividades da equipe de Dunga.
""Da minha categoria, ficaram só três jogadores", falou Hugo, do sub-15. ""Deram folga aos atletas, para não ficar muito tumulto em cima da seleção", disse Nicolas, 14. ""E eu fiquei porque sou de Minas Gerais", falou Pedro Paulo, 14. Fãs de Kaká, conseguiram foto com o meia.
O Pão de Açúcar está acostumado a receber equipes da primeira divisão do Brasileiro que vêm de outros Estados. Times internacionais também usam as instalações pela proximidade com o estádio do Morumbi.
""A gente não ganha nada pela cessão do CT. Mas há o intercâmbio dos atletas, que vêem craques e ídolos de perto", falou Soleiro, que ontem pouco lucrou com esse intercâmbio. ""Com a seleção, a gente até tem certo custo em ceder o CT."
O clube nasceu mais como um projeto social há quatro anos, quando começou a trabalhar apenas com as categorias sub-17 e sub-15. Agora, já tem time profissional. ""Faremos a final do Paulista sub-15 com o São Paulo e a final do sub-17 com o Corinthians", afirma Soleiro. O custo para manter o clube, com 52 empregados, gira em R$ 350 mil mensais.
O clube trabalha com parcerias. No CT do Pão de Açúcar, ficam normalmente placas de uma escola de inglês. Ontem, foram substituídas pelas dos patrocinadores da CBF. A Nike, fornecedora de material esportivo da seleção, também cuida dos uniformes do Pão de Açúcar, cujo CT poderá servir também aos uruguaios.


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