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Pelé "escala" Kaká na seleção da Copa de 70
Ex-jogador diz que craque do Milan brigaria por vaga
PEDRO DIAS LEITE
DE LONDRES
Eleito o melhor jogador do
mundo em 2007, Kaká teria lugar na seleção brasileira de
1970, mas precisaria lutar por
uma vaga no time titular, disse
ontem em Londres um dos
maiores astros do tri, Pelé.
"O Kaká tem vaga em qualquer seleção do mundo, ele tem
um pouco a característica do
Pelé", afirmou o ex-jogador, explicando que o meia-atacante
do Milan "vem de trás, ajuda o
ataque, joga muito para o time".
Mas qualquer seleção, em qualquer época? "Em qualquer época, inclusive em 70. Mas você
não pode esquecer que o time
não são 11, são 22 jogadores",
declarou Pelé à Folha.
Em sua coluna de ontem,
Tostão, companheiro de Pelé
em 70, escreveu que Kaká seria
craque em qualquer geração.
O ex-jogador contou também que estava apreensivo antes do prêmio. "Não gostaria de
entregar o prêmio para o Ronaldo, português, nem para o
Messi, argentino. Queria entregar para o Kaká, o brasileiro",
disse ele, que estava em Londres para o lançamento de uma
campanha beneficente.
Pelé comentou também o caso de Romário, que foi suspenso por 120 dias por doping. "Para ele, deve ser triste, no fim da
carreira, ser pego e não ter como contradizer. Fico triste."
Pelé ainda defendeu Ronaldinho, em má fase no Barcelona. "O que se passa com ele se
passa com todos os jogadores.
Após muito sucesso, tem um
tempo que baixa um pouco.
Depois da Copa, o Ronaldinho
não tem jogado muito bem,
mas é um grande jogador."
A entrevista de Pelé foi dada
na Embaixada do Brasil em
Londres, para cerca de 30 jornalistas brasileiros e estrangeiros. A obsessão atual dos ingleses é a escolha do italiano Fabio Capello para comandar a
seleção de seu país, depois da
não-classificação para a Euro.
Questionado se no Brasil
também seria aceito um técnico estrangeiro, Pelé disse que
isso seria "muito difícil, mas
talvez só com um argentino".
Ele defendeu os altos salários dos jogadores atualmente,
mas criticou a constante mudança de clubes. "Jogadores
não são como as outras profissões, como médicos. Nós temos
de parar aos 35, 40 anos", disse.
"Mas aí você vê o jogador beijar
a camisa, dizer que ama o time
e, daqui a um mês, faz a mesma
coisa com outro clube. Os jogadores de hoje amam quem dá
um pouco mais de dinheiro."
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