São Paulo, sexta, 20 de novembro de 1998

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FUTEBOL
Palestras de atletas mais experientes buscam tranquilizar os novatos
Sport recorre à psicologia contra tensão de 2º jogo

FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Recife

A rotina dos treinos físicos e táticos do Sport foi quebrada nesta semana por um novo tipo de condicionamento, o psicológico, desenvolvido entre os próprios jogadores a pedido do técnico da equipe, Mauro Fernandes.
Atletas mais experientes, como o meia Wallace e os volantes Lima e Sangaletti, são requisitados para conversar com os colegas mais novos e tranquilizá-los para a segunda partida das quartas-de-final, amanhã, contra o Santos.
Com as conversas, o grupo tenta afastar a ansiedade de alguns jogadores em caso, eventualmente, de o time encontrar um clima hostil na concentração em São Paulo e no estádio da Vila Belmiro, em Santos, local do jogo.
Essa possibilidade surgiu após o primeiro confronto entre as equipes, no domingo passado, em Recife. Jogadores santistas trocaram agressões em campo com policiais militares e jornalistas.
Apesar de os atletas do Sport não se envolverem no conflito, a vitória sobre o Santos por 3 a 1 acirrou os ânimos dos torcedores do time paulista, que prometeram dar o "troco" na Vila Belmiro.
"Sabemos que a confusão criou um clima ruim", disse Mauro Fernandes. "Por isso, temos que fazer esse trabalho psicológico para que os jogadores se sintam mais à vontade", afirmou.
As conversas, em forma de palestras, acontecem antes dos treinos e duram em média 30 minutos.
Os mais experientes pedem tranquilidade e repetem sempre que ninguém pode se alterar com eventuais provocações.
"Aqui só se fala em jogar bola e ganhar", afirmou o técnico.
"Vamos entrar em campo sem medo", disse o goleiro Bosco. "Respeitamos a torcida e o time do Santos, mas não temos que nos preocupar com a pressão", declarou Bosco, o goleiro menos vazado do Brasileiro-98 (média de 0,96 gol sofrido por partida).
Mauro Fernandes ainda não definiu a equipe que entra em campo amanhã. O atacante Leonardo e o meia Lima, com problemas musculares, são dúvidas.
O treinador ainda não escolheu quem vai ser o centroavante, posição que desde o início do campeonato é disputada por Cris, Irani e Robson.
Irani, titular na vitória no domingo passado, tem mais chances de iniciar a partida.
Robson, que o substituiu no segundo tempo e marcou um gol, "corre por fora".
Em má fase, desde que retornou de uma contusão, Cris, cujo passe pertence ao Palmeiras, tem poucas chances de ser escalado.



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