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Em treino, torcedores ficam afastados da equipe de Dunga
A pedido da CBF, portões de CT são fechados, e quem esteve lá ficou na rua
RENAN CACIOLI
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A seleção brasileira teve total
privacidade ontem em seu leve
treinamento em São Paulo,
pois a torcida paulista, que tem
fama de ser fria com a equipe
nacional, foi posta à distância.
Os portões do CT do Pão de
Açúcar foram fechados, a pedido da CBF, para o público.
Quem tentou ver o treino ficou
na rua. Nem carros podiam estacionar em frente ao local, que
foi cercado por placas da CET.
Visão do campo só para alguns moradores da favela próxima (alguns no topo de lojas),
para hóspedes de ricos hotéis e
para trabalhadores da ponte
que está sendo erguida diante
do centro de treinamento.
""A decisão de fechar os portões foi da CBF. Se ela ou Dunga pedissem para abrir, o faríamos", falou Fernando Soleiro,
48, presidente do Pão de Açúcar e diretor de RH da empresa.
Os cerca de 40 garotos do Pão
de Açúcar que utilizam os alojamentos do CT do jovem clube
ganharam folga e cederam o espaço para os profissionais da
seleção. Só alguns estavam no
CT para acompanhar as atividades da equipe de Dunga.
""Da minha categoria, ficaram
só três jogadores", falou Hugo,
do sub-15. ""Deram folga aos
atletas, para não ficar muito tumulto em cima da seleção", disse Nicolas, 14. ""E eu fiquei porque sou de Minas Gerais", falou
Pedro Paulo, 14. Fãs de Kaká,
conseguiram foto com o meia.
O Pão de Açúcar está acostumado a receber equipes da primeira divisão do Brasileiro que
vêm de outros Estados. Times
internacionais também usam
as instalações pela proximidade com o estádio do Morumbi.
""A gente não ganha nada pela
cessão do CT. Mas há o intercâmbio dos atletas, que vêem
craques e ídolos de perto", falou Soleiro, que ontem pouco
lucrou com esse intercâmbio.
""Com a seleção, a gente até tem
certo custo em ceder o CT."
O clube nasceu mais como
um projeto social há quatro
anos, quando começou a trabalhar apenas com as categorias
sub-17 e sub-15. Agora, já tem
time profissional. ""Faremos a
final do Paulista sub-15 com o
São Paulo e a final do sub-17
com o Corinthians", afirma Soleiro. O custo para manter o
clube, com 52 empregados, gira
em R$ 350 mil mensais.
O clube trabalha com parcerias. No CT do Pão de Açúcar,
ficam normalmente placas de
uma escola de inglês. Ontem,
foram substituídas pelas dos
patrocinadores da CBF. A Nike,
fornecedora de material esportivo da seleção, também cuida
dos uniformes do Pão de Açúcar, cujo CT poderá servir também aos uruguaios.
Garoto vive sonho de jogar com seleção www.folha.com.br/073234
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