São Paulo, quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

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Pelé "escala" Kaká na seleção da Copa de 70

Ex-jogador diz que craque do Milan brigaria por vaga

PEDRO DIAS LEITE
DE LONDRES

Eleito o melhor jogador do mundo em 2007, Kaká teria lugar na seleção brasileira de 1970, mas precisaria lutar por uma vaga no time titular, disse ontem em Londres um dos maiores astros do tri, Pelé.
"O Kaká tem vaga em qualquer seleção do mundo, ele tem um pouco a característica do Pelé", afirmou o ex-jogador, explicando que o meia-atacante do Milan "vem de trás, ajuda o ataque, joga muito para o time". Mas qualquer seleção, em qualquer época? "Em qualquer época, inclusive em 70. Mas você não pode esquecer que o time não são 11, são 22 jogadores", declarou Pelé à Folha.
Em sua coluna de ontem, Tostão, companheiro de Pelé em 70, escreveu que Kaká seria craque em qualquer geração.
O ex-jogador contou também que estava apreensivo antes do prêmio. "Não gostaria de entregar o prêmio para o Ronaldo, português, nem para o Messi, argentino. Queria entregar para o Kaká, o brasileiro", disse ele, que estava em Londres para o lançamento de uma campanha beneficente.
Pelé comentou também o caso de Romário, que foi suspenso por 120 dias por doping. "Para ele, deve ser triste, no fim da carreira, ser pego e não ter como contradizer. Fico triste."
Pelé ainda defendeu Ronaldinho, em má fase no Barcelona. "O que se passa com ele se passa com todos os jogadores. Após muito sucesso, tem um tempo que baixa um pouco. Depois da Copa, o Ronaldinho não tem jogado muito bem, mas é um grande jogador."
A entrevista de Pelé foi dada na Embaixada do Brasil em Londres, para cerca de 30 jornalistas brasileiros e estrangeiros. A obsessão atual dos ingleses é a escolha do italiano Fabio Capello para comandar a seleção de seu país, depois da não-classificação para a Euro.
Questionado se no Brasil também seria aceito um técnico estrangeiro, Pelé disse que isso seria "muito difícil, mas talvez só com um argentino".
Ele defendeu os altos salários dos jogadores atualmente, mas criticou a constante mudança de clubes. "Jogadores não são como as outras profissões, como médicos. Nós temos de parar aos 35, 40 anos", disse. "Mas aí você vê o jogador beijar a camisa, dizer que ama o time e, daqui a um mês, faz a mesma coisa com outro clube. Os jogadores de hoje amam quem dá um pouco mais de dinheiro."


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